Jesus faz do ambiente familiar um lugar de saúde e vida
Jesus decide abandonar a sinagoga; a
razão não é dita, mas, pelo que se pode entender, Ele quer transformar e
fazer do ambiente familiar – simbolizado pela casa da sogra de Simão -,
um lugar de oração, de cura e libertação, de paz e justiça, de amor e
partilha, de alegria e sucesso, de misericórdia e perdão.
Jesus faz do ambiente familiar um lugar
de saúde e vida. Portanto, a casa, o lar, a família são lugares
privilegiados para construirmos as nossas sociedades. Assim, numa
sociedade como a nossa, na qual o conceito de família anda tão
deturpado, Cristo chama o casal cristão a ser estrutura sustentadora de
uma família capaz de encontrar relações novas, não ditadas pela carne e o
sangue, mas pela vida nova que Cristo confere pelo batismo. Isto reduz o
egoísmo e faz com que cresça a caridade, dom do Espírito Santo, e se
realize a “Igreja doméstica”.
Jesus toma conhecimento da doença que
afeta os casais e vai para ao lado da cama deles, dando uma ordem à
febre. Este gesto apela, primeiro, ao zelo apostólico do Senhor. Por
outro lado, chama-nos a visitar, entrar e abeirar-nos dos leitos de
muitos homens e mulheres que estão doentes e deitados, sem forças para
levantar a cabeça, o corpo e servir os seus como deveriam fazer, a
exemplo da sogra de Pedro.
Veja que, na casa, a mulher,
personificada na sogra de Simão, é valorizada na sua prática do serviço,
que é a característica fundamental do Reino. Um outro pormenor a
considerar é que a cena narrada se passa num sábado, dia do culto na
sinagoga. Neste dia, todo trabalho cessava e só era permitido caminhar
até uma curta distância. Ao pôr-do-sol, termina o dia do sábado e começa
o primeiro dia da semana. É a introdução do domingo, o dia por
excelência para nós cristãos.
O povo, liberado das restrições legais do
sábado – que ao invés de salvar, condenava; de dar vida, matava -,
corre a Jesus, quem os cura, liberta e salva. Ele, na Sua prática, vai
revelando que os males da humanidade resultam, principalmente, da falta
de carinho, amor, ternura, paz, justiça, reconciliação, diálogo, atenção
e falta de Deus na comunidade-família que deveria ser construtora de
vidas novas.
Neste trabalho, é preciso que a
comunidade e os evangelizadores saibam que estão a serviço de Deus e não
em busca de privilégios ou de poder. É preciso que ela tenha as portas
abertas para todos. O meu e o seu serviço é o de levar todos os
enfermos, quer os da família de sangue quer não: “todos os que
tinham amigos enfermos, com várias doenças, os levaram a Jesus. Ele pôs
as suas mãos sobre cada um deles e os curou”.
A você me dirijo recordando que, como
apóstolo, você é enviado e ordenado para anunciar a Palavra. De modo
que, trazendo todos os enfermos – quer corporais quer espirituais –
possam ser curados e entendam Deus na Pessoa do Seu Filho, Jesus Cristo.
Ele que acolhe, liberta, perdoa e anuncia a verdade do Reino: a Vida
Eterna.
Esta missão do Filho de Deus nos
compromete e interpela a que – acolhendo maus e bons – possamos ser a
mão, a braço, a boca, o coração e a mente de Cristo, convertendo-nos em
discípulos e missionários do Mestre para que o mundo conheça a Verdade
e, conhecendo a Verdade, possa salvar-se.
Peçamos hoje a Deus um novo ardor missionário.
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