Podem até tentar tirar a cruz dos locais públicos, como estão
fazendo, porém de nossas vidas ninguém poderá tirá-La. Ninguém poderá
nos impedir de usar o Crucifixo em nossas casas, ou trazê-Lo em nosso
peito. Entretanto, usá-Lo exige mais do que coragem de expor um objeto
de devoção, exige que testemunhemos nossa fé de forma autêntica. Quem
carrega a Cruz de Jesus deve se esforçar para viver como Ele.
“Creio em Ti, Jesus de Nazaré, pois tu és o sentido (logos) do mundo e da minha vida” (Bento XVI).
Para o cristianismo, não basta acreditar, ter fundamentos
espirituais, crer em alguma coisa. A qualidade mais profunda da fé
cristã é o seu caráter pessoal. Os cristãos creem em Alguém, e essa fé á
sentido ao mundo e à própria existência daquele que crê.
E é por isso que a sua fórmula central não diz ‘creio em algo’, e
sim, “Creio em Ti”. Ela é o encontro com o homem Jesus, e nesse
encontrar-se ela experimenta o sentido do mundo como pessoa. Na vida de
Jesus a partir do Pai, na imediação e na densidade de seu relacionamento
com ele na oração e até na visão, é Jesus a testemunha de Deus; por
intermédio dele, o intocável tornou-se tocável e o distante tornou-se
próximo. (...)Ele é a presença do próprio eterno neste mundo.
Na face de Jesus de Nazaré, Deus é descoberto. No entanto, para a fé
cristã não é suficiente que creiamos em Jesus Cristo, que cultivemos
esse sentimento como algo bom, agradável, e o guardemos para nós mesmos.
O cristianismo tem uma exigência explícita: É preciso professar
publicamente essa fé.
Fato esse que está na essência da existência da Igreja, como
incumbência dada pelo próprio Jesus. A trajetória do cristianismo vem
sendo marcada por episódios que comprovam isso. Talvez o exemplo mais
contundente seja o dos mártires. No decorrer de nossa história de fé,
muitos foram os que preferiram perder a vida a negar Jesus Cristo. O
sangue deles fez a Igreja crescer. Tornou-se célebre e conhecida até
nossos dias a afirmação de Tertuliano: “o sangue dos mártires é semente
de novos cristãos”. Eles estavam conscientes de que não podiam renegar o
Senhor.
Podemos dizer que a Igreja se expandiu graças aos homens e às
mulheres da primeira hora do cristianismo que, impelidos pelo Espírito
Santo, estavam determinados a apresentar ao mundo as razões de sua
esperança (cf. I Pd 3,15).
E é disso que estamos falando quando nos referirmos à evangelização.
Aquilo que cremos passa a ser partilhado, contado aos demais, porque uma
vez vivida a experiência do encontro com o Senhor é preciso anunciar. A
nós cristãos não é permitido calarmo-nos a respeito do que vimos e
ouvimos (cf. At 4,20).
O mundo tem necessidade da mensagem da qual os cristãos são
portadores. O mundo precisa ser evangelizado, precisa de pessoas que
tenham a coragem de professar a própria fé. E, de acordo com a Palavra,
isso não é opcional; é uma exigência: ai daqueles que se negam a
anunciar o Evangelho (cf. I cor 9,16). Ai daqueles que se envergonham de
dar testemunho público de Jesus. A esse respeito o próprio Senhor nos
alertou: “Aquele, porém que me renegar diante dos homens também eu o
renegarei diante do meu Pai que está nos céus” (Mt 10,33 ).
Entretanto, só as palavras não são suficientes. A nós são exigidas
atitudes concretas, porque também não basta dizer-se cristão; é preciso
viver como tal. Dar testemunho de uma fé autêntica: “é morta a fé sem
obras” (Tg 2,26).
Numa época marcada pelas incertezas e esgotamento de modelos, de
mentalidade teleprogramada, relativista, hedonista e fragmentada, onde
tudo é efêmero e pronto para o consumo rápido e em que o individualismo
egoísta passa a ser visto como uma virtude, faz-se urgente que os
cristãos reapresentem ao mundo qual é a verdadeira proposta de Jesus. É
preciso que os cristãos reajam:
Também aqui devemos redescobrir a coragem do não-conformismo
diante das tendências do mundo opulento. Em vez de seguir o espírito da
época, devemos ser nós a marcar, de novo, esse espírito com austeridade
evangélica. Perdemos o sentido que o cristão não pode viver como vive um
outro qualquer.
O mundo tem sede e fome da mensagem cristã em sua integralidade. Tem
fome e sede de Jesus, Aquele que é o único capaz de dar sentido à vida e
revelar a face verdadeira de Deus. Quem o conhece, pode atestar isso,
e talvez seja devido a essa certeza que seja tão triste presenciar
situações em que Ele seja rejeitado.
EU CREIO EM TI!
E como temos presenciado, em nossos dias, Jesus ser rejeitado! Vemos
isso quando seus ensinamentos são ignorados, até mesmo por cristãos. Que
recriam um estilo de semi-baseado na Palavra. Adaptado de forma que
seja conveniente.
Ele tem sido rejeitado quando Sua vida, morte e ressurreição ou são negadas ou tratadas com total indiferença.
E O vemos sendo rejeitado toda vez que sua própria imagem é renegada.
Ao redor do mundo, são muitos os países - mediante a apresentação de
argumentos totalmente questionáveis, como bem nos apresenta na edição 75
Felippe Nery nas páginas 14 e 15 o símbolo máximo do cristianismo está
sendo retirado de espaços públicos.
A esse respeito, questiona Bento XVI:
Antes de mais nada há que se colocar a seguinte questão, por que é
que deve proibi-lo? Se a cruz contivesse uma mensagem que fosse
inconcebível e inaceitável para outros, então essa seria uma medida a se
considerar. Mas a cruz representa que o próprio Deus é sofredor, que
Ele nos ama através da sua dor. Esta é uma afirmação que não ataca
ninguém. Isto por um lado. Por outro lado também existe naturalmente uma
identidade natural na qual se baseiam nossos países. Uma identidade que
forma os nossos países de forma positiva e a partir de dentro, e que
forma os princípios positivos e as estruturas básicas da sociedade, por
meio dos quais o egoísmo é rejeitado, possibilitando uma cultura de
humanidade. Eu diria que essa autoexpressão cultural de uma sociedade
que vive de forma positiva não pode ser criticada por ninguém que não
partilhe dessa convicção, e também não pode ser banida.
É injusto, sabemos. Mas se, por erro de interpretação ou pela dureza
de corações fechados à verdade, estão renegando a Cruz, não podemos
ficar indiferentes.
Se o crucifixo não tem espaço nas paredes de tribunais, hospitais,
escolas, pode continuar presente nesses locais por meio dos cristãos
(que trabalham nesses lugares, por exemplo). Quem poderá impedir-nos de
usá-Lo?
Vamos levar o símbolo da nossa fé aonde formos! Ninguém é obrigado,
obviamente, a fazer isso, mas que bonito seria se todos fizéssemos.
Aquele crucifixo que temos guardado na gaveta, ou que usamos somente
em retiros, poderia ser usado em nosso dia a dia. Não como um acessório
de beleza (muitas pessoas o usam desta forma, sem que isso signifique a
profissão de uma fé).
Quem sabe o crucifixo volte a ocupar um lugar central em nossas
salas? Em nossos quartos? Aqueles que são proprietários de
estabelecimentos comerciais também podem resgatar o uso desse objeto que
simboliza nossa fé. E se usarmos adesivos em nossos carros com a Cruz?
Bem, essas são algumas possibilidades, certamente existem muitas outras.
CAMPANHA
Em resumo, a ideia é simples: podem até tirar (por ignorância ou por
maldade) a Cruz de uma série de espaços, mas não poderão tirá-La de
nossas vidas, assim como não puderam impedir a manifestação da fé de
tantos homens e mulheres que marcaram a história da Igreja, mesmo sob
ameaça de morte.
Interessante é que, ao portarmos esse símbolo tão sagrado, somos
constantemente chamados a ser testemunhas. Ele nos mostra, a cada
instante, que devemos viver de acordo com a fé que professamos.
Afinal, ao trazer em nosso peito a Cruz, estamos expressando quem somos;
e ao identificarmo-nos como cristãos, somos impelidos a viver
dignamente esta condição. Com tal profissão explícita nos sentimos
motivados, até mesmo constrangidos (no sentido de nos vigiarmos melhor) a
agir como convém a um cristão.
Que o Santo Espírito nos permita sempre acreditar para que, crendo,
professemos com palavras e atos a fé cristã, de modo que o mundo veja e
acredite e para que tenhamos a graça de chegarmos a um nível de
santidade que nos permita afirmar: “Com Cristo, eu fui pregado
na Cruz. Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim. Esta minha vida
presente, na carne, eu a vivo na fé, crendo no Filho de Deus, que me
amou e por mim se entregou” (Gálatas 2, 19b-20).
Entre nessa campanha! Aqui você pode fazer downloads dos materiais Eu Crei em Ti!
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Por Lúcia Volcan Zolin
Coordenadora Nacional do Ministério e Comissão de Comunicação
Grupo de Oração Divina Misericórdia
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