Nossa indiferença pode nos excluir do Reino de Deus
Betsaida foi uma das cidades
que entristeceram Jesus, porque, apesar de ter sido a terra natal dos
apóstolos Pedro, André e Felipe, de ter sido também o lugar onde o
Senhor fez a maior parte de Seus milagres, Corazim e Betsaida eram
cidades totalmente corrompidas, incrédulas e interesseiras. Mas que
lições podemos tirar de toda esta situação?
Primeiro: se não vigiarmos, a nossa
convivência com um ambiente corrompido nos corromperá. Quantos homens
bons e honestos se corrompem ao entrar na política! Quantos jovens
crentes mudam suas atitudes cristãs ao entrarem na universidade! Quantos
homens e mulheres cristãos mudam suas aparências e seus atos ao
entrarem em certos empregos ou quando sobem seu poder aquisitivo!
Quantos servos de Deus, comprometidos com o Evangelho, têm esfriado ou
deixado Jesus, porque assimilaram a corrupção, o pecado do mundo!
A segunda lição que aprendemos com Betsaida é que a nossa indiferença poderá nos excluir do Reino de Deus.
“Ai de ti, Corazim! Ai de ti,
Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidônia fossem feitos os prodígios que
em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com
cinza. Por isso eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidônia,
no dia do juízo, do que para vós”. Tiro e Sidônia eram cidades
pagãs da Fenícia – atual Líbano, – cidades que não viram os milagres e
tudo o que Jesus fez.
Portanto, presumi-se que por ignorância agiam e
praticavam a maldade. Quem o diz é o próprio Jesus:
“Porque, se os
milagres que foram feitos aí tivessem sido feitos na cidade de Sodoma,
ela existiria até hoje. Pois eu afirmo a vocês que, no Dia do Juízo,
Deus terá mais pena de Sodoma do que de você, Cafarnaum”.
Betsaida era indiferente com o poder de
Deus. Era uma cidade mergulhada no mundanismo. A “Betsaida de hoje”
somos nós quando somos indiferentes ao Senhor. Deus está falando
conosco, mas nós estamos conversando com outros, com o pensamento longe;
às vezes, dentro da própria Igreja ou na Celebração Litúrgica.
Somos indiferentes quando sabemos da necessidade do irmão, mas não lhe damos a mínima atenção.
Somos indiferentes quando não andamos no caminho estreito, preferindo agir conforme a nossa vontade.
Somos indiferentes quando achamos que Jesus irá tardar a voltar e teremos muito tempo para desfrutar os prazeres da vida. Somos indiferentes quando conhecemos a Palavra de Deus, sabemos o que é do Seu agrado e o que não o é. Conhecemos as profecias, mas relegamos tudo isso para o terceiro plano.
A nossa indiferença com Jesus poderá nos
custar o preço de Corazim e Cafarnaum ou o preço das virgens néscias, ou
seja, o preço de ser deixados para trás. Quantos não vêm para Jesus por
causa de problemas com os filhos ou com os pais? Muitas vezes, é a
perda trágica de um parente que nos faz sair da aldeia e buscar Jesus.
Vivemos no nosso mundo egoísta, na nossa aldeia, no nosso conformismo,
na nossa preguiça espiritual e, muitas vezes, não deixamos Jesus entrar
nela. Colocamos nossos negócios, nossos alvos na frente de Jesus e não o
Reino de Deus em primeiro lugar. Muitas vezes, estamos (ou pensamos que
estamos) presos a religiões, culturas, ideias, traumas antigos,
conceitos e preconceitos. Então, Jesus, dirigindo-se a nós, diz: “Ai de ti Corazim! Ai de ti Betsaida!”
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