Saibamos viver na busca do discernimento
Nesta parábola, Jesus fala
como se a Terra fosse um campo de trigo, no meio do qual nasce também o
joio. Ele explica que o joio precisava crescer junto com o trigo até a
colheita, para depois ser retirado, evitando, assim, que, ao arrancar o
joio, com ele também fosse arrancado o trigo.
Diante da incompreensão dos discípulos,
Jesus se põe a explicar o significado de cada elemento que aparece na
parábola: o que semeia a boa semente é o Filho do Homem. O campo é o
mundo. A boa semente são os filhos do Reino. O joio são os filhos do
maligno. O inimigo que o semeou é o diabo. A colheita é o fim do mundo.
Os ceifadores são os anjos.
Portanto, tanto Jesus como o diabo são
semeadores. O Senhor semeia o bem, enquanto o inimigo semeia o mal. É
como dissesse: “Se você pratica o bem, colhe o bem; se pratica o mal,
colhe o mal”. Era a grande proposta de Deus para cada um de nós: o
discernimento. Jesus não se propôs a separar o joio do trigo fora do
tempo; nem o demônio. Ambos estavam fazendo a sua parte: semeando.
Deus deseja que saibamos viver na busca
do discernimento. Se o conseguirmos, estaremos preparados para a
colheita. Jesus quis, pois, alertar para o seguinte: “O diabo está
fazendo o mesmo que faço: semeando; se vocês souberem discernir o bem do
mal e tiverem força para seguir o bem, no final, quando Deus vier
julgar – e só Ele tem o poder de separar o bem do mal – vocês estarão
preparados para participar do Reino do Pai”.
Jesus quis dar uma explicação bem clara
para que a humanidade, através dos séculos, assimilasse aquela verdade.
Ele poderia ter explicado outras parábolas também, mas não o fez. E por
que esta foi explicada com tanto detalhe? Porque, aqui, o Senhor nos
propõe que sejamos astutos e inteligentes.
A colheita será uma só. Tanto se colhe
bem o trigo como o joio; tanto se faz uso do trigo como do joio, embora
tenham sentidos diametralmente opostos. O importante é sabermos de que
lado estamos nos posicionando. Devemos passar por esta vida dialogando
sempre com Deus, pedindo, procurando, exercendo a experiência do
discernimento, questionando-o: “Deus, eu não entendi! O que está
acontecendo? Explique-me! Jesus, vamos conversar? Hoje, quero Lhe
escutar”.
Aqui aprendemos, também, como proceder
num reino que não é nosso, não é de Deus, mas é tão forte que matou o
Filho de Deus. Jesus ressuscitou para nos mostrar que existe um Reino
mais poderoso. Mas, quando humanizado, sofreu todos os pendores deste
mundo. Não se cria um reino dentro de outro. Um tem de ser eliminado
para o outro existir.
O senhor quer nos dizer: “Tenham o
discernimento para viver num reino que não é de Deus. Saibam passar por
isto com astúcia e sabedoria, para depois encontrarem, realmente, o
Reino do Pai”.
Deus quer que Seu Reino venha e substitua
o que está aqui. Não se fortalece nem se cria dois reinos no mesmo
local. Dialogue com Deus para que Ele possa lhe falar essas coisas.
Para que tenha discernimento, tenha amor
nas palavras, firmeza no momento de responder determinadas coisas como
provocações e questionamentos em sua vida. Em suas orações, sempre peça a
Deus: “Meu Senhor, eu quero ter a capacidade de estar ao Seu lado,
contado entre o trigo e não entre o joio. Dai-me esta graça, Senhor: eu
quero ser trigo. Que as pressões dos filhos do maligno jamais sejam
suficientemente fortes para me levar a renunciar a minha condição de
filho do Reino. Quero estar sempre a Seu serviço. Amém”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário