quarta-feira, 26 de junho de 2013

O gigante acordou? Mas quem o está comandando? O que querem?

O fenômeno das manifestações populares em combate aos aumentos das tarifas de ônibus e contra a corrupção tomou conta das ruas do Brasil. Neste artigo, o padre Eduardo Braga (Dudu), da Arquidiocese de Niterói/RJ, traz algumas reflexões necessárias sobre o assunto. Confira.

O Brasil está vivendo um momento histórico com este fenômeno das “manifestações”. Praticamente ninguém mais questiona a liberdade democrática de expressarmos, como cidadãos, nossos direitos. Mas o que começamos a ver no nosso país ainda é obscuro. Que movimento é este? O que ele pretende? Quem são os seus mentores? Sem estas respostas seria no mínimo imprudente, sob meu ponto de vista, aderi-lo.

Estamos indo às ruas por causa de 20 centavos? Queremos apenas passe livre? O país do futebol está indignado com a Copa? Por que este movimento começa exatamente agora? É verdade, que a organização deste movimento não pode conter os vândalos? Estamos caminhando para uma guerra civil também no Brasil? Destruir nossas cidades nos garantirá um Brasil melhor? Deseja-se reforma ou faz-se revolução? Estamos seguros para dizer que está caindo um paradigma no Brasil?

Estamos lutando contra a corrupção, desvios de verbas, falta de segurança, infraestrutura na educação e na saúde. Amém! Que assim seja. Mas é isto mesmo? Será que não são também os próprios corruptos que tomaram através do brinquedinho das redes sociais o ''controle remoto'' do gigante que estava ''deitado eternamente em berço esplêndido'' e estão manipulando massas para a próxima eleição?

Manifestantes, baderneiros, criminosos, oportunistas, estudantes e aproveitadores. Quem é quem nas ruas? Ir para ruas assim? Cinegrafistas, repórteres e trabalhadores feridos. Comerciantes saqueados. E o ataque aos policiais? Eles também não são brasileiros? Também não querem melhorias? Atacá-los por quê? E nossos monumentos históricos depredados e pichados? Nem mesmo nossas Igrejas foram poupadas!

Na quinta-feira (20), foi de fato um dia histórico. O protesto pelo país levou 1,25 milhão de pessoas, mas também acabou em um morte, centenas de feridos, vários confrontos. O Rio reuniu o maior público (300 mil pessoas), e, em Brasília, vândalos atacaram inclusive o Palácio do Itamaraty. A presidente Dilma pediu aos ministros uma reunião extraordinária, o Senado permaneceu em vigília. Os políticos já perceberam a força de tal movimento. Mas, voltemos ao questionamento inicial: O que deseja afinal este movimento?

Aproveitando um pensamento de um bispo católico nordestino, quero pedir, sobretudo, aos nossos jovens, que pensem antes de ir às ruas em três aspectos:

1- Que tais manifestações não sejam manipuladas por grupos, sobretudo, partidos especializados nisso: pegar carona em atos públicos para usá-los ideologicamente;
2- Que não caia em atos de violência, anarquia e vandalismo. Na democracia devem caminhar juntos a liberdade de expressão e o respeito à ordem.
3- Que se procure esclarecer, ao menos em linhas gerais, quais demandas, quais reivindicações, estão no coração da sociedade.

Manifestemos com a vida pura! Coragem, paciência, prudência. O amor continua sendo a melhor forma de mudança!

Pe. Eduardo Braga (Dudu)
Arquidiocese de Niterói/RJ



sexta-feira, 21 de junho de 2013

CNBB faz pronunciamento oficial sobre manifestações populares

Os bispos reunidos em Brasília na reunião do Conselho Permanente da CNBB divulgaram nesta sexta-feira, 21, sobre as manifestações populares que estão ocorrendo em todo o País nos últimos dias. 


Leia, abaixo, a nota na íntegra:

Ouvir o clamor que vem das ruas

Nós, bispos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunidos em Brasília de 19 a 21 de junho, declaramos nossa solidariedade e apoio às manifestações, desde que pacíficas, que têm levado às ruas gente de todas as idades, sobretudo os jovens. Trata-se de um fenômeno que envolve o povo brasileiro e o desperta para uma nova consciência. Requerem atenção e discernimento a fim de que se identifiquem seus valores e limites, sempre em vista à construção da sociedade justa e fraterna que almejamos.

Nascidas de maneira livre e espontânea a partir das redes sociais, as mobilizações questionam a todos nós e atestam que não é possível mais viver num país com tanta desigualdade. Sustentam-se na justa e necessária reivindicação de políticas públicas para todos. Gritam contra a corrupção, a impunidade e a falta de transparência na gestão pública. Denunciam a violência contra a juventude. São, ao mesmo tempo, testemunho de que a solução dos problemas por que passam o povo brasileiro só será possível com participação de todos. Fazem, assim, renascer a esperança quando gritam: "O Gigante acordou!"

Numa sociedade em que as pessoas têm o seu direito negado sobre a condução da própria vida, a presença do povo nas ruas testemunha que é na prática de valores como a solidariedade e o serviço gratuito ao outro que encontramos o sentido do existir. A indiferença e o conformismo levam as pessoas, especialmente os jovens, a desistirem da vida e se constituem em obstáculo à transformação das estruturas que ferem de morte a dignidade humana. As manifestações destes dias mostram que os brasileiros não estão dormindo em "berço esplêndido".

O direito democrático a manifestações como estas deve ser sempre garantido pelo Estado. De todos espera-se o respeito à paz e à ordem. Nada justifica a violência, a destruição do patrimônio público e privado, o desrespeito e a agressão a pessoas e instituições, o cerceamento à liberdade de ir e vir, de pensar e agir diferente, que devem ser repudiados com veemência. Quando isso ocorre, negam-se os valores inerentes às manifestações, instalando-se uma incoerência corrosiva que leva ao descrédito.

Sejam estas manifestações fortalecimento da participação popular nos destinos de nosso país e prenúncio de nossos tempos para todos. Que o clamor do povo seja ouvido!

Sobre todos invocamos a proteção de Nossa Senhora Aparecida e a bênção de Deus, que é justo e santo.

Brasília, 21 de junho de 2013

Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís
Vice-presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner 
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário geral da CNBB

Sê Pura

Encanto e formosura


É puro o lírio, pura a açucena porque são brancos sem mancha alguma. É pura uma moça que tem a alma branca e o corpo sem mácula. Ser pura é não admitir profanações no corpo, templo santo de DEUS. Vós sois o templo de DEUS vivo.“Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do ESPÍRITO SANTO, que habita em vós, o qual recebeste de DEUS e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque foste comprados por um grande preço. Glorificai, pois, a DEUS no vosso corpo” (1 Cor 6, 19-20).


As almas virgens são as delícias de JESUS. Enquanto viveu na Terra, quem foram os seus prediletos? Os humildes e puros: a Virgem Maria Sua Mãe Imaculada, São José e São João Evangelista. No Céu está rodeado de um coro de virgens que Lhe cantam um hino que ninguém mais pode cantar. E tu não queres guardar o teu coração puro para dar gosto a JESUS? Não queres ser amada pelo melhor dos amigos? Não queres gozar da ternura especial que a Mãe de Deus reserva para as almas puras? Não queres ser venerada pelos próprios homens, que, no fim de contas, desprezam a leviandade e a impureza?


castidade será a tua alegria. Dar-te-á sossego e paz. O teu coração sentir-se-á satisfeito. No teu rosto brilhará a candura e a felicidade. Serás um anjo, feliz neste mundo e feliz sobretudo no outro. É a promessa de JESUS: “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a DEUS.” (Mt 5, 8).


E a impureza, que dá? A ruína do corpo e a ruína da alma: remorso, vergonha, desonra, e, quantas vezes, a doença, a morte e o inferno.


A maior parte das almas vai para o inferno por pecados cometidos contra a pureza. Não duvido até afirmar que todos os que se condenam vão para o inferno ou só por este pecado ou, pelo menos com este pecado também. (S. Afonso Maria de Ligório).


Queres ser pura? Com a graça de DEUS podes sê-lo. Basta querer e lutar.


As tentações são muitas? É verdade. Mas a graça dar-te-á força para combater, resistir e vencer. Tomara não tenha havido manchas na tua vida. Se alguma coisa tivesse que reparar, é sempre tempo de lhe por remédio generoso e energético.


Olha para o teu futuro. – Virás a ser um dia mãe de família? A melhor prenda que podes levar para esse estado é o da tua inocência. – Terás uma vocação alta: a virgindade consagrada a DEUS na vida religiosa ou mesmo no mundo? Exulta de alegria... O teu Céu começou já na Terra.


Para seres pura, põe em prática estes conselhos:


CAMINHO:




1 – Recato e modéstia, mesmo quando te encontrares só. DEUS vê tudo, o Anjo da Guarda está sempre presente. As modas livres. Quantas tentações e ruínas elas causam! Julgas que és uma moça interessante e moderna sujeitando-se a essas modas? Dizia Jacinta: “Virão umas modas que ofenderam muito a Nosso Senhor”.


Não guardas a decência no vestir? Estás a caminho de perder a pureza. Mesmo nas praias, nunca te será lícito usar trajes indecorosos.


2 – Não cultives namoros por passatempo, vaidade ou sensualidade (flirt). Não vês que estás à beira dum precipício, e que podes manchar o coração?


3 – Escândalo. Ai de ti se com maneiras imodestas de vestir ou outras leviandades arrastasses alguém para o pecado! São Paulo ameaça: “Não sabeis que sois o templo de DEUS. Se alguém destruir o templo de DEUS, DEUS o destruirá. Porque o templo de DEUS é sagrado.” (Leia: 1Cor 6, 12-20).


4 – Tem cuidado com as leituras: Se causam grave perigo à tua alma, deixa-as. Vence a curiosidade por amor a JESUS. Tem cautela com os postais e revistas ilustradas. Foge dos maus filmes. O DVD* que julgavas bom, pertuba-te? Fecha os olhos. E se o escândalo for grande, por que não sais da sala? Pensas que és a única a proceder assim? Se soubesses quantas jovens de caráter o fazem para a guarda da sua pureza!


5 – Nunca fales de assuntos perigosos. Começaram os outros? Retira-te, muda com habilidade a conversa ou, pelo menos, mantém-te em silêncio.


6 – Afasta os maus pensamentos: Acometem-te muitas fezes? Não te admires. Assim sucede com as outras pessoas, ainda as mais santas. Não há nisso pecado algum. O pecado está na deleitação consentida, na demora maliciosa. Acode ao Coração de JESUS ou a Nossa Senhora com uma breve oração. Não percas a paz. Em geral, o melhor será procurar ocupar-te com algum trabalho, oração ou leitura espiritual, para absorver a imaginação.


7 – Trabalha: Não devaneies. A moça é, por sua natureza, sonhadora. Domina essa tendência e emprega bem o tempo. Não o ocupes em futilidades. Estuda, trabalha, ajuda em casa, ensina o catecismo, reza, leia o Novo Testamento, etc.


8 – Foge das ocasiões: bailes perigosos, danças imorais, intimidade ou convivência de pessoas menos dignas... Foge, como de peste, das más companhias. Falas com algum rapaz? Muita cautela no que dizes e no que ouves. Conversas em lugares retirados; nenhuma moça que se quer manter pura as pode admitir. Quantos perigos nessas ocasiões! Às vozes sedutoras do mal responde com decisão e coragem: Não! Santa Inês era uma encantadora menina de 13 anos. Hoje é venerada em todo o mundo como mártir da pureza. Por que? Porque antes se quis deixar matar que consentir em desobedecer um mandamento de DEUS! O mesmo fizeram Santa Maria Goretti e quantas outras mártires da pureza! Se te vires num momento desses, pede coragem a JESUS e responde decididamente: “Não! Antes morrer que pecar”.


MAIS QUE TUDO:


1 – Sê muito devota do Sagrado Coração de JESUS “fonte de toda a pureza”. Sê também muito devota do Imaculado Coração de Maria que é a Mãe e a protetora das almas puras. Abriga-te bem à sombra do seu manto virginal. Pede-lhe muito a graça da pureza. Que não passe nenhum dia sem rezares o Terço em sua honra.


2 – Faz em honra dos Sagrados Corações de JESUS e Maria, alguns sacrifícios. Resolve: vestir-te sempre modestamente, sem exageros perturbadores, ocupar bem o tempo, fugir das más companhias. Poderás acrescentar também outras mortificações como as que faziam os pastorinhos de Fátima. O demônio da impureza só com oração e penitência de vence.


3 – Reza com freqüência. Vem a tentação? Recorre logo a Nossa Senhora com uma breve jaculatória.


“Ninguém pode resistir, se não recorre a DEUS, quando é tentado... Quem não se recomenda a DEUS está perdido. A única defesa contra estas tentações é a oração. A castidade é uma virtude árdua. Não temos força para guardar sem o auxílio a quem o pede. Quem o pede, obtém-no certamente” (S. Afonso M. de Ligório).


4 – Confessa-te amiúde com muita humildade e contrição. Se não estás verdadeiramente arrependida, com firme propósito de não mais pecar, podes fazer uma confissão nula ou sacrílega. Sê sincera com o confessor. Não te envergonhes. Ele conhece bem as fraquezas da juventude. Com poucas palavras entende tudo.


5 – Comunga muitas vezes. O corpo de JESUS é “o pão dos Anjos” e o Seu Sangue é o “vinho que gera Virgens”. Quando JESUS estiver no teu coração, pede-Lhe com fervor e confiança que não te deixe cair em tentação, que te faça muito pura e humilde.


6 – Acredita. A pureza é difícil. Mas é tal o seu valor, o seu encanto, que vale a pena empregar todos os esforços para consegui-la. Maria Santíssima é imensamente boa e amiga, que te há de ajudar a lutar e vencer. Volta-te com muito amor, humildade e confiança para o seu Coração Imaculado.


Retirado do livro “A Castidade nos Três Estados” – Dr. José Gonzaga Franco Filho – Livraria da Divina Misericórdia Ltda.


* No original: ‘A fita que julgavas boa’.

Fonte: O segredo do rosario.blogspot.com.br

quinta-feira, 20 de junho de 2013

As manifestações pelo Brasil (segundo Prof. Felipe Aquino)

Algo vai mudar neste país

 
As manifestações e os protestos, que acontecem em todo o país, surpreenderam a população, os políticos, os governos e também a Igreja. Tudo começou com o aumento das tarifas de ônibus urbanos nas capitais, mas agora já ficou claro que não é este o único motivo das manifestações; na verdade, é uma série de reivindicações de direitos que está em jogo.
O que pode acontecer de tudo isso? Por ora, é muito difícil dizer. Marco Maciel disse que manifestações do povo, desta natureza, podem dar em tudo e podem dar em nada. Parece-me que algo vai mudar neste país e devemos todos trabalhar e rezar para que seja para o bem e para melhor.

Castro Alves disse que “a praça pertence ao povo assim como os céus pertencem ao condor”. O povo está ocupando as ruas e praças para reivindicar direitos. O cartaz de um dos manifestantes dizia: “Não exigimos 20 centavos, mas direitos”. Quais direitos? Melhores hospitais e médicos (outro cartaz dizia: “queremos mais hospitais e menos campos de futebol”), o fim da corrupção institucionalizada, melhores transportes coletivos, menos inflação que corrói os salários, menos impostos (o Brasil é campeão do mundo em cobrança de impostos; trabalhamos cinco meses só para pagá-los). Parece que as ações sociais do Governo já não bastam para acalmar o povo, pois este quer políticos mais honestos, menos “toma lá da cá”, menos conchavos, menos fingimentos.

O povo quer menos violência e mais segurança, mais e melhores estradas, portos, aeroportos, rodovias, escolas e professores. Parece-nos que todas essas exigências estão acumuladas nas razões dos protestos. Nota-se que, sobretudo, é um protesto da classe média que se sente prejudicada. Os pobres recebem a bolsa família e outras bolsas, os ricos não têm problemas e sabem se defender junto aos políticos e ao Governo.

A origem deste movimento não é muito clara. A organização que comanda as manifestações – Movimento Passe Livre (MPL) - é regida pelos princípios do Fórum Social Mundial como se pode conferir no site do “Movimento” (cf. http://mpl.org.br/node/2). É um movimento que tem cores um tanto diferentes (cf. http://mpl.org.br/node/5) com base em palavras chaves como “horizontalidade” (sem hierarquia, cf. http://mpl.org.br/node/1). Embora se defina como apartidário, confessa-se não antipartidário. Portanto, a não dependência partidária explícita não significa independência partidária. O site diz: “O Movimento Passe Livre é horizontal, autônomo, independente e apartidário, mas não antipartidário. A independência do MPL se faz não somente em relação a partidos, mas também a ONGs, instituições religiosas, financeiras etc.”

Há muitas perguntas a serem feitas, por exemplo: de onde vem o dinheiro para a mobilização de toda essa massa humana em todo o país? Isso custa caro! É cedo para decifrarmos tudo o que está acontecendo. Numa primeira – e muito precária observação –, parece-nos que o povo, insatisfeito com muita coisa, aproveita-se do Movimento Passe Livre e faz dele um veículo de suas manifestações. Parece ter roubado a cena.

Há mais de vinte anos não se via, no Brasil, algo dessa natureza, o que nos leva a crer que algo vai mudar neste país. Que seja, então, o que pede a Igreja na sua Doutrina Social: mudanças que coloquem o homem como centro das medidas políticas necessárias para que haja justiça, paz, verdade, amor e liberdade verdadeira. Que o mais importante não seja o lucro nem o Estado, mas a pessoa humana, mesmo a não ainda nascida. Peçamos a Deus que de tudo isso nasça um “pacto social” em favor de todos, especialmente da família – célula mater da sociedade – não só dando-lhe pão e circo, mas tudo que precisa.

Rezemos, como na oração da Bênção do Santíssimo: “Deus e Senhor nosso, protegei... todas as pessoas constituídas em dignidade para que governem com justiça; dai ao povo brasileiro paz constante e prosperidade completa”.

Fonte: www.cancaonova.com/portal

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