terça-feira, 31 de julho de 2012

Liturgia Diária 31/07/2012 (Terça)

Evangelho (Mateus 13,36-43)

Terça-Feira, 31 de Julho de 2012
Sto. Inácio de Loyola




— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 36Jesus deixou as multidões e foi para casa. Seus discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Explica-nos a parábola do joio!” 37Jesus respondeu: “Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem. 38O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno. 39O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os ceifadores são os anjos. 40Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: 41o Filho do Homem enviará os seus anjos e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal; 42e depois os lançarão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes. 43Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 

Homilia Diária 31/07/2012 (terça)

Saibamos viver na busca do discernimento


 

 


Nesta parábola, Jesus fala como se a Terra fosse um campo de trigo, no meio do qual nasce também o joio. Ele explica que o joio precisava crescer junto com o trigo até a colheita, para depois ser retirado, evitando, assim, que, ao arrancar o joio, com ele também fosse arrancado o trigo.

Diante da incompreensão dos discípulos, Jesus se põe a explicar o significado de cada elemento que aparece na parábola: o que semeia a boa semente é o Filho do Homem. O campo é o mundo. A boa semente são os filhos do Reino. O joio são os filhos do maligno. O inimigo que o semeou é o diabo. A colheita é o fim do mundo. Os ceifadores são os anjos.

Portanto, tanto Jesus como o diabo são semeadores. O Senhor semeia o bem, enquanto o inimigo semeia o mal. É como dissesse: “Se você pratica o bem, colhe o bem; se pratica o mal, colhe o mal”. Era a grande proposta de Deus para cada um de nós: o discernimento. Jesus não se propôs a separar o joio do trigo fora do tempo; nem o demônio. Ambos estavam fazendo a sua parte: semeando.

Deus deseja que saibamos viver na busca do discernimento. Se o conseguirmos, estaremos preparados para a colheita. Jesus quis, pois, alertar para o seguinte: “O diabo está fazendo o mesmo que faço: semeando; se vocês souberem discernir o bem do mal e tiverem força para seguir o bem, no final, quando Deus vier julgar – e só Ele tem o poder de separar o bem do mal – vocês estarão preparados para participar do Reino do Pai”.

Jesus quis dar uma explicação bem clara para que a humanidade, através dos séculos, assimilasse aquela verdade. Ele poderia ter explicado outras parábolas também, mas não o fez. E por que esta foi explicada com tanto detalhe? Porque, aqui, o Senhor nos propõe que sejamos astutos e inteligentes.

A colheita será uma só. Tanto se colhe bem o trigo como o joio; tanto se faz uso do trigo como do joio, embora tenham sentidos diametralmente opostos. O importante é sabermos de que lado estamos nos posicionando. Devemos passar por esta vida dialogando sempre com Deus, pedindo, procurando, exercendo a experiência do discernimento, questionando-o: “Deus, eu não entendi! O que está acontecendo? Explique-me! Jesus, vamos conversar? Hoje, quero Lhe escutar”.

Aqui aprendemos, também, como proceder num reino que não é nosso, não é de Deus, mas é tão forte que matou o Filho de Deus. Jesus ressuscitou para nos mostrar que existe um Reino mais poderoso. Mas, quando humanizado, sofreu todos os pendores deste mundo. Não se cria um reino dentro de outro. Um tem de ser eliminado para o outro existir.

O senhor quer nos dizer: “Tenham o discernimento para viver num reino que não é de Deus. Saibam passar por isto com astúcia e sabedoria, para depois encontrarem, realmente, o Reino do Pai”.

Deus quer que Seu Reino venha e substitua o que está aqui. Não se fortalece nem se cria dois reinos no mesmo local. Dialogue com Deus para que Ele possa lhe falar essas coisas.

Para que tenha discernimento, tenha amor nas palavras, firmeza no momento de responder determinadas coisas como provocações e questionamentos em sua vida. Em suas orações, sempre peça a Deus: “Meu Senhor, eu quero ter a capacidade de estar ao Seu lado, contado entre o trigo e não entre o joio. Dai-me esta graça, Senhor: eu quero ser trigo. Que as pressões dos filhos do maligno jamais sejam suficientemente fortes para me levar a renunciar a minha condição de filho do Reino. Quero estar sempre a Seu serviço. Amém”.

Santo do Dia "Santo Inácio de Loyola"

Santo Inácio de Loyola

31 de Julho



Neste dia celebramos a memória deste santo que, em sua bula de canonização, foi reconhecido como tendo "uma alma maior que o mundo".

Inácio nasceu em Loyola na Espanha, no ano de 1491, e pertenceu a uma nobre e numerosa família religiosa (era o mais novo de doze irmãos), ao ponto de receber com 14 anos a tonsura, mas preferiu a carreira militar e assim como jovem valente entregou-se às ambições e às aventuras das armas e dos amores. Aconteceu que, durante a defesa do castelo de Pamplona, Inácio quebrou uma perna, precisando assim ficar paralisado por um tempo; desse mal Deus tirou o bem da sua conversão, já que depois de ler a vida de Jesus e alguns livros da vida dos santos concluiu: "São Francisco fez isso, pois eu tenho de fazer o mesmo. São Domingos isso, pois eu tenho também de o fazer".

Realmente ele fez, como os santos o fizeram, e levou muitos a fazerem "tudo para a maior glória de Deus", pois pendurou sua espada aos pés da imagem de Nossa Senhora de Montserrat, entregou-se à vida eremítica, na qual viveu seus "famosos" Exercícios Espirituais, e logo depois de estudar Filosofia e Teologia lançou os fundamentos da Companhia de Jesus. A instituição de Inácio iniciada em 1534 era algo novo e original, além de providencial para os tempos da Contra-Reforma. Ele mesmo esclarece: "O fim desta Companhia não é somente ocupar-se com a graça divina, da salvação e perfeição da alma própria, mas, com a mesma graça, esforçar-se intensamente por ajudar a salvação e perfeição da alma do próximo".

Com Deus, Santo Inácio de Loyola conseguiu testemunhar sua paixão convertida, pois sua ambição única tornou-se a aventura do salvar almas e o seu amor a Jesus. Foi para o céu com 65 anos e lá intercede para que nós façamos o mesmo agora "com todo o coração, com toda a alma, com toda a vontade", repetia.

Santo Inácio de Loyola, rogai por nós!

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Liturgia Diária 30/07/2012 (Segunda)

Evangelho (Mateus 13,31-35)

Segunda-Feira, 30 de Julho de 2012
17ª Semana Comum



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 31Jesus contou-lhes outra parábola: “O Reino dos Céus é como uma semente de mostarda que um homem pega e semeia no seu campo. 32Embora ela seja a menor de todas as sementes, quando cresce, fica maior do que as outras plantas. E torna-se uma árvore, de modo que os pássaros vêm e fazem ninhos em seus ramos”. 33Jesus contou-lhes ainda uma outra parábola: “O Reino dos Céus é como fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”. 34Tudo isso Jesus falava em parábolas às multidões. Nada lhes falava sem usar parábolas, 35para se cumprir o que foi dito pelo profeta: ‘Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo’.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 

Homilia Diária 30/07/2012 (Segunda)

Nossa conversão interior testemunha o crescimento do Reino de Deus


 

 


A preocupação com o crescimento na gerência de empresas geralmente envolve uma fascinação por números e estatísticas. As empresas gostam de mostrar com tabelas e gráficos as vendas e a clientela crescentes. Jesus fala do crescimento em Seu Reino. Não, porém, o tipo de crescimento que pode ser medido com gráficos, mas antes com o crescimento interno dos discípulos e uma influência que ultrapassa as estatísticas: “O Reino dos Céus é como uma semente de mostarda, que um homem pega e semeia na sua terra. Ela é a menor de todas as sementes; mas, quando cresce, torna-se a maior de todas as plantas”.

O grão de mostarda que Jesus tinha em mente na sua parábola era provavelmente a mostarda preta, uma árvore que cresce até uma altura de aproximadamente cinco metros. Entre os rabinos, um “grão de mostarda” era uma expressão comum para qualquer coisa muito pequena. Era uma verdadeira maravilha que uma árvore bastante grande – para que as aves repousassem em seus ramos – pudesse sair de uma tão pequena semente.

Parece pequeno no começo: poucos, nos dias de Jesus, poderiam ter imaginado como Ele e, seu grupo não promissor de apóstolos, viraria o mundo de “cabeça para baixo” dentro de poucos anos e finalmente mudaria o curso da história mundial com suas palavras inspiradas.

Palavras que contém o centro da vida: uma pequena pedra não tem vida e não gerará nada. Para a semente de mostarda produzir uma grande árvore precisa conter a maravilhosa fonte de vida.
Ainda que a Palavra de Deus pareça insignificante para alguns, ela contém a fonte da vida espiritual que determina uma transformação radical na vida dos que creem.

Ao pensar no desenvolvimento do Reino, alguns raciocinam em termos sectários e concentram a atenção no crescimento do número de indivíduos associados numa aliança de igrejas. O Reino, porém, não tem nada a ver com uma associação de igrejas locais. Antes, envolve o domínio de Cristo nos corações dos indivíduos. Portanto, o desenvolvimento do Reino pode ser mais bem visto não em crescimento estatístico numa “lista de Igrejas”, mas nas mudanças poderosas nos indivíduos que são libertados de vidas vazias e egoístas, para se tornarem potências para o bem no mundo.

“O Reino dos Céus é como o fermento que uma mulher pega e mistura em três medidas de farinha, até que ele se espalhe por toda a massa”. A parábola do fermento mostra o modo penetrante pelo qual o Reino influencia tudo o que toca. Quando o fermento do Reino está em nossos corações, colegas de trabalho – ou da escola – perceberão a influência transformadora proveniente desse fermento em nossa vida.

Concluindo: assim como os maravilhosos segredos da vida estão além de nossa compreensão, assim também está a ação da Palavra de Deus no coração de uma pessoa. Tanto numa como noutra, revela-se o Reino de Deus, realmente presente no mundo, na sua dimensão de humildade e simplicidade, mas que se torna universal.

Padre Bantu Mendonça

domingo, 29 de julho de 2012

Testemunho de Batista Lima no DVD de Anjos de Resgate

Liturgia Diária 29/07/2012 (17º Domingo)

Evangelho (João 6,1-15)

Domingo, 29 de Julho de 2012
17º Domingo Comum




— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 1Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades.
2Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes.
3Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com seus discípulos.
4Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.
5Levantando o olhos, e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?”
6Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer.
7Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”.
8Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9“Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isto para tanta gente?”
10Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens.
11Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes.
12Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!”
13Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido.
14Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”.
15Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.



- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 

Homilia Diária 29/07/2012 (17º Domingo)



Somente Jesus é capaz de saciar uma fome infinita, uma fome “multitudinária”. Mesmo assim, Ele põe à prova seus discípulos e lhes dá a ocasião contribuir com o pequeno sacrifício dos cinco pães e dos dois peixes. A multiplicação dos pães começa com uma partilha, mas termina com um milagre.

É por um semelhante milagre da graça e da misericórdia que participamos de cada Santa Missa. No sacrifício eucarístico, apresentemos a indigência da nossa oferta, de nossa vida, de nossos pãezinhos de cevada. E é no altar que o Senhor recebe e multiplica, dando a eficácia ao nosso amor insuficiente, unindo-o à sua Cruz.

 

Pãezinhos e Redenção (17º Domingo do Tempo Comum)

sábado, 28 de julho de 2012

Liturgia Diária 28/07/2012 (Sábado)

Evangelho (Mateus 13,24-30)

Sábado, 28 de Julho de 2012
16ª Semana Comum



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 24Jesus contou outra parábola à multidão: “O Reino dos Céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo. 25Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora. 26Quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio.
27Os empregados foram procurar o dono e lhe disseram: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’ 28O dono respondeu: ‘Foi algum inimigo que fez isso’. Os empregados lhe perguntaram: ‘Queres que vamos arrancar o joio?’ 29O dono respondeu: ‘Não! pode acontecer que, arrancando o joio, arranqueis também o trigo. 30Deixai crescer um e outro até a colheita! E, no tempo da colheita, direi aos que cortam o trigo: arrancai primeiro o joio e o amarrai em feixes para ser queimado! Recolhei, porém, o trigo no meu celeiro!’”

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 



Homilia Diária 28/07/2012 (Sábado)

O mistério da bondade divina


 



No Evangelho de hoje, deparamo-nos com a parábola do joio. A palavra “parábola” vem do grego, cujo significado é “por junto duas coisas, comparar”. A definição popular é que se trata de uma história terrena que demonstra uma verdade celestial. Difere do conto ou da fábula, pois a história da parábola pode já ter sucedido ou pode ser real em qualquer momento futuro. Já o conto ou a fábula, não.

O joio é uma planta muito parecida com o trigo antes de se formar a espiga.

A espiga do joio é muito mais fina do que a do trigo e, frequentemente, está infectada com fungos que a tornam negra e venenosa. Também a própria gramínea tem, como o esporão do centeio, um componente venenoso. O joio só se distingue do trigo quando a espiga amadurece, sendo que a espiga do joio é formada por grãos pretos como de carvão.

O termo de comparação desta parábola é o Reino dos Céus. Apesar do título, ele tem como assento a terra, não no sentido geográfico, mas humano, por isso é mais exato traduzi-lo por “Reinado”.

O povo que o forma não é o conjunto dos bem-aventurados do Céu, mas refere-se à Igreja da Terra, formação visível da comunidade dos fiéis que escolheram Jesus como seu Senhor e que estão misturados no campo do mundo com pessoas que não são crentes ou têm outras ideologias, sem descartar que, dentro da Igreja, podem existir também os escandalosos e os que praticam a iniquidade, pois, na explicação dada por Jesus aos discípulos, Ele transforma a parábola em alegoria.

A parábola do joio é própria de Mateus, sem que encontremos um paralelo nos outros Evangelhos. Somente em 1 João 3,10 encontramos a oposição entre filhos de Deus e filhos do diabo. Estes são os que não praticam a justiça e não amam o seu irmão. A explicação da parábola revela, em parte, o mistério da iniquidade de que fala Paulo em 2Ts 2,7. Esta iniquidade é o fruto de se rejeitar a Lei – ou de ignorá-la! – e pode ser traduzida por maldade ou perversidade. Quem é o promotor dessa iniquidade é o maligno, o diabo. Nele, nasce a maldade e oposição ao Reino. Porém, existe o mistério de por que Deus permite o mal e de como combater o mesmo.

Sendo Todo-Poderoso e de bondade infinita, como o Senhor permite que o mal triunfe de modo a parecer que a parte maligna seja tão forte quanto a parte que Jesus diz dos filhos do Reino? Por isso existem ideologias em que ao Deus do bem se opõe o deus do mal. Ou será que satanás é tão forte quanto Deus? No livro de Jó, a Sagrada Escritura dá uma resposta parcial – quando da instigação de satanás – na qual Javé permite a experimentação do justo com a única exceção da vida.

Seria melhor chamar de “mistério da bondade” ao que se costuma expor como mistério da iniquidade. Perguntar a Deus por que não destrói o mau é o mesmo que perguntar ao Pai por que não mata o filho rebelde. O Senhor espera que este filho volte, um dia, arrependido para a casa que sempre será seu lar.

Na realidade, aqueles que agem na anomalia estão dissipando os seus bens. “Não sabem o que fazem”, dirá Jesus. O joio não se distingue do trigo, assim como uma árvore estéril não se distingue de uma boa, a não ser na época dos frutos.
Deus é o Pai que faz com que o sol nasça também para os maus e a chuva fertilize os campos dos incrédulos. No fim – e unicamente no fim – a Sua justiça acompanhará em parte a Sua misericórdia. Para os que receberão uma eternidade de dor, é justo que recebam uma vida temporal cheia de triunfos e alegrias. Como Jesus disse, na parábola do pobre Lázaro, os papéis serão invertidos: “Lembra-te que tu recebeste os bens e Lázaro, pelo contrário, só os males”.
 
A influência do diabo é a de semear o joio: propagar que a única maneira de alcançar a felicidade é saber viver na abundância e no prazer, pois não existe o “além” a quem tenhamos que prestar contas de nossas condutas. É difícil, diante desse programa de vida, pregar uma existência de sacrifício e renúncia, como Jesus pede a Seus discípulos. Por isso, o mal se converte em “bem aparente” e o verdadeiro bem está oculto aos olhos da multidão.

Livra-me, Senhor, desta semente maligna e abra-me à boa semente que é a Sua Palavra.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Liturgia Diária 27/07/2012 (Sexta)


Evangelho (Mateus 13,18-23)

Sexta-Feira, 27 de Julho de 2012
16ª Semana Comum



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 18“Ouvi a parábola do semeador: 19Todo aquele que ouve a palavra do Reino e não a compreende, vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho. 20A semente que caiu em terreno pedregoso é aquele que ouve a palavra e logo a recebe com alegria; 21mas ele não tem raiz em si mesmo, é de momento: quando chega o sofrimento ou a perseguição, por causa da palavra, ele desiste logo. 22A semente que caiu no meio dos espinhos é aquele que ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a palavra, e ele não dá fruto. 23A semente que caiu em boa terra é aquele que ouve a palavra e a compreende. Esse produz fruto. Um dá cem, outro sessenta e outro trinta”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 


Primeira leitura (Jeremias 3,14-17)

Salmo (Jeremias 31)

 

 

Homilia Diária 27/07/2012 (Sexta)

Quando a Palavra é eficaz?


 

 


Caríssimos, fico a pensar se, no tempo das primeiras comunidades cristãs, existiam pessoas que se perguntavam entre elas: “Mas tal pessoa ouviu a Palavra de Deus, mas não tem vivência cristã?” Ou ainda: “Fulano começou tão bem na Igreja… Agora abandonou tudo?”

O Evangelho de hoje, quando nos apresenta a interpretação de Jesus quanto a parábola do semeador (cf. Mt 13, 18-23) não vem nos dar matéria para julgarmos aos outros, mas para lançarmos sobre nós mesmos um olhar, mais profundo, quanto ao nosso relacionamento com a Palavra de Deus e o testemunho que temos transmitido uns aos outros, os tais frutos.

Interessante perceber que a explicação que Jesus, o Divino Semeador, faz de Sua parábola do semeador está endereçada a este tipo – necessário e diário – de exame de consciência. Até porque o problema nunca estará na Palavra de Deus, quando anunciada corretamente: “Pois a Palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Julga os pensamentos e as intenções do coração” (Hb 4,12).

Mas como está o nosso acolhimento? Esta Palavra dependerá não somente da escuta externa, mas de uma compreensão interior da mesma, para que os frutos sejam produzidos “um cem, outro sessenta e outro trinta” (v. 23). Contudo, não significa que o Senhor considere “tudo fácil”, como se não houvessem pressões internas e externas que possam “abortar” a eficácia concreta da Vontade de Deus a nosso respeito.

São várias as forças contraditórias, tão conhecidas pelo Senhor, a ponto d’Ele mesmo elencar algumas realidades: compromisso com Deus, só baseado em emoções momentâneas (v.21); estar desprotegido perante as solicitações da vida e das tentações (v.22). E outras tantas fraquezas que Jesus não trata com indiferença, muito pelo contrário, Ele quer cuidar e auxiliar com a Sua Infinita Misericórdia e ação do Poderoso Espírito.

Por isso, não podemos arrumar desculpas, como: “Somos frutos destas circunstâncias e vítimas das pressões que nos rodeiam! Somos fracos! Resultado do meio em que nascemos e vivemos!” Se fosse assim, meu irmão e irmã, você haveria de concordar comigo, que Nosso Senhor teria que ter pregado para os anjos bons, e não a nós, pobres pecadores!

Mas quem disse que Ele veio nos salvar pelos nossos méritos e meios puramente humanos e falíveis? A Palavra encarnada veio, na certeza que seríamos – e de fato fomos! – salvos pelos méritos de Cristo e na força do Seu Espírito de Misericórdia. Instituiu a Igreja como serva da Palavra e instrumento desta Salvação, no poder do Crucificado-Ressuscitado.

Sabemos que, mesmo assim, o crescimento na vivência do plano de amor que o Pai tem para nós (e para cada um em particular), é um drama que não permite “romantismos melosos” e nem uma “tragédia”. Dentro da liberdade de cada um, diariamente, pela “fé que opera pelas obras” (cf.  Gl 5,5), precisamos nos abrir à graça do Senhor para sermos “terras boas”, através das quais os que nos conhecerem possam se “alimentar” do nosso testemunho e glorificar ao Pai do Céu pelas nossas boas obras (cf. Mt 5,16).

O contrário poderá ser uma infundada desconfiança da eficácia da Palavra, pois da parte do Divino Semeador sempre prevalecerá esta verdade: “A chuva e a neve que caem do céu para lá não voltam sem antes molhar a terra e fazê-la germinar e brotar, a fim de produzir semente para quem planta e alimento para quem come, assim também acontece com a minha palava: Ela sai da minha boca e para mim não volta sem produzir seu resultado, sem fazer aquilo que planejei, sem cumprir com sucesso a sua missão” (Is 55,10-11).

Enquanto da relação da Palavra e nós, os outros de forma correta ou não também dirão algo. E se nada  disserem… Será que a nossa vida está comunicando algo? Façamos hoje e sempre o nosso exame de consciência à luz da Palavra eficaz.

Padre Fernando Santamaria
Comunidade Canção Nova

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Liturgia Diária 26/07/2012 (Quinta)

Evangelho (Mateus 13,16-17)

Quinta-Feira, 26 de Julho de 2012
São Joaquim e Sant’Ana



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 16“Felizes sois vós, porque vossos olhos vêem e vossos ouvidos ouvem. 17Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejavam ver o que vedes, e não viram, desejavam ouvir o que ouvis, e não ouviram”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 

Homilia Diária 26/07/2012 (Quinta)

Que os idosos de hoje sejam exemplos de virtude às futuras gerações


 

 


“Quanto a vós, ditosos os vossos olhos, porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem. Em verdade vos digo: muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo, e não viram, e ouvir o que estais ouvindo, e não ouviram!” (Mateus 13,16-17).

Jesus faz com que os Seus discípulos sintam a grandeza do dom recebido. Ele não lhes fala do Reino de Deus em parábolas, pois estas velavam uma doutrina que a interpretação de muitos poderia deturpar em sentidos nacionalista e material. A eles, dóceis e humildes, Jesus comunicava a interpretação exata das parábolas: a felicidade e a salvação são para todos, acima de tudo para os oprimidos, os frágeis, as mulheres, os excluídos, os pequeninos, os estrangeiros e os pobres; a origem desta redenção eterna é Deus, que Ele anuncia como Pai, Filho e Espírito Santo.

Sem dúvida, Ana e Joaquim pertenciam ao grupo de judeus piedosos que esperavam a consolação de Israel, e a eles foi dada uma tarefa especial na história da salvação: foram escolhidos por Deus para gerar a Imaculada que, por sua vez, é chamada a gerar o Filho do Senhor.

Estamos, hoje, celebrando o dia de São Joaquim e Sant’Ana, os pais da Bem-Aventurada Virgem Maria. Esta não podia deixar de irradiar a graça totalmente especial da sua pureza, a plenitude da graça que a preparava para o desígnio da maternidade divina.

Podemos imaginar quanto estes pais receberam dela, ao mesmo tempo que cumpriam seu dever de educadores. Mãe e filha estavam unidas não apenas por laços familiares, mas também pela comum expectativa do cumprimento das promessas, pela recitação multiforme dos Salmos e pela evocação de uma vida entregue a Deus.

Sant’Ana e São Joaquim são modelos por sua santidade vivida em idade avançada. Em conformidade com uma antiga tradição, eles já eram idosos quando lhes foi confiada a tarefa de dar ao mundo, conservar e educar a Santa Mãe de Deus.

Na Sagrada Escritura, a velhice é circundada de veneração (cf. 2 Mac 6, 23). O justo não pede para ser privado da velhice e do seu peso; ao contrário, ele reza assim: “Vós sois a minha esperança, a minha confiança, Senhor, desde a minha juventude… Agora, na velhice e na decrepitude, não me abandoneis, ó Deus, para que eu narre às gerações a força do vosso braço, o vosso poder a todos os que hão-de vir” (Sl 71 [70], 5-18).

Com a sua própria presença, a pessoa idosa recorda a todos, de maneira especial aos jovens, que a vida na terra é uma “curva”, com um início e um fim. Para experimentar sua plenitude, ela nos exige a referência a valores não efêmeros nem superficiais, mas sólidos e profundos.

Infelizmente, um elevado número de jovens do nosso tempo são orientados para uma concepção da vida em que os valores éticos se tornam cada vez mais superficiais, dominados como são por um hedonismo imperante. O que mais preocupa é o fato de que as famílias se desagregam à medida em que os esposos atingem a idade madura, quando teriam maior necessidade de amor, de assistência e de compreensão recíproca.

Os idosos que receberam uma educação moral sadia deveriam demonstrar, mediante a sua vida e o próprio comportamento no trabalho, a beleza de uma sólida vida moral. Deveriam manifestar aos jovens a profunda força da fé, que nos foi transmitida pelos nossos mártires, e a beleza da fidelidade às leis divinas da moral conjugal.

Teremos nós os olhos e os ouvidos abertos para reconhecer um mistério tão excelso? Peçamos a Sant’Ana e a São Joaquim não só para ver e ouvir a mensagem de Deus, mas, inclusive, para participar dela com amor pelas pessoas com as quais nos encontrarmos, no Seu amor, em particular transmitindo luz e esperança a todas as nossas famílias. Confiemos, de maneira especial a Sant’Ana, as mães, sobretudo as que são impedidas na defesa da vida nascente ou que encontram dificuldades para criar e educar os seus filhos.

Santos do Dia São "Joaquim e Sant'Ana" pais de Nossa Senhora

São Joaquim e Sant'Ana

26 de Julho


Com alegria celebramos hoje a memória dos pais de Nossa Senhora: São Joaquim e Sant'Ana.

Em hebraico, Ana exprime "graça" e Joaquim equivale a "Javé prepara ou fortalece".

Alguns escritos apócrifos narram a respeito da vida destes que foram os primeiros educadores da Virgem Santíssima. Também os Santos Padres e a Tradição testemunham que São Joaquim e Sant'Ana correspondem aos pais de Nossa Senhora.

Sant'Ana teria nascido em Belém. São Joaquim na Galileia. Ambos eram estéreis. Mas, apesar de enfrentarem esta dificuldade, viviam uma vida de fé e de temor a Deus.

O Senhor então os abençoou com o nascimento da Virgem Maria e, também segundo uma antiga tradição, São Joaquim e Sant'Ana já eram de idade avançada quando receberam esta graça.

A menina Maria foi levada mais tarde pelos pais Joaquim e Ana para o Templo, onde foi educada, ficando aí até ao tempo do noivado com São José. A data do nascimento e morte de ambos não possuímos, mas sabemos que vivem no coração da Igreja e nesta são cultuados desde o século VI.


São Joaquim e Sant'Ana, rogai por nós!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Liturgia Diária 25/07/2012 (Quarta)

Evangelho (Mateus 20,20-28)

Quarta-Feira, 25 de Julho de 2012
São Tiago Maior



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

20Naquele tempo, a mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com seus filhos e ajoelhou-se com a intenção de fazer um pedido. 21Jesus perguntou: “O que tu queres?” Ela respondeu: “Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda”.
22Jesus, então, respondeu-lhes: “Não sabeis o que estais pedindo. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber?” Eles responderam: “Podemos”. 23Então Jesus lhes disse: “De fato, vós bebereis do meu cálice, mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. Meu Pai é quem dará esses lugares àqueles para os quais ele os preparou”.
24Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram irritados contra os dois irmãos. 25Jesus, porém, chamou-os e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações têm poder sobre elas e os grandes as oprimem. 26Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; 27quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. 28Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 

Homilia Diaria 25/07/2012 (Quarta)

Não se deixe arrastar pela inveja e vaidade



“O Filho do homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por uma multidão” disse Cristo, para encerrar um triste incidente que se deu entre os apóstolos.

Vale a pena recordar este fato: a mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus e prostrou-se para lhe fazer um pedido. Quer ver a fé desta mulher? Considera o momento em que ela faz o seu pedido. Quando apresenta sua súplica, quais são as circunstâncias de sua petição? A cruz estava preparada, a Paixão se aproximava, a milícia dos judeus já organizara suas fileiras. O Senhor fala de Sua morte, os discípulos se agitam à vista da Paixão, tremem ao seu anúncio, perturbam-se com o que ouvem, sua coragem vacila. É então que aquela mãe aparece e penetra no meio dos apóstolos. Tenta captar o favor real, implorando um trono para seus filhos.

Fazendo uma leitura positiva deste episódio poderíamos dizer que, com os olhos da fé, a mulher vê o futuro e antecipa as palavras do ladrão. Na cruz, este dizia: “Lembra-te de mim, quando entrares em teu Reino” (Lc 23, 42). Ela, antes da cruz, suplica em vista do Reino. Aquela mulher via a Paixão mas, em espírito, percebia a Ressurreição. Via erguer-se a cruz, mas também abrir-se o céu. Via os cravos e contemplava já o trono de glória.

A mãe adotou um ar solene, um olhar suplicante: “Prostrou-se diante de Jesus, para lhe fazer um pedido”. E o que ela pediu? O melhor para os filhos, como é próprio de uma mãe: “Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda”. Nada menos! Pedia os dois primeiros lugares naquele Reino que – tanto ela como os filhos – ainda imaginavam como um reino terreno.

Jesus olhou-a, imagino que carinhosamente divertido. Sorrindo, dirigiu-se aos dois que tinham vindo com a mãe, e disse-lhes: “Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu devo beber?” Cristo ia ser Rei, mas o Seu Reino seria conquistado pela Cruz, por meio da Sua entrega redentora. Eles não sabiam ainda o que isso significava, saberiam mais tarde; mas, mesmo assim, com simplicidade inconsciente, respondem sem hesitar: “Podemos!” Como que a dizer: “Estamos dispostos a tudo, contanto que nos tenhas, no Reino, como homens de confiança, bem perto de Ti”.

Foi aí que irrompeu o conflito. Os outros apóstolos, que tinham ouvido tudo, indignaram-se contra os dois irmãos. Pronto, já estava armada a briga! O Evangelho não a descreve com detalhes, mas todos sabem as caras que fazemos, as palavras que pronunciamos e o tom com que falamos quando estamos morrendo de raiva. No caso, morrendo de inveja: “Quem pensam que são esses dois, que querem passar à frente de todos nós, e ainda por cima com intercessão materna?”

Jesus, calmo e entristecido pelo espetáculo, chamou-os. E disse-lhes: “Sabeis que os chefes das nações as subjugam, e que os grandes as governam com autoridade. Não seja assim entre vós. Todo aquele que quiser tornar-se grande entre vós faça-se vosso servo. E o que quiser tornar-se entre vós o primeiro faça-se vosso escravo. Assim como o Filho do homem – o próprio Jesus – veio, não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por uma multidão”.

A ambição dos dois irmãos e a explosão irritada dos outros dez apóstolos, deram ensejo ao Senhor para expor uma das lições mais belas do Evangelho: o espírito de serviço. Não nos podemos comparar, para ver se um é mais do que o outro. Não devemos nos deixar arrastar pela inveja e uma competitividade vaidosa.

Pelo contrário, a nossa ambição deve ser dar-se totalmente e servir, por amor, como Jesus faz. Aí encontraremos a felicidade. Porque é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo para si que se ressuscita para a Vida Eterna.

Padre Bantu Mendonça

Santo do Dia 25/07/2012 "São Tiago Maior"

São Tiago Maior

Nascido em Betsaida, este apóstolo do Senhor era filho de Zebedeu e de Salomé e irmão do apóstolo João, o Evangelista.

Pescador juntamente com seu irmão João, foi chamado por Jesus a ser discípulo d'Ele. Aceitou o chamado do Mestre e, deixando tudo, seguiu os passos do Senhor.

Dentre os doze apóstolos, São Tiago foi um grande amigo de Nosso Senhor fazendo parte daquele grupo mais íntimo de Jesus (formado por Pedro, Tiago e João) testemunhando, assim, milagres e acontecimentos como a cura da sogra de Pedro, a Transfiguração de Jesus, entre outros.

Procurou viver com fidelidade o seu discipulado. No entanto, foi somente após a vinda do Espírito Santo em Pentecostes que São Tiago correspondeu concretamente aos desígnios de Deus. No livro dos Atos dos Apóstolos, vemos o belo testemunho de São Tiago, o primeiro dentre os doze apóstolos a derramar o próprio sangue pela causa do Evangelho:

"Por aquele tempo, o rei Herodes tomou medidas visando maltratar alguns membros da Igreja. Mandou matar à espada Tiago, irmão de João" (At 12,1-2).

Segundo uma tradição, antes de ser martirizado, São Tiago abraçou um carcereiro desejando-lhe "a Paz de Cristo". Este gesto converteu o carcereiro que, assumindo a fé em Jesus, foi martirizado juntamente com o apóstolo.

Existe ainda outra tradição sobre os lugares em que São Tiago passou, levando a Boa Nova do Reino. Dentre estes lugares, a Espanha onde, a partir do Século IX, teve início a devoção a São Tiago de Compostela.


São Tiago Maior, rogai por nós!

terça-feira, 24 de julho de 2012

Testemunho de Cosme e sua saída das drogas e do tráfico.

Testemunho do Cantor e Compositor Católico COSME!!
Entrevista realizada por Dunga dentro do Programa PHN.
na TV Canção Nova

Liturgia Diária 24/07/2012 (Terça)

Evangelho (Mateus 12,46-50)

Terça-Feira, 24 de Julho de 2012
16ª Semana Comum



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 46enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”.
48Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 49E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. 50Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 
 

Homilia Diária 24/07/2012 (Terça)

Família, um porto seguro


Tem coisa melhor no mundo do que chegar em casa e ter alguém esperando por você? Alguém preocupado com você, perguntando sobre o seu dia, suas dificuldades, suas perdas e vitórias. Alguém sempre disposto, com um ombro amigo, pronto para ouvi-lo e abraçá-lo. Se existem essas pessoas, elas são a sua família: pai, mãe, irmão, avô, avó, sobrinhos, filhos, netos. Sem dúvida, elas são importantíssimas na sua vida por diversas razões.

Você se engana quando se acha forte o suficiente para lutar contra os seus problemas, “matando um leão por dia” nessa selva de pedras. E que selva! Dificuldades, sentimentalismos, angústias, medos. Enfim, a vida nos traz problemas e dificuldades mesmo sendo bela! A família não foi criada para recreação ou por engano, mas exerce uma influência decisiva na formação do indivíduo. Os ataques a ela têm um objetivo único: destruir o ser humano.

O educador brasileiro Paulo Freire dizia o seguinte: “A mim me dá pena e preocupação quando convivo com famílias que experimentam a ‘tirania da liberdade’, na qual as crianças podem tudo: gritam, riscam as paredes, ameaçam as visitas em face da autoridade complacente dos pais que se pensam ainda campeões da liberdade”. Para que a sociedade seja o lugar de todos, na qual cada um se sinta livre – e por isso responsável pelo que acontece à sua volta – é fundamental revermos o conceito que temos de família.

Quando mais precisamos, nossos familiares sempre estão solícitos em ajudá-lo. Porém, nem sempre encontramos a solução dos nossos problemas dentro de nós mesmos ou no meio deles. Mesmo sendo possível fazer algumas escolhas para nortear nossas vidas, devemos nos lembrar que, quando menos esperamos, haverá sempre uma pedra no meio do caminho. De repente, seus amigos não são mais amigos, algumas pessoas que você ama se foram, e você tem a família para ajudá-lo.

É aí que nossos familiares e verdadeiros amigos fazem a diferença, abrindo nossos olhos, mostrando-nos que precisamos de ajuda externa; afinal, em certos problemas, a melhor coisa a se fazer é procurar um profissional que nos ajude com com essas situações. O profissional é Jesus de Nazaré, o Bom Pastor que dá a vida pelas Suas ovelhas. Ele nos convida a ser seus irmãos e irmãs. É verdade que alguns têm preconceito e não procuram a ajuda deste “profissional”, pois pensam que é tempo jogado fora; outros, por acharem que religião é coisa de loucos, de fracassados. Mas eu lhe digo que, quem pensa dessa forma, está completamente enganado!

Nesse mundo em que vivemos, somos bombardeados, diariamente, por problemas, dúvidas, incertezas e coisas semelhantes. Jesus, então, se apresenta como nosso Irmão, para nos indicar o verdadeiro caminho que nos conduz ao chefe da família: Deus, nosso Pai.

“Pai, reforce os laços que me ligam aos meus irmãos e irmãs de fé, de forma a testemunhar que formamos uma grande família, cujo Pai é o Senhor.  Amém.”

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Como deve ser a Educação dos Filhos?

O fator mais importante na educação é que os pais saibam conquistar os filhos; não com dinheiro, roupa da moda, tênis de marca, etc., mas com aquilo que eles são; isto é, a sua conduta, a sua moral íntegra, a sua vida honrada e responsável e seu bom exemplo. O filho precisa ter “orgulho” do seu pai, ter “admiração” pela sua mãe, ter prazer de estar com eles, ser seus amigos. Assim ele ouvirá os seus conselhos e as suas correções com facilidade. Mas para conquistar o teu filho você não precisa gastar muito dinheiro com ele, mas terá de gastar muito tempo e dedicação.

Vi certa vez uma frase, em um adesivo de automóvel, que dizia: Adote o seu filho, antes que o traficante o faça. De fato, se não conquistarmos os nossos filhos, com amor, carinho e correção sadia, eles poderão ir buscar isto nos braços de alguém que não convém. É preciso que cada lar seja acolhedor para o jovem, para que ele não seja levado a buscar consolo na rua, na droga, na violência… fora de casa. Sobretudo é primordial o respeito para com o filho; levá-lo a sério, respeitar os seus amigos, as suas iniciativas boas, etc. Se você quer ser amigo do seu filho, então deve tornar-se amigo dos seus amigos, e nunca rejeitá-los. Acolha-os em sua casa.

Muitos pais erram ao mandarem os seus filhos para a casa dos outros para ficarem livres deles, ou para que não façam bagunça em casa; é um grande engano.  Deixe que o seu filho traga os seus amigos para a sua casa; então, você os poderá conhecer e evitar as más companhias para eles.

Diante dos filhos os pais não devem ser super-heróis, que nunca erram. Ao contrário, os filhos devem saber que os seus pais também erram e que também têm o direito de serem perdoados; e, para isso, os pais precisam aprender a pedir perdão para os filhos quando erram em relação a eles. Não há fraqueza nisto, e muito menos isto enfraquecerá a sua autoridade de pai. Ao contrário, diante da humildade do pai e da sua sinceridade, a admiração do filho por ele crescerá. Tudo  isto faz o pai “conquistar” o filho.

O educador francês André Bergè, diz que “os defeitos dos pais são os pais dos defeitos dos filhos”. Parafraseando-o podemos dizer também que “as virtudes dos pais são os pais das virtudes dos filhos”. Não é sem razão que o povo afirma que “filho de peixe é peixinho”.Isto faz crescer a nossa responsabilidade.

É importante que os pais saibam corrigir os filhos adequadamente, com firmeza é certo, mas sem humilhá-los. Não se pode bater no filho, não se pode repreendê-lo com nervosismo, ofendê-lo na frente dos seus amigos e irmãos. Isso tudo humilha o filho e o faz odiar os pais. Há pais que gritam com seus filhos e os ofendem e magoam na frente de outras pessoas; ora, esta criança ficará com ódio deste pai. E como este pai, ou esta mãe, poderá dar um bom conselho a este filho; ele se negará a segui-lo.

Conquiste o seu filho, não com dinheiro, mas com amor, vida honrada e presença na sua vida. E, sobretudo, leve-o para Deus, com você! São Paulo diz aos pais cristãos:”Pais, não deis a vossos filhos motivo de revolta contra vós, mas criai-os na disciplina e correção do Senhor” (Ef 6,4).

Quanto mais as santas Leis de Deus em relação à família, forem desrespeitadas tanto mais famílias destruídas teremos, e tanto mais lágrimas rolarão dos olhos  dos pais e dos filhos.

No capítulo 30 do Eclesiástico, a Palavra de Deus fala aos pais sobre a sua enorme responsabilidade na educação dos filhos. Ele diz: “Aquele que ama o seu filho corrige-o com freqüência, para que se alegre com isso mais tarde” (Eclo 30,1). Infelizmente são muitos os pais que não corrigem os seus filhos, ou porque são relapsos como pais, ou porque também precisam de correção, já que também não foram educados. Mais à frente ele diz: “Aquele que estraga seus filhos com mimos terá que lhes curar as feridas” (Eclo 30,7).

A palavra é pesada, “estraga”, com “mimos”. A criança mimada  torna-se problema; pensa que o mundo é dela, e que todos devem servi-la. Não há coisa pior para um filho. Isto ocorre muito com o filho-único, objeto de “todas” as atenções e cuidados dos pais, avós e tios. Aí é preciso uma atenção especial!

“Um cavalo indômito torna-se intratável, a criança entregue a si mesma torna-se temerária” (Eclo 30,8).
Não pode haver mal maior do que deixar uma criança abandonada, materialmente, mas principalmente na sua educação.
“Adula o teu filho e ele te causará medo”, diz o Eclesiástico (30,9).
“Não lhes dê toda a liberdade na juventude, não feches os olhos  sobre as suas extravagâncias” (30,11).

Muitos pais, vendo os filhos errarem, não os corrige. Temos que ensinar o filho usar a liberdade com responsabilidade. Não dar-lhe “toda” liberdade. Sem responsabilidade e verdade, a liberdade se torna libertinagem e mau hábito perigoso. Se o trem sair dos dois trilhos, ele descarrila e tomba; se a liberdade não tiver normas se torna vandalismo.

Liturgia Diária 23/07/2012 (Segunda)

Evangelho (Mateus 12,38-42)

Segunda-Feira, 23 de Julho de 2012
16ª Semana Comum



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 38alguns mestres da Lei e fariseus disseram a Jesus: “Mestre, queremos ver um sinal realizado por ti”. 39Jesus respondeu-lhes: “Uma geração má e adúltera busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal do profeta Jonas.
40Com efeito, assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem estará três dias e três noites no seio da terra. 41No dia do juízo, os habitantes de Nínive se levantarão contra essa geração e a condenarão, porque se converteram diante da pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas. 42No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará contra essa geração, e a condenará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 

Homilia Diária 23/07/212 (Segunda)

O que você tem buscado em Jesus?




A Palavra do Senhor é atual para os nossos dias. Tantas pessoas que buscam o Senhor pelos seus milagres, curas e benefícios e se esquecem de buscar o Senhor dos milagres e das curas.

Quantas vezes nós buscamos o Senhor, porque queríamos um sinal d’Ele? Uma cura, um milagre ou qualquer outra graça. Quantas vezes voltamos à Santa Missa, porque estávamos necessitados de algo? 

Quantas vezes voltamos ao grupo de oração, porque algo em nós não está bem?

Nós buscamos o Senhor somente quando a nossa situação aperta. Voltamo-nos para a Igreja somente quando precisamos e nos esquecemos de buscar Deus, porque o maior sinal que o mundo poderia receber do Seu amor já foi dado quando Ele deu o Seu próprio Filho Jesus para nossa salvação. Esse é o maior sinal que Ele poderia dar à humanidade.

Jesus morreu por cada um de nós, mas nós ainda pedimos um sinal a Ele, ainda murmuramos, ainda dizemos que Deus se esqueceu de nós.

Devemos buscar o Senhor, porque Ele é bom e se faz presente, diariamente, em nossa vida. A cada momento, o Senhor toca o seu coração, revelando a você Sua misericórdia.

Veja as palavras do Senhor hoje: “Uma geração má e adúltera busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o do profeta Jonas”. É para mim e para você que Jesus dirige estas palavras, pois vivemos numa geração, numa sociedade adúltera e depravada, na qual os valores familiares e cristãos estão se perdendo a cada dia, os ensinamentos do Senhor não estão sendo levados a sério, seus pastores estão ensinando o que pensam e o que acham, e ainda pedimos um sinal do Senhor: “Mestre, queremos ver um sinal realizado por Ti”.

Lembramo-nos de que, como cristãos católicos, o Senhor nos chama à santidade. Nós devemos buscá-la. Aliás, não temos outra finalidade, senão a de sermos santos, justos com o Senhor. Não podemos nos ajuntar aos demais que insistem em agredir e adulterar o amor de Deus em seus corações.

Devemos deixar que o Espírito Santo reinflame em nós a fidelidade para com nosso Deus, que é eterno e que nos deu o maior sinal que poderíamos ter.

Que hoje, ao ler esta homilia, você possa refletir, em seu coração, como anda a sua relação com Deus. Ela tem sido interesseira ou sincera? Como você está agindo e caminhando no meio de uma geração adúltera? Busca, constantemente, a santidade ou está gostando de andar no meio dos adúlteros, fraudulentos, gananciosos e criminosos que pedem que Jesus realize um sinal para acreditarem n’Ele? Enfim, o que você tem buscado em Jesus?

domingo, 22 de julho de 2012

Liturgia Diária 22/07/2012 (16º Domingo)


Evangelho (Marcos 6,30-34)

Domingo, 22 de Julho de 2012
16º Domingo Comum


— O Senhor esteja convosco
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 30os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram tudo o que haviam feito e ensinado.
31Ele lhes disse: “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco”. Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo que não tinham tempo nem para comer.
32Então foram sozinhos, de barco, para um lugar deserto e afastado. 33Muitos os viram partir e reconheceram que eram eles. Saindo de todas as cidades, correram a pé, e chegaram lá antes deles.
34Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas.



- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor

Primeira leitura (Jeremias 23,1-6)

Segunda leitura (Efésios 2,13-18)

Salmo (Salmos 22)

 

  Sacerdote - O sacrifício de um homem

Homilia Diária 22/07/2012 (domingo)

Aprenda a carregar as pessoas no coração


 

 


O Evangelho de hoje mostra Jesus cuidando de Seus discípulos e em contato com as multidões carentes, atento às suas necessidades e procurando libertá-las de suas carências e opressões, dirigindo-lhes a Palavra.

Jesus repete novamente sua preocupação a respeito da falta de operários para a messe, ou de pastores para o rebanho. Em outras palavras, hoje seria a falta de padres que sejam verdadeiramente pastores das ovelhas. Ontem, como hoje também, existem muitas ovelhas precisando de pastores pelo mundo afora. E Cristo nos compromete nesta missão.

O amor de Jesus é tão sincero e afetuoso pelos seus irmãos, que nem mesmo o cansaço ou a fome são capazes de privar as pessoas de Seu convívio. Nesta Palavra de hoje, percebemos duas atitudes de Cristo para com os seus. A primeira, quando Ele chama Seus discípulos ao descanso, sabendo que eles viveram uma batalha espiritual árdua; para tanto, é preciso recolhimento, descanso físico e espiritual. É preciso se fortalecer. A comida, por exemplo, pode ser entendida como alimento material, mas também alimento espiritual, afinal “nem só de pão vive o homem”. Em muitos momentos do Evangelho, o próprio Cristo se recolhe para orar, para conversar com Deus. Ele nos ensina a ter esse momento para criar intimidade com o Pai.

Entretanto, aquela multidão que ali se encontra não percebe essa situação, porque estão sedentos de amor, atenção, pois eles estão, constantemente, sendo excluídos da sociedade e da própria religião que professavam. Em Jesus e em Seus discípulos se percebe um acolhimento, uma Palavra que é diferente de tudo que eles conheciam, uma Palavra que une e não separa, que perdoa e não se vinga das suas faltas. A razão é simples: eles eram como “ovelhas sem pastor”. Isto significa que eles agiram até agora por ignorância. Sem saber ou distinguir “a mão direita da esquerda”. Que constatação triste! Não existe nada pior que a solidão, não ter com quem contar, com quem conversar, dividir dores e alegrias. Não fomos feitos pra viver como “ilha”, mas juntos. Jesus sente essa solidão em cada pessoa, apesar de estarem numa multidão.

O texto ressalta a compaixão de Cristo pelo povo muito sofrido, rejeitado e desprezado pelos chefes político-religiosos de então, não tendo nem tempo para comer. E quando Ele se retirava, o povo ia atrás d’Ele. O que atraía tanta gente? Com certeza, não foi em primeiro lugar a doutrina, nem os milagres, mas o fato de irradiar compaixão, de demonstrar, de uma maneira concreta, o amor compassivo de Deus.

Jesus não teve “pena” do povo, não teve “dó” dos sofridos. Teve “compaixão”, literalmente,  pois Ele sofria junto, tinha empatia com os sofredores, a qual se transformava numa solidariedade afetiva e efetiva. Este traço da personalidade do Senhor desafia a Igreja e os seus ministros, hoje, para que não sejam “burocratas do sagrado”, mas irradiadores da compaixão do Pai.

Infelizmente, muitas vezes, as nossas igrejas mais parecem repartições públicas do que lugares do encontro com a comunidade que acredita no amor misericordioso de Deus e na compaixão de Jesus! A frieza humana frequentemente marca as nossas atitudes, pregações e cuidado pastoral. Num mundo que exclui, marginaliza, e só valoriza quem consome e produz, o texto de hoje nos desafia a nos assemelharmos cada vez mais a Jesus, irradiando compaixão diante das multidões que hoje – como nunca! –  estão como ovelhas sem pastor.

Então, mesmo sabendo da necessidade de descanso, Ele sente compaixão, e serve. Ensina-nos que servir ao próximo deve ser prioridade, apesar dos cansaços, apesar das dores, precisamos ver e entender que existem muitas pessoas necessitadas. E pode ter certeza que muitos a nossa volta, que aparentemente não precisam de nada, são carentes de uma palavra, de um ombro amigo, de alguém que os escute. E, por isso, manifestam a sua carência de várias formas: agressividade, mau comportamento, irritação, puxando o chão dos nossos pés. E tudo o que fazem é somente procurando arruinar a vida dos outros.

Minha irmã, meu irmão, não existem pessoas difíceis ou que nos roubem tempo. O segredo é levá-las não nos ombros e sim no coração. Pois as pessoas nos serão pesadas se nós as carregarmos nos ombros. Mas se as levarmos no coração elas se tornam mais leves. Basta pedir que Jesus faça do seu coração semelhante ao d’Ele, e verá que estas pessoas são como que ovelhas sem pastor. E então você será o pastor que elas estão precisando.

Ó Pai, dai-nos a graça de levar nossos irmãos no coração, de servir acima das nossas próprias necessidades confiando que, em Jesus, poderemos descansar e entregar nosso peso para que Ele nos ajude a levar o nosso e o dos outros.

sábado, 21 de julho de 2012

Liturgia Diária 21/07/2012 (Sábado)

Evangelho (Mateus 12,14-21)

Sábado, 21 de Julho de 2012
15ª Semana Comum


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 14os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus. 15Ao saber disso, Jesus retirou-se dali. Grandes multidões o seguiram, e ele curou a todos. 16E ordenou-lhes que não dissessem quem ele era, 17para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías:
18“Eis o meu servo, que escolhi; o meu amado, no qual ponho a minha afeição; porei sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará às nações o direito. 19Ele não discutirá, nem gritará, e ninguém ouvirá a sua voz nas praças. 20Não quebrará o caniço rachado, nem apagará o pavio que ainda fumega, até que faça triunfar o direito. 21Em seu nome as nações depositarão a sua esperança”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 

Homilia Diaria 21/07/2012 (Sábado)

Que todos os povos ponham a sua esperança em Cristo



“Aqui está o meu servo que escolhi, aquele que amo e que dá muita alegria ao meu coração”. É o próprio Deus dando testemunho do Verbo Divino, Aquele que existe desde toda a eternidade, Aquele que é invisível, incompreensível, incorpóreo, o Princípio que procede do Princípio, a Luz que nasce da Luz, a fonte da vida e da imortalidade, Aquele que é a expressão fiel do princípio divino, o selo inamovível, a imagem perfeitíssima, a Palavra e o pensamento do Pai (cf. Heb 1,3). É o mesmo que vem em ajuda da criatura feita à Sua imagem (cf. Gn 1,27) e por amor do Homem se faz homem.

Sua missão fundamental é fortalecida pelo Seu Pai: “Eu porei nele o meu Espírito, e ele anunciará o meu julgamento a todos os povos. Não discutirá, nem gritará, nem fará discursos nas ruas. Não esmagará o galho que está quebrado, nem apagará a luz que já está fraca. Ele agirá assim até que a causa da justiça seja vitoriosa”.

Assim, Ele assume um corpo para salvar a humanidade e une-se a uma alma racional por amor da minha alma. Para purificar aqueles a quem se tornou semelhante, fez-se homem em tudo exceto no pecado. Aquele que enriquece os outros fez-se pobre. Aceita a pobreza da minha condição humana para que eu possa receber as riquezas da Sua divindade (cf. 2Cor 8, 9). Aquele que possui tudo em plenitude, aniquila-se a Si mesmo, priva-se por algum tempo da Sua glória para que eu possa participar da Sua plenitude.

Por que tantas riquezas de bondade? Que significa para nós este mistério? Eu recebi a imagem divina, mas não soube conservá-la; agora Ele assume a minha condição humana para restaurar a perfeição daquela imagem e dar imortalidade a esta minha condição mortal. Deste modo, estabelece conosco uma segunda aliança, mais admirável que a primeira. Convinha que o homem fosse santificado mediante a natureza assumida por Deus. Convinha que Ele triunfasse, deste modo, sobre o nosso tirano, que nos subjugava, para nos restituir a liberdade e reconduzir-nos a Si pela mediação de Seu Filho. E Cristo realizou, de fato, esta obra redentora para glória de Seu Pai, que era o objetivo de todas as Suas ações. Que todos os povos ponham n’Ele a sua esperança.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Deixe-se trabalhar por Deus na oficina da vida

Deus quer nos fazer filhos d'Ele, e essa é a beleza de nossas vidas. O Senhor nos mostrou isso ao nos comparar com o barro nas mãos do oleiro, o qual faz vasos maravilhosos. 

Para os judeus, o oleiro era um artista, porque trabalhava com o barro, ou seja, fazia, com aquilo que era desprezível e sem valor, algo maravilhoso. Mas uma coisa essencial na fabricação de um vaso é o processo em que esse objeto vai ao forno e passa por um fogo muito alto para ser “fundido”; se o barro não for bem trabalhado no processo de purificação, ele rachará ao ir ao forno. No entanto, se ele for um bom barro, resistirá ao fogo e ficará, justamente por causa desse elemento [fogo], um lindo vaso.

Não há outro meio para alcançarmos a santidade. Temos de passar pelo fogo, pela cruz. Nós somos de barro, mas Deus quer nos transformar e nos fazer um vaso artístico. Ele é capaz de fazer deste barro, que somos nós, um vaso precioso. 


O Senhor nos criou para a eternidade, mas, infelizmente, nossa cabeça tem dificuldade de acreditar que nós viemos ao mundo para passar a eternidade com Ele. Assim como o vaso precisa passar pelo fogo para ser purificado, nós precisamos passar por este mundo para chegarmos à eternidade. Como o oleiro tem paciência com o vaso, o Senhor tem paciência conosco. Todo oleiro tem uma oficina, na qual trabalha com seus objetos. Da mesma forma, Deus tem uma "oficina", na qual Ele trabalha você. Esta "oficina" é a sua casa, o seu trabalho, a sua comunidade. Deixe-se trabalhar por Deus na oficina da vida.

Desta forma, entendemos o porquê da cruz, o porquê do sofrimento. Por ter muita sujeira dentro do barro, o oleiro precisa ter a mão firme para trabalhá-lo. O Senhor também tem a mão forte para trabalhar em nós. Ele precisa que, durante o tempo de nossa vida, esta sujeira saia para que possamos entrar no céu como um vaso novo, um vaso provado pelo fogo.

Temos de entender que a vida não é uma mentira de novela, ela é uma aventura de transformação.
 

O Senhor mesmo falou que o joio vai ser lançado fora, porque ele não é puro; o joio não é trigo, portanto, aquilo que é trigo, que é ouro, aquilo que é bom deve ser cada vez melhor, e a realidade do mundo está mostrando que o mau está ficando cada vez pior. Portanto, é preciso dizer 'sim' à santidade. "Ou santos ou santos!"  



Fonte: cancaonova.com

Trecho da palestra "A vida não é passatempo" com Monsenhor Jonas Abib