O banquete do amor que espera e alimenta a nossa esperança
Irmãos e irmãs, ou melhor, como a
alegoria das núpcias de Cristo com a Sua Igreja-Esposa (Mt 25, 1-13)
sugere: Caras “companheiras” da Esposa!
Na parábola das dez virgens, ou damas de
honra, estamos todos incluídos, pois o Senhor não exclui ninguém da
participação de Seu Reino. No entanto, a graça reclama condutas que
podem ser comparadas às expectativas da “noiva” (esposa) durante o
ritual judaico do matrimônio. É isto que Jesus fez e faz! Ele usa desta
parábola para falar do nosso relacionamento com o Esposo que, em breve,
virá e não quer ninguém de fora do banquete eterno.
Segundo o costume judaico, a festa
acontecia no final da tarde e era incluída uma procissão até o lugar do
festim. Aquele momento de partilha e alegria era realizado na casa do
noivo (cf. Mt 22, 1-14), mas também podia acontecer na casa da noiva,
para onde a procissão deveria seguir. A parábola das dez virgens parece
se encaixar neste segundo caso.
Uma outra característica, própria desta
celebração, era uma efusiva manifestação da beleza e alegria que
permeava estes acontecimentos, encontrando o seu ápice de manifestação
material quando era um casamento real. Assim confirma o salmista: «Entra
com todo esplendor a filha do rei, tecido de ouro é seu vestido; é
apresentada ao rei com preciosos bordados, com ela as damas de honra a
ti são conduzidas; guiadas em alegria e exultação entram juntas no
palácio real» (Sl 45, 14-16).
Ainda que todo este esplendor não fosse
possível para todos, sem dúvida, o essencial do júbilo não devia faltar,
principalmente às convidadas da noiva para compor a procissão. Aí,
irmãos e irmãs, nos encontramos, mais uma vez, todos nós! Pelos méritos
de Cristo – o Rei e Esposo da Igreja -, somos participantes do novo povo
de Deus, membros da Igreja e amados pelo Senhor, o qual é exemplo de
entrega, inclusive no tocante à missão dos maridos:
«Maridos, amai as vossas mulheres
como Cristo também amou a Igreja e se entregou por ela, a fim de
santificar pela palavra aquela que Ele purifica pelo banho da água. Pois
Ele quis apresentá-la a si mesmo toda bela, sem mancha nem ruga ou
qualquer reparo, mas santa e sem defeito» (Ef 5, 25-27).
Voltando à parábola das companheiras
prudentes e das descuidadas, percebe-se que a utilização de lâmpadas era
um acessório também costumeiro naquele tipo de ritual. Portanto, todas
já estavam devidamente avisadas. O que não significava que todas se
encontravam preparadas.
Neste sentido, Nosso Senhor e Esposo da
Igreja não deixa, pelo Evangelho, a humanidade orientada quanto a Sua
segunda vinda? Fazendo parte do mesmo «Sermão Escatológico», registrado
no Evangelho de Mateus, pode-se ler e ouvir: «Ficai certos: se o
dono de casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, vigiaria e
não deixaria que sua casa fosse arrombada. Por isso, também vós, ficais
preparados! Pois na hora em que menos pensais, virá o Filho do Homem»
(Mt 24, 43-44). Então, o que estamos esperando para compormos, com
alegria e esperança, o grupo das pessoas cuidadosas para com as
promessas de Deus?
A Igreja de Cristo é a esposa real que
espera e clama, sem cessar, por este encontro definitivo; e ela não está
sozinha: «O Espírito e a Esposa dizem: “Vem”! Aquele que ouve também
diga: “Vem”! Quem tem sede, venha e quem quiser, receba, de graça, a
água vivificante» (Ap 22,17). Por isso, para «sentirmos com a Igreja» e
correspondermos às escolhas de Deus, precisamos desta «água vivificante»
sobre nós, qual um despertador da sonolência provocada pela imprudência
e todos os outros tipos de pecado.
Vinde, Espírito Santo, e nos desperte a
uma esperança ativa e previdente, capaz de possuir um testemunho, no
mínimo, suficiente para sermos salvos pela Misericórdia Divina e sinais
deste amor neste mundo! Obrigado, Senhor, por nos revelar que agora é o
tempo da esperança. É tempo do amor! É tempo de conhecer o Esposo e a
Esposa.
É tempo do óleo do testemunho! Pois, se
para as privilegiadas companheiras da parábola não houve mais tempo
suficiente nem tampouco desculpas fiáveis quando o noivo se manifestou,
por que não haveríamos de ouvir aquelas temíveis palavras: «Em verdade
vos digo: não vos conheço!» (Mt 25, 12)?
Sendo assim, sem medo, mais cheios de
esperança e prudência, ouçamos a Palavra d’Aquele que veio para nos
salvar e nos acolher no banquete escatológico. Se não fosse assim, Ele
não insistiria tanto em dispor, ainda no tempo, estas e outras Palavras
de vida eterna, verdadeiro alimento de esperança, servido,
principalmente, na Mesa da Palavra: «Portanto, vigiai, pois não sabeis o
dia nem a hora» (Mt 25, 12).
Comunidade Canção Nova
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