domingo, 30 de setembro de 2012

Liturgia Diária 30/09/2012 (26º Domingo Tempo comum)


Evangelho (Marcos 9,38-43.45.47-48)

Domingo, 30 de Setembro de 2012
26º Domingo Comum



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 38João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue”.
39Jesus disse: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. 40Quem não é contra nós é a nosso favor.
41Em verdade eu vos digo: quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa.
42E, se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço.
43Se tua mão te leva a pecar, corta-a! É melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga.
45Se teu pé te leva a pecar, corta-o! É melhor entrar na Vida sem um dos pés, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno.
47Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno, 48‘onde o verme deles não morre, e o fogo não se apaga’”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 

Primeira leitura (Números 11,25-29)

Segunda leitura (Tiago 5,1-6)

Salmo (Salmos 18)

Testemunho de Fé com Pe. Paulo Ricardo "Cortar a maldade e não os aliados"

Homilia Diária 30/09/2012 (26º Domingo do Tempo comum)

O verdadeiro discípulo não tem inveja do bem que os outros fazem


Estamos ainda em Cafarnaum, a cidade de pescadores situada junto ao Lago de Tiberíades. Jesus está “em casa” rodeado pelos discípulos. A ida para Jerusalém está próxima e os discípulos estão conscientes de que se aproximam tempos decisivos para esse projeto em que estão envolvidos.

O tema principal aparece na primeira parte do Evangelho. Refere-se à necessidade da comunidade cristã ser uma comunidade aberta, acolhedora, tolerante, capaz de aceitar como sinais de Deus os gestos de amor que acontecem no mundo.

O Evangelho deste domingo apresenta-nos um grupo de discípulos ainda muito atrasados na aprendizagem do “caminho do Reino”. Eles ainda raciocinam em termos de lógica do mundo e têm dificuldades em libertar-se dos seus interesses egoístas, dos seus esquemas pessoais, seus preconceitos e sonhos de grandeza e poder… Eles não querem entender que, para seguir Jesus, é preciso cortar com certos sentimentos e atitudes incompatíveis com a radicalidade exigida pelo Reino. As dificuldades que estes discípulos apresentam, no sentido de responder a Jesus, não nos são estranhas: também fazem parte da nossa vida e do caminho que, dia a dia, percorremos.

Assim, a instrução que, neste texto, Jesus se dirige aos Seus discípulos serve também a nós. As propostas de Jesus destinam-se aos discípulos de todas as épocas; pretendem ajudar-nos a purificar a nossa opção e a integrar, de forma plena, a comunidade do Reino.

Antes de tudo, Jesus mostra a eles que a comunidade do Reino não pode ser uma seita arrogante, fechada, intolerante, fanática, que se arroga na posse exclusiva de Deus e das Suas propostas. Tem de ser uma comunidade que sabe qual é o seu papel e a sua missão, mas que reconhece não ter a exclusividade do bem e da verdade e que é capaz de se alegrar com os gestos de bondade e de esperança, os quais acontecem à sua volta, mesmo quando esses gestos resultam da ação de não-crentes ou de pessoas que não pertencem à instituição da Igreja.

O verdadeiro discípulo não tem inveja do bem que os outros fazem, não sente ciúmes se Deus atua por meio de outras pessoas, não pretende ter o monopólio da verdade nem ter “exclusividade” em relação a Jesus. O verdadeiro discípulo se esforça, a cada dia, por testemunhar os valores do Reino e se alegra com os sinais da presença de Deus em tantos irmãos com outros percursos religiosos, que lutam por construir um mundo mais justo e mais fraterno.

Os discípulos de que o Evangelho de hoje nos fala estão preocupados com a ação de alguém que não é do grupo, pois temem ver postos em causa os seus sonhos pessoais de poder e de grandeza. Por detrás dessa preocupação dos discípulos não está o bem do homem (aquilo que, em última análise, deveria “mover” os membros da comunidade do Reino), mas a salvaguarda de certos interesses egoístas. Nas nossas comunidades cristãs ou religiosas, há pessoas capazes de gestos incríveis de doação, de entrega, de serviço aos irmãos; mas há também pessoas cuja principal preocupação é proteger o espaço que conquistaram e continuar a manter um estatuto de poder e prestígio. Quando afastamos, com o pretexto de defender a pureza da fé, os interesses da moralidade ou tranquilidade da comunidade, aqueles que desafiam a comunidade a purificar-se e a procurar novos caminhos para responder aos desafios de Deus, estaremos a proteger os interesses de Deus ou os nossos projetos, os nossos esquemas interesseiros, as nossas apostas pessoais?

Jesus exige dos discípulos o corte radical com os valores, os sentimentos, as atitudes que são incompatíveis com a opção pelo Reino. O discípulo de Jesus nunca está acomodado, instalado, conformado, mas está sempre atento e vigilante, procurando detectar e eliminar de sua existência tudo aquilo que lhe impede o acesso à vida plena. Naturalmente, a renúncia ao egoísmo, ao comodismo, ao orgulho, aos esquemas pessoais, à vontade de poder e de domínio, ao apelo do êxito, ao “aplauso das multidões”, é um processo difícil e doloroso; mas é também um processo que gera vida nova.

O que é que eu necessito, prioritariamente, de “cortar” da minha vida, para me identificar mais com Jesus, para merecer integrar a comunidade do Reino, para ser mais livre e mais feliz?

O apelo de Jesus à sua comunidade, no sentido de não “escandalizar” os pequenos, faz-nos pensar na forma como lidamos, enquanto pessoas e enquanto comunidades, com os pobres, os que falharam, os que têm atitudes moralmente reprováveis, aqueles que têm uma fé pouco consistente, aqueles que a vida marcou negativamente, aqueles que a sociedade marginaliza e rejeita. Eles encontram em nós a proposta libertadora que Cristo lhes faz, ou encontram em nós rejeição, injustiça, marginalização, mau exemplo? Quem vê o nosso testemunho tem razões para aderir a Cristo ou para se afastar de Cristo?

Senhor Jesus, faz-me alegrar com o Reino que dá seus frutos, na história humana, das formas mais imprevistas, para além do controle humano.

Santo do Dia "São Jerônimo"

São Jerônimo

30 de Setembro

Neste último dia do mês da Bíblia, celebramos a memória do grande "tradutor e exegeta das Sagradas Escrituras": São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja. Ele nasceu na Dalmácia em 340, e ficou conhecido como escritor, filósofo, teólogo, retórico, gramático, dialético, historiador, exegeta e doutor da Igreja. É de São Jerônimo a célebre frase: "Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo".

Com posse da herança dos pais, foi realizar sua vocação de ardoroso estudioso em Roma. Estando na "Cidade Eterna", Jerônimo aproveitou para visitar as Catacumbas, onde contemplava as capelas e se esforçava para decifrar os escritos nos túmulos dos mártires. Nessa cidade, ele teve um sonho que foi determinante para sua conversão: neste sonho, ele se apresentava como cristão e era repreendido pelo próprio Cristo por estar faltando com a verdade (pois ainda não havia abraçado as Sagradas Escrituras, mas somente escritos pagãos). No fim da permanência em Roma, ele foi batizado.

Após isso, iniciou os estudos teológicos e decidiu lançar-se numa peregrinação à Terra Santa, mas uma prolongada doença obrigou-o a permanecer em Antioquia. Enfastiado do mundo e desejoso de quietude e penitência, retirou-se para o deserto de Cálcida, com o propósito de seguir na vida eremítica. Ordenado sacerdote em 379, retirou-se para estudar, a fim de responder com a ajuda da literatura às necessidades da época. Tendo estudado as línguas originais para melhor compreender as Escrituras, Jerônimo pôde, a pedido do Papa Dâmaso, traduzir com precisão a Bíblia para o latim (língua oficial da Igreja na época). Esta tradução recebeu o nome de Vulgata. Assim, com alegria, dedicação sem igual e prazer se empenhou para enriquecer a Igreja universal.

Saiu de Roma e foi viver definitivamente em Belém no ano de 386, onde permaneceu como monge penitente e estudioso, continuando as traduções bíblicas, até falecer em 420, aos 30 de setembro com, praticamente, 80 anos de idade. A Igreja declarou-o padroeiro de todos os que se dedicam ao estudo da Bíblia e fixou o "Dia da Bíblia" no mês do seu aniversário de morte, ou ainda, dia da posse da grande promessa bíblica: a Vida Eterna.

São Jerônimo, rogai por nós!

sábado, 29 de setembro de 2012

Liturgia Diária 29/09/2012 (Sábado)

Evangelho (João 1,47-51)

Sábado, 29 de Setembro de 2012
S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 47Jesus viu Natanael que vinha para ele e comentou: “Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade”. 48Natanael perguntou: “De onde me conheces?” Jesus respondeu: “Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi”. 49Natanael respondeu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”. 50Jesus disse: “Tu crês porque te disse: “Eu te vi debaixo da figueira? Coisas maiores que esta verás!” 51E Jesus continuou: “Em verdade, em verdade eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 


Homilia Diária 29/09/2012 (Sábado)

Os anjos, nossos companheiros de caminhada


E Jesus continuou: “Em verdade, em verdade eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem” (cf. Jo 1,51). São com estas palavras que Jesus encerra o evangelho de hoje. São as maravilhas sobrenaturais de uma realidade que não é deste mundo, diz também o Senhor prestes a ser condenado: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas, o meu reino não é daqui” (cf. Jo 18,36). Quem são os guardas deste mundo espiritual e deste Reino que Jesus fala? Seriam os Anjos? Vejamos:

Hoje celebramos os arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael. O nome fala da missão própria de cada um e anjo fala da natureza. Nós somos humanos dotados de corpo, alma e espírito; os anjos são seres puramente espirituais. Por serem seres espirituais, os anjos bons e maus não podem ter a sua existência provada de maneira experimental e racional; no entanto, a Revelação atesta a sua realidade. Eles são mencionados mais de 300 vezes na Bíblia. Apesar de sua dignidade superior eles são somente criaturas de Deus, nós somos filhos de Deus.

Vejamos o que diz o Catecismo da Igreja Católica (CIC) nos números:

328 A existência dos seres espirituais, não corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto à unanimidade da Tradição.

332 Eles aí estão, desde a criação e ao longo de toda a História da Salvação, anunciando de longe ou de perto esta salvação e servindo ao desígnio divino de sua realização: fecham o paraíso terrestre, protegem Lot, salvam Agar e seu filho, seguram a mão de Abraão, comunicam a lei por seu ministério, conduzem o povo de Deus, anunciam nascimentos e vocações, assistem os profetas, para citarmos apenas alguns exemplos. Finalmente, é o anjo Gabriel que anuncia o nascimento do Precursor e o do próprio Jesus.

333 Desde a Encarnação até a Ascensão, a vida do Verbo Encarnado é cercada da adoração e do serviço dos anjos. Quando Deus “introduziu o Primogênito no mundo, disse: – Adorem-no todos os anjos de Deus” (Hb 1,6). O canto de louvor deles ao nascimento de Cristo não cessou de ressoar no louvor da Igreja: “Glória a Deus nas alturas…” (Lc 2,14). Protegem a infância de Jesus, servem a Jesus no deserto, reconfortam-no na agonia, embora tivesse podido ser salvo por eles da mão dos inimigos, como outrora fora Israel. São ainda os anjos que “evangelizam”, anunciando a Boa Nova da Encarnação e da Ressurreição de Cristo. Estarão presentes no retorno de Cristo, que eles anunciam serviço do juízo que o próprio Cristo pronunciará.

329 Santo Agostinho diz a respeito deles: – “Anjo (mensageiro) é designação de encargo, não de natureza. Se perguntares pela designação da natureza, é um espírito; se perguntares pelo encargo, é um anjo: é espírito por aquilo que é, é anjo por aquilo que faz”. Por todo o seu ser, os anjos são servidores e mensageiros de Deus. Porque contemplam “constantemente a face de meu Pai que está nos céus” (Mt 18,10), são “poderosos executores de sua palavra, obedientes ao som de sua palavra” (Sl 103,20).

Para alcançarmos a santidade Deus nos presenteou com um companheiro de caminhada, que conhece como ninguém a vontade do Senhor: Desde o início até a morte, a vida humana é cercada por sua proteção e por sua intercessão. “Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida” (CIC n°336). Ainda aqui na terra, a vida cristã participa na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens unidos em Deus. Portanto, os anjos são criaturas espirituais que servem ao Senhor e aos homens em relação ao Seu plano divino de salvação. A santidade faz parte da natureza dos anjos, mas para nós seres humanos e limitados pela nossa humanidade ferida pelo pecado, a santidade é uma luta, uma conquista diária, requer vontade firme, renúncias, obediência a Deus e Sua vontade, vida de oração e comunhão com Ele e com os irmãos.

O nosso saudoso Papa João Paulo II afirmou certa vez: “Não tenhais medo da santidade, porque nela consiste a plena realização de toda autêntica aspiração do coração humano. Entre as maravilhas que Deus realiza continuamente, reveste singular importância a obra maravilhosa da santidade, porque ela se refere diretamente à pessoa humana”. E o Sumo Pontífice resume tudo dizendo: “A santidade é a plenitude da vida”. Portanto, Deus Pai, na Sua infinita Misericórdia e Providência, nos presenteia com os santos anjos para nos ajudar como companheiros na dura caminhada para a santidade. Por isso, desde criança aprendemos:

“Santo Anjo do Senhor, meu zeloso e guardador, se a Ti me confiou a piedade Divina sempre me rege, me guarde, me governe, me ilumine. Amém”.

Padre Luizinho – Comunidade Canção Nova


Santos do Dia "Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael"

Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael

29 de Setembro


Com alegria, comemoramos a festa de três Arcanjos neste dia: Miguel, Gabriel e Rafael. A Igreja Católica, guiada pelo Espírito Santo, herdou do Antigo Testamento a devoção a estes amigos, protetores e intercessores que do Céu vêm em nosso socorro pois, como São Paulo, vivemos num constante bom combate. A palavra "Arcanjo" significa "Anjo principal". E a palavra "Anjo", por sua vez, significa "mensageiro".

São Miguel
O nome do Arcanjo Miguel possui um revelador significado em hebraico: "Quem como Deus". Segundo a Bíblia, ele é um dos sete espíritos assistentes ao Trono do Altíssimo, portanto, um dos grandes príncipes do Céu e ministro de Deus. No Antigo Testamento o profeta Daniel chama São Miguel de príncipe protetor dos judeus, enquanto que, no Novo Testamento ele é o protetor dos filhos de Deus e de sua Igreja, já que até a segunda vinda do Senhor estaremos em luta espiritual contra os vencidos, que querem nos fazer perdedores também. "Houve então um combate no Céu: Miguel e seus anjos combateram contra o dragão. Também o dragão combateu, junto com seus anjos, mas não conseguiu vencer e não se encontrou mais lugar para eles no Céu". (Apocalipse 12,7-8)

São Gabriel
O nome deste Arcanjo, citado duas vezes nas profecias de Daniel, significa "Força de Deus" ou "Deus é a minha proteção". É muito conhecido devido a sua singular missão de mensageiro, uma vez que foi ele quem anunciou o nascimento de João Batista e, principalmente, anunciou o maior fato histórico: "No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré... O anjo veio à presença de Maria e disse-lhe: 'Alegra-te, ó tu que tens o favor de Deus'..." a partir daí, São Lucas narra no primeiro capítulo do seu Evangelho como se deu a Encarnação.

São Rafael
Um dos sete espíritos que assistem ao Trono de Deus. Rafael aparece no Antigo Testamento no livro de Tobit. Este arcanjo de nome "Deus curou" ou "Medicina de Deus", restituiu à vista do piedoso Tobit e nos demonstra que a sua presença, bem como a de Miguel e Gabriel, é discreta, porém, amiga e importante. "Tobias foi à procura de alguém que o pudesse acompanhar e conhecesse bem o caminho. Ao sair, encontrou o anjo Rafael, em pé diante dele, mas não suspeitou que fosse um anjo de Deus" (Tob 5,4).

São Miguel, São Gabriel e São Rafael, rogai por nós!

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Jesus nos diz: levanta-te!

“Jesus disse: ‘Jovem, eu te ordeno, levanta-te!’” (Lc 7, 14b).


Jesus deu esta ordem ao filho de uma viúva da cidade de Nain, que tinha perdido seu único filho (cf. Lc 7, 11-12). Nosso Mestre foi solidário com a dor daquela mulher, que além de ter perdido seu marido, perdeu também seu único filho. Vendo seu sofrimento de mãe, Ele sentiu compaixão e lhe disse: “Não chores!” (Lc 7, 13). Ele aproximou-se, tocou no caixão e ordenou ao jovem: “levanta-te!” (Lc 7, 14b).

Nosso Senhor foi solidário com aquela mãe e, sem que ela pedisse, trouxe novamente à vida aquele jovem. Ele realizou o impossível, que foi dar a vida novamente àquele cadáver, mas ele precisou levantar sozinho. O mesmo acontece conosco quando estamos mortos por causa de nossos pecados. Como a aquele jovem, Jesus nos diz: “levanta-te!”. A sua Palavra tem força de ressurreição em nossas vidas, mas precisamos nos levantar das situações que aprisionam, nos oprimem, nos levam à morte espiritual.

Jesus quer nos curar, nos libertar, nos dar novamente uma vida plena, vivida em comunhão com Ele. Porém, precisamos fazer a nossa parte e romper com as situações de pecado que nos levam a nos afastar cada vez mais de Deus, dos irmãos, da família, dos amigos, da Igreja. Precisamos dizer não a tudo aquilo que não condiz com a nossa dignidade de cristãos. Isso é o levantar que o Senhor pede a cada um de nós.

Não tenhamos medo de dar esse passo na fé, nos levantando de nossas quedas, por piores que sejam. Pois, ainda que não tenhamos uma mãe biológica como aquele jovem, temos a Virgem Maria, Mãe de Jesus e nossa. Ela está conosco e nos ajudará a levantar, não tenhamos medo nem vergonha de recorrer a Nossa Senhora. Ao contrário, temos que confiar e clamar a intercessão Dela, pois se Jesus deu novamente a vida a aquele jovem sem que nem mesmo a viúva pedisse por ele, quanto mais Ele nos ajudará se Maria pedir por nós.

Seja qual for a situação de morte na qual nos encontramos, independente dos pecados que cometemos, ou dos sofrimentos pelos quais estamos passando, nos confiemos totalmente nas mãos da Virgem Maria. Ela é a Mãe de Jesus, mas também é Nossa Mãe, por isso, nos deixemos cuidar. Confiemos a ela nossas orações, nosso trabalho (ou a falta dele), nossas famílias, nossas amizades, toda a nossa vida.

Nossa Senhora vai entregar tudo que apresentamos ao seu Filho Jesus Cristo, que já nos deu a ordem: “levanta-te!” Sejamos obedientes a Palavra do Senhor e nos levantemos. Ele enviará sobre nós o Espírito Santo, que nos dará forças para nos ajudar a levantar de nossas quedas, dos nossos pecados. Nossa Mãe está conosco, chorando e pedindo por nós, por nossas necessidades, esperando que nos levantemos.

Fonte: blog.cancaonova.com/tododemaria

Liturgia Diária 28/09/2012 (Sexta)

Evangelho (Lucas 9,18-22)

Sexta-Feira, 28 de Setembro de 2012
25ª Semana Comum



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Aconteceu que Jesus 18estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?” 19Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou”.
20Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. 21Mas Jesus proibiu-lhes severamente que contassem isso a alguém.
22E acrescentou: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 

Homilia Diária 28/09/2012 (Sexta)

O Cristo que seguimos diz do cristão que somos


Irmãos e irmãs, no tempo de Jesus e, segundo os evangelistas, muitos tinham opiniões sobre o ser e agir de Jesus, ao ponto de confundi-Lo com importantes personagens da história da Salvação (cf. Mt 14,1-2; Mc 9,14-16; Lc 9,7-9). Mas quem era o verdadeiro Jesus que lhes falava e manifestava, também por atos e até mesmo no silêncio, o amor de Deus que redime?

Esta questão tinha e continua a ter grande importância, por isso o próprio Senhor pergunta aos doze apóstolos, após terem orado por longo tempo, quem era aquele Homem que os chamou, orou com eles, partilhou a vida e as palavras, realizou grandes sinais diante da vista de todos: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (Lc 9,20).

Como porta-voz dos demais, Pedro respondeu com palavras inspiradas: “O Cristo de Deus” (v. 20). Mas será que ele tinha noção do que significaria, no mistério de Jesus, aquelas palavras? Uma leitura comparativa dos Evangelhos sinópticos, inclusive em Mt 16, 13-20, percebe-se que, naquele momento, em Cesaréia de Filipe, eles ainda não seriam capazes de conceberem a relação de Jesus como o Messias e, ao mesmo tempo, o realizador da profecia do Isaías.

Será preciso um Calvário e a releitura dos acontecimentos, em comunidade, guiada pelo Espírito Santo (cf. Jo 14,26) para que a Igreja, num todo, identificasse Jesus Cristo como Servo Sofredor sem fatalismo: “Era o mais desprezado e abandonado de todos, homem do sofrimento, experimentado na dor, indivíduo de quem a gente desvia o olhar, repelente, dele nem tomamos conhecimento” (Isaías 53, 3). Mas o Cristo é também o Mestre dos mestres que, em sua pedagogia divina, foi revelando a verdade, a qual, aos poucos, os doze e a Igreja, ao longo do tempo, foi e continua a ser chamada a aceitar, para que a interpretação do Mistério de Cristo não tenha o ruído do triunfalismo.

“É necessário o Filho do Homem sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar” (Lc 9, 22). Até parece que Jesus estava com o trecho de Isaías, acima citado, frente aos seus olhos. Mas, muito mais do que isto, todo o Antigo Testamento estava em seu coração como a história de toda a humanidade, a qual continua necessitada de um único messias que corresponda e supere as esperanças dos povos. Por isso, alerta o magistério da Igreja, instruída pelo Espírito de Cristo: “Numerosos judeus, e até certos pagãos que compartilhavam a esperança deles, reconheceram em Jesus os traços fundamentais do “Filho de Davi” messiânico, prometido por Deus a Israel.
Jesus aceitou o título de Messias [Cristo em grego] ao qual tinha direito, mas com reserva, pois este era entendido por uma parte de seus contemporâneos segundo uma concepção demasiadamente humana, essencialmente política” (CIC, nº 439). Por isso as palavras do primeiro Papa, também representa o reto ensinamento da Igreja de Cristo, que pelo seu Catecismo, exprime a fé n’Aquele que ressuscitou, mas, antes, sofreu por cada um de nós e por todos a Sua Paixão e Morte. Assim, a Fé Pascal (Morte e ressurreição) precisa também suscitar a nossa resposta diária ao Cristo que continua a nos questionar: “E você que é cristão, quem é o Cristo que você segue, principalmente quando a vida lhe propõem ou impõem um Calvário? Quando quereríamos ser tratado com se estivéssemos ainda em Cesaréia, ignorantes em muitas coisas? Talvez, até estejamos nesta etapa, na qual o conhecimento que temos da Palavra de Deus ainda paire abstrato sobre a nossa existência e ações. Por isso, Cristo, como fez com os doze continua a nos propor, nunca impor, a vida de oração comunitária e apostólica (cf. Lc 9, 18) para que, mesmo sem entendermos muitas coisas, possamos ainda nos unir ao mistério do Cristo Pascal.

D’Ele não vem o sofrimento nem a provação, mas a certeza de que nada que passamos, passa ao lado do Seu coração cheio de compaixão e verdade. Ele não é indiferente a ninguém nem às razões das nossas lutas e lágrimas.

De Cesaréia de Filipe ao Calvário, os apóstolos precisaram da paciência e sabedoria do Mestre e Bom Pastor. Também nós podemos ter a certeza de que Ele não mudou a Sua pedagogia, a qual transforma o tempo num elemento imprescindível para o nosso amadurecimento como discípulos e missionários. Agora, ninguém pode ceder aos messianismos presentes, que prometem um céu aqui na terra, ou seja, não se pode dispensar do seguimento e união ao verdadeiro Jesus Cristo, cabeça da Igreja, Aquele que por amor aceitou «sofrer muito» e ressuscitar, no terceiro dia, para nos comunicar o Espírito Santo.

Ele não está obrigado a poupar ninguém do mistério do sofrimento humano neste mundo passageiro. Por isso também, Ele continua conosco como consolo e modelo Supremo na árdua missão que conferiu à Sua Igreja (cada um a seu modo), a partir do Papa e aos sucessores dos apóstolos: «Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos» (Mt 28, 20).

Padre Fernando Santamaria
Comunidade Canção Nova

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Liturgia Diária 27/09/2012 (Quinta)

Evangelho (Lucas 9,7-9)

Quinta-Feira, 27 de Setembro de 2012
São Vicente de Paulo



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 7o tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que estava acontecendo, e ficou perplexo, porque alguns diziam que João Batista tinha ressuscitado dos mortos. 8Outros diziam que Elias tinha aparecido; outros ainda, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado. 9Então Herodes disse: “Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?” E procurava ver Jesus.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 

Homilia Diária 27/09/2012 (Quinta)

Por que você quer ver Jesus?


Quando Jesus abria a boca para falar, Suas palavras tornavam realizáveis Seus gestos e testemunhavam Suas ações por palavras ou pela proveniência. Então, todos, em todas as cidades, ouviram falar d’Ele. E a grande maioria tinha curiosidade em conhecê-Lo.

Neste contexto ocorre o Evangelho de hoje. Constatamos que até Herodes ficou admirado com o que se falava de Jesus. Provavelmente, contaram sobre o milagre de Caná, das curas dos doentes, da multiplicação dos pães. Por fim, tudo o que parecesse sobrenatural deixava Herodes perplexo e até supersticioso. Eis aí a razão pela qual ele pensou em João, Elias e os profetas antigos (que uma vez mortos, julgava terem ressurgido). Trata-se da reencarnação? Para Herodes sim, mas para Cristo e os Seus discípulos, não. A dúvida de Herodes, no entanto, fala mais alto: “A João, eu mesmo mandei cortar a cabeça. Mas, quem será, então, esse homem de quem ouço falar essas coisas?”

A certeza da ressurreição era comum entre os fariseus em oposição aos saduceus, os quais não acreditavam nela. Historicamente falando – e segundo esta crença farisaica -, os que morreram piedosamente, justos diante de seu Deus, ressuscitariam e voltariam a viver nesta mesma terra, porém em um reino de glória completamente sob o domínio do Senhor. Mentalidade que, mais tarde, haveria de iluminar a compreensão da ressurreição de Jesus por parte de Seus discípulos judeus.

Voltando ao texto de hoje, Lucas o conclui dizendo que Herodes procurava ver Jesus para ter certeza dos sinais e prodígios que ouviu falar sobre Ele. Eis a razão pela qual Jesus é levado diante de Herodes na Sexta-Feira Santa. O rei quer ver Cristo realizar alguma “mágica”, mas Jesus não dirige sequer uma palavra para ele. Herodes não merecia nem uma palavra do Senhor. A arrogância dele era desprezível, por isso Cristo não fez nenhum milagre diante dele.

Veja que os apóstolos – diferentemente de Herodes – anunciam aos outros a experiência que fizeram do Cristo Ressuscitado: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os olhos, o que contemplamos e nossas mãos apalparam no tocante ao Verbo da vida, porque a vida se manifestou e nós vimos e testemunhamos, anunciando-vos a vida eterna que estava com o Pai e nos foi manifestada, o que vimos e ouvimos, nós também vos anunciamos a fim de que também vós vivais em comunhão conosco. Ora, nossa comunhão é com o Pai e seu Filho, Jesus Cristo. Nós vos escrevemos estas coisas para nossa alegria ser completa” (1Jo 1,1-4).

Quero lhe fazer uma pergunta: “Por que você quer ver Jesus?”. Até Herodes queria vê-Lo, de tanto que ouviu falar do Senhor. Normalmente, quando ouvimos falar muito de alguém, ficamos curiosos para conhecê-lo. Você já ouviu alguém lhe dizer: “Ah, então você é o fulano? Ouvi muito falar de você!” E você se questiona: “Ouviu falar bem ou mal de mim?”

Lembre-se que a fama de Jesus se espalhou e todos vinham ver a palavra do “jovem pregador que tinha tanto amor”. Ele fazia todas as pessoas felizes. Mas você, que fama tem?

Jesus não só quer ouvir falar muito de você, como também quer estar sempre por perto, pronto para ajudá-lo caso você precise e peça a ajuda d’Ele. Cristo espera para vê-lo feliz e fazendo os outros felizes também. Esta é a fama com que Ele atraiu as multidões (e até mesmo o próprio Herodes).
Faça os outros felizes e você será feliz hoje e sempre!

Santo do Dia "São Vicente de Paulo"

São Vicente de Paulo

27 de Setembro


  "Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e espírito e amarás ao teu próximo como a ti mesmo" (Mat 22,37.39).

Se não foi o lema da vida deste santo, viveu como se fosse. O santo de hoje, São Vicente de Paulo, nasceu na Aquitânia (França) em 1581. No seu tempo a França era uma potência, porém convivia com as crianças abandonadas, prostitutas, pobreza e ruínas causadas pelas revoluções e guerras.

Grande sacerdote, gerado numa família pobre e religiosa, ele não ficou de braços cruzados mas se deixou mover pelo espírito de amor. Como padre, trabalhou numa paróquia onde conviveu com as misérias materiais e morais; esta experiência lhe abriu para as obras da fé. Numa viagem foi preso e, com grande humildade, viveu na escravidão até converter seu patrão e conseguiu depois de dois anos sua liberdade.

A partir disso, São Vicente de Paulo iniciou a reforma do clero, obras assistenciais, luta contra o jansenismo que esfriava a fé do povo e estragava com seu rigorismo irracional. Fundou também a "Congregação da Missão" (lazaristas) e unido a Santa Luísa de Marillac, edificou as "Filhas da Caridade" (irmãs vicentinas).

Sabia muito bem tirar dos ricos para dar aos pobres, sem usar as forças dos braços, mas a força do coração. Morreu quase octogenário, a 27 de setembro de 1660.

São Vicente de Paulo, rogai por nós!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Liturgia Diária 26/09/2012 (Quarta)


Evangelho (Lucas 9,1-6)

Quarta-Feira, 26 de Setembro de 2012
São Cosme e São Damião



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1Jesus convocou os Doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios e para curar doenças, 2e enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos. 3E disse-lhes: “Não leveis nada para o caminho: nem cajado nem sacola nem pão nem dinheiro nem mesmo duas túnicas. 4Em qualquer casa onde entrardes, ficai aí; e daí é que partireis de novo. 5Todos aqueles que não vos acolherem, ao sairdes daquela cidade, sacudi a poeira dos vossos pés, como protesto contra eles”. 6Os discípulos partiram e percorriam os povoados, anunciando a Boa Nova e fazendo curas em todos os lugares.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 

Homilia Diária 26/09/2012 (Quarta)

Firme o seu discipulado na vivência da Providência Divina


Jesus chamou os Doze e começou a enviá-los dois a dois e dava a eles autoridade sobre os espíritos impuros. E os enviou com um único objetivo: anunciar a vinda próxima do Reino dos Céus. Dois a dois. Como se fossem testemunhas de uma verdade perante o mundo que não a conhecia.

O envio de dois a dois era próprio do tempo de Cristo, pelo que dizia respeito aos mensageiros enviados para atestar uma mensagem. Também podemos ver nessa situação uma oportunidade para o mútuo apoio em situações difíceis. Jesus, no início de sua escolha, chama de dois a dois os irmãos pescadores.

“Não tomem pelo caminho se não unicamente bordão, nem alforje, nem pão, nem cobre na cintura”.
As ordens eram positivas: bordão, sandálias e uma túnica. Coisas necessárias para o caminho, pois nunca se caminhava descalço e um bordão era necessário tanto para se apoiar naquele caminho rude e difícil como arma defensiva contra os bandidos. Uma túnica é o mínimo que devia cobrir um corpo nu.

As ordens negativas eram: não levar o alforje, que correspondia não ao cesto onde os judeus carregavam as provisões, – especialmente o pão e vinho em sua peregrinação para Jerusalém – mas ao embornal dos mendigos que muitos missionários ambulantes levavam em suas missões. Também impede o dinheiro que era carregado numa bolsa na cintura ou dentro da faixa com que se atava a túnica ao redor dos rins. O texto fala de cobre, as moedas mais pobres sem ouro ou prata.
Evidentemente com isto queria dizer que não podiam recolher qualquer dinheiro, nem como pobres, em sua missão, mas que vivessem da Divina Providência.

Os enviava com recursos até menores que os que tinham os mendigos, os mais pobres, para indicar que seu trabalho missionário não dependia dos valores humanos, mas da confiança que a Ele deviam: ao jovem rico manda dar tudo aos pobres para segui-Lo. A pobreza era uma das características de Jesus, que “não tinha nem onde reclinar a cabeça” (Mt 8, 20).

E o Mestre ainda disse aos Doze: “Em qualquer casa onde entrardes, ficai aí; e daí é que partireis de novo”. Se nas ordens anteriores era o caminho quem ditava as condições de pobreza para evitar se enriquecer com o pretexto da missão, agora coloca os discípulos como hóspedes gratuitos daqueles que aceitam o Evangelho. Caso não sejam recebidos, Jesus anuncia o que deve ser feito, profetizando que tal cidade teria um fim ainda pior do que foi dado às cidades que representavam no mundo antigo dos judeus o pecado propriamente dito: “Se não forem recebidos ao sair daquela cidade sacudi o pó sob vossos pés para testemunho. Em verdade vos digo: Mais tolerável será no dia da condenação para os de Sodoma e de Gomorra do que para aquela cidade”.

Como missionários, Jesus neste texto quer nos firmar na vivência da Providência Divina, pois ao discípulo e missionário nada faltará. Deus providenciará todo o necessário. E, como cristãos, quer que abrindo o nosso coração recebamos e ajudemos com os nossos bens àqueles que Deus nos envia como seus apóstolos e missionários. Quero salientar o aspecto do dízimo: não é um “favor” que o cristão faz contribuir com o seu dízimo. Mas sim um dever de todo o batizado.

Padre Bantu Mendonça

Santo do Dia "São Cosme e São Damião"

São Cosme e São Damião

26 de Setembro


Hoje, lembramos dois dos santos mais citados na Igreja: Cosme e Damião. Eram irmãos gêmeos, médicos de profissão e santos na vocação da vida. Viveram no Oriente e, desde jovens, eram habilidosos médicos. Com a conversão passaram a ser também missionários, ou seja, aproveitando a ciência com a confiança no poder da oração levavam a muitos a saúde do corpo e da alma.

Viveram na Ásia Menor, até que diante da perseguição de Diocleciano, no ano 300 da era cristã, foram presos pois eram considerados inimigos dos deuses e acusados de usar feitiçarias e meios diabólicos para disfarçar as curas. Tendo em vista esta acusação, a resposta deles era sempre:

"Nós curamos as doenças, em nome de Jesus Cristo e pelo Seu poder!"

Diante da insistência, quanto à adoração aos deuses, responderam: "Teus deuses não têm poder algum, nós adoramos o Criador do céu e da terra!"

Jamais abandonaram a fé e foram decapitados em 303. São considerados os padroeiros dos farmacêuticos, médicos e das faculdades de medicina.


São Cosme e São Damião, rogai por nós!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Liturgia Diária 25/09/2012 (Terça)

Evangelho (Lucas 8,19-21)

Terça-Feira, 25 de Setembro de 2012
25ª Semana Comum



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 19a mãe e os irmãos de Jesus aproximaram-se, mas não podiam chegar perto dele, por causa da multidão. 20Então anunciaram a Jesus: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem te ver”. 21Jesus respondeu: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 

Homilia Diária 25/09/2012 (Terça)

Quem são os irmãos e irmãs de Jesus?


Esta é uma das passagens preferidas daqueles que gostam de diminuir Maria. Aqui, Jesus afirma que Sua mãe e os irmãos d’Ele são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática. Não podemos entrever, nas palavras de Jesus, um desprezo à Sua mãe. Antes, Jesus sabia que não houve uma mulher que fosse tão fiel às palavras de Deus, Seu Pai, senão Maria. Portanto, Jesus exalta aqueles que escutam a Sua Palavra e a põem em prática, a ponto de igualá-los à pessoa que Ele mais tem consideração no mundo: a Sua mãe.

É para mim e para você que Ele dirige esta bem-aventurança. Se nós escutarmos e pusermos em prática Seus ensinamentos, faremos parte da família d’Ele. E “fazer parte da família” implica dizer que teremos os mesmos direitos, os mesmos bens e os mesmos deveres.

Para aqueles que se questionam se Maria teve outros filhos ou não, quero levá-los a meditar no termo “irmão”. No idioma falado naquela região, na época de Jesus, era utilizado para designar irmão ou primo.

“Não é este o filho do carpinteiro? Não é Maria sua mãe? Não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs, não vivem todas entre nós? Donde lhe vem, pois, tudo isso?”(Mateus 13,55-56). A Sagrada Escritura nos dá claros indícios dos supostos “irmãos de Jesus”. Não eram filhos da mãe de Jesus, mas parentes em sentido amplo. A palavra grega Adelphoi, que nos Evangelhos é traduzida por “irmãos”, é equivalente ao vocábulo bíblico e semita “Ah” que significa “parentesco em geral”.

Tanto em aramaico como em hebraico, o termo “Ah” não designa somente os filhos dos mesmos genitores, mas também os primos ou parentes mais distantes, devido a pobreza vocabular dessas línguas, como pode ser observado em Gênesis 13,8-14; 29,12.15; 31,23; I Crônicas 23,21-23; II Crônicas 36,10; II Reis 36,10; I Samuel 20,29; Juizes 9,23.

A certeza é que ela concebeu Jesus virgem e permaneceu virgem após o parto inexplicavelmente (mistério de fé); após sua morte, ela subiu aos céus sem pecado. O próprio Catecismo da Igreja Católica considera o ato sexual, no matrimônio, uma bênção de Deus. Considera José como castíssimo esposo. No entanto, a nossa visão de castidade é um pouco distorcida: castidade não significa abstinência sexual, mas a vivência da sexualidade de forma sensata e coerente, respeitando o tempo de viver cada etapa da vida.

A união com Jesus não se acontece por vínculos de sangue ou raça, mas pela união ao amor misericordioso do Pai que vem libertar e trazer vida a todos os homens e mulheres. Frequentemente, as famílias se fecham em torno de tradições e de interesses particulares, até excludentes. Jesus amplia um conceito tradicional e hermético de família para um conceito aberto e solidário, com uma dimensão universal. Na medida em que a família se comprometa com “o fazer a vontade do Pai” ela se abre à partilha, à solidariedade e à acolhida aos mais excluídos e empobrecidos, sem preconceitos e com amor.

Jesus indica, assim, o parentesco espiritual que O liga ao povo que resgatou. Os Seus irmãos e irmãs são os homens santos e as mulheres santas que tomam parte com Ele na herança celeste. A Sua mãe é toda a Igreja, porque é ela quem, pela graça de Deus, gera os membros de Jesus Cristo. Sua mãe é também toda a alma santa que faz a vontade do Pai e cuja caridade fecunda se manifesta naqueles que gera para Ele, até que Ele mesmo neles seja formado (Gl 4,19).

Maria é, certamente, a mãe dos membros do Corpo de Cristo, isto é, de nós mesmos, porque, pela sua caridade, cooperou para gerar, na Igreja, os fiéis que são os membros do corpo místico de Jesus.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Liturgia Diária 24/09/2012 (segunda)

Evangelho (Lucas 8,16-18)

Segunda-Feira, 24 de Setembro de 2012
25ª Semana Comum



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 16“ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama; ao contrário, coloca-a no candeeiro, a fim de que todos os que entram vejam a luz. 17Com efeito, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto; e tudo o que está em segredo deverá tornar-se conhecido e claramente manifesto.
18Portanto, prestai atenção à maneira como vós ouvis! Pois a quem tem alguma coisa, será dado ainda mais; e àquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele pensa ter”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Homilia Diária 24/09/2012

Jesus aniquila as trevas da ignorância e dissipa a escuridão do pecado


A lâmpada no candeeiro é Nosso Senhor Jesus Cristo, a verdadeira luz do Pai que ilumina todo o homem que vem a este mundo. Dito de outra forma, é a Sabedoria e a Palavra do Pai. Tendo aceitado a nossa carne, tornou-se realmente e foi chamada a “luz” do mundo. É celebrado e exaltado na Igreja pela nossa fé e pela nossa piedade. Torna-se assim visível a todas as nações e brilha para todos os da casa, isto é, para o mundo inteiro, tal como é dito nas suas palavras: “Não se acende uma candeia para pô-la debaixo de um vaso, mas no candelabro onde brilhe para todos os da casa”.

Mais uma vez, com estas palavras, Jesus nos incita a levarmos uma vida sem mancha, aconselhando-nos a velar constantemente sobre nós mesmos, uma vez que estamos colocados diante dos olhos de todos os homens, tal como “atletas num estádio visto por todo o universo”, na linguagem paulina.

Como se vê, Cristo designa-se a Si mesmo como lâmpada. Sendo Deus por natureza, tornou-se carne no plano da salvação, uma luz escondida na carne, tal como debaixo de um vaso. Era nisto que Davi pensava quando dizia: “Uma lâmpada para os meus passos é a Tua Palavra, uma luz no meu caminho”. Porque Deus faz desaparecer as trevas da ignorância e do mal entre os homens.

Jesus é o único que pode aniquilar as trevas da ignorância e dissipar a escuridão do pecado. Cristo tornou-se para todos o Caminho da Salvação. Conduz junto do Pai aqueles que, pelo conhecimento e pela virtude, avançam com Ele pelo caminho dos mandamentos, considerado caminho da justiça.

O candeeiro é a Santa Igreja porque o Verbo de Deus brilha por causa da sua pregação. É deste modo que os raios da sua verdade podem iluminar o mundo inteiro… Mas com uma condição: não a esconder sob a letra da Lei. Todo aquele que fica preso apenas à letra da Escritura vive segundo a carne: põe a lâmpada debaixo do vaso. Pelo contrário, é necessário colocada no candeeiro. E assim Cristo, Cabeça da Igreja, ilumina todos os homens.

Assim iluminados por Cristo, não podemos sentar-nos tranquilos. Escondidos num cantinho do mundo. Porque estamos à vista de todos os homens, tal como uma cidade situada no cimo de um monte, tal como em casa uma luz que se pôs sobre o candeeiro. Saiba que as piores malícias não poderão lançar qualquer sombra sobre a nossa luz, se vivermos na vigilância dos que são chamados a conduzir para o bem o mundo inteiro.

Portanto, que a nossa vida responda, pois, à santidade do nosso ministério, para que a graça de Deus
seja anunciada em toda a parte.

Padre Bantu Mendonça

domingo, 23 de setembro de 2012

Liturgia Diária 23/09/2012 (25º semana do tempo comum)

Evangelho (Marcos 9,30-37)

Domingo, 23 de Setembro de 2012
25º Domingo Comum



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 30Jesus e seus discípulos atravessavam a Galileia. Ele não queria que ninguém soubesse disso, 31pois estava ensinando a seus discípulos. E dizia-lhes: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, três dias após sua morte, ele ressuscitará.
32Os discípulos, porém, não compreendiam estas palavras e tinham medo de perguntar.
33Eles chegaram a Cafarnaum. Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: “O que discutíeis pelo caminho?”
34Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior.
35Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!”
36Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles e, abraçando-a, disse: 37“Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo, não a mim, mas àquele que me enviou”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 


Primeira leitura (Sabedoria 2,12.17-20)

Segunda leitura (Tiago 3,16—4,3)

Salmo (Salmos 53)

  Testemunho de Fé com Pe. Paulo Ricardo "Nos foi entregue um menino" 

Homilia Diária 23/09/2012 (25º domingo)

Como funciona a pedagogia da ganância?

O que Jesus revelava era um paradoxo, dos inúmeros de sua pregação. O senso comum recusa suas palavras, enquanto sustenta a escalada de privilégios na sociedade. Para Jesus, o justo é aquele que incomoda o injusto, porque vai denunciar o seu agir contrário à legalidade.

O justo ao denunciar os atos errados do injusto acaba por ocasionar sua ira, pois ele não se considera errado, mas sim esperto. Jesus identifica a acolhida de Deus aos empobrecidos, despojados de dignidade, fracos, com o acolhimento que devemos dar às crianças. Aqueles que não têm direitos, dignidade, cidadania, nem quem olhe por eles. Os últimos na escala social, os desprezados, os “improdutivos” eram levados em conta na chegada do Reino de Deus. O fenômeno da padronização de consumidores, na sociedade recente, repercute de forma decisiva sobre os empobrecidos e os “sem nome” na lista da família dos poderosos.

O vestuário, a utilização dos meios de transporte, o lazer, a proteção e seguridade social, a habitação, a escola, o sistema de saúde, demonstram o quão distantes estão os empobrecidos dos recursos disponíveis e da distribuição dos bens sociais. Temos aqui uma democracia eleitoral, mas falta uma democracia participativa na distribuição dos bens sociais; falta democracia na distribuição do trabalho e da produção; falta democratizar as riquezas que certamente existem neste país. A rigor, ainda vivemos sob conceitos da democracia dos filósofos da antiguidade, na Grécia antiga: democracia só para as elites e para os de boa posição na sociedade.

Os “pequenos” são vítimas das desigualdades sociais, por afinidade. O Evangelho, porém, faz gerar novos símbolos que se contraporão às formas de linguagem e aos modelos que sustentam a sociedade consumista, juntamente com os valores desumanos a que se recorrem para justificar a competição desigual e a ganância galopante. Estas têm se transformado em virtudes… Assim é a pedagogia da ganância.

A cobiça pelo dinheiro, prestígio e mando, pode levar a um caminho sem volta, e nos afastar do Cristianismo de maneira irreversível, adverte São Tiago. Uma explicação simples e eficaz da causa dos conflitos na comunidade cristã encontra-se na ambição ou ganância. Com efeito, ninguém rouba, mata ou arruína a vida alheia se não estiver movido por algum tipo de ambição.

Lembrando que São Tiago dirige-se aos cristãos da comunidade de Jerusalém. Os de fora, pagãos, não merecem sua atenção. O apóstolo detecta crimes cometidos no seio da comunidade, sem excluir até mesmo a existência de assassinatos: “sois assassinos e invejosos” (4,2). Não é uma metáfora. Os cristãos praticavam coisas condenáveis, adverte. Isso depois de enumerar a maledicência, a rivalidade, a disputa de poder dentro da comunidade. O desejo de ser mais forte que os demais, de se ter mais poder econômico, de se assegurarem privilégios e poder de mando, são manifestações da ambição e ganância. O problema de tais condutas, inspiradas e patrocinadas pela sociedade, é que o ideal de vida – inclusive o de pessoas cristãs – é contaminado pelo desejo e luta pela posse e acumulação de bens. E não se trata aqui somente de dinheiro e bens imóveis ou financeiros.

No movimento de Jesus os discípulos são envolvidos com questões de suma importância. Trata-se do escândalo da negação de legitimidade para ambiciosos de poder, na comunidade eclesial e fora dela. A discussão dos discípulos, concentrados não em seu ensinamento, mas na repartição dos cargos burocráticos de um hipotético governo, como um exemplo da vida diária. Está na pauta, é parte dos ensinamentos de Jesus. Os discípulos devem superar o medo cultural que os invade e que impede de dirigirem-se a Ele com mais confiança, sem obediência hierárquica.

Jesus lança mão de uma estratégia pedagógica muito engenhosa: a “criança” era uma das criaturas mais insignificantes da cultura israelita. Por sua fragilidade física ainda em formação e idade, a criança não estava em condições de participar da guerra, da política e nem da vida religiosa. Jesus coloca um desses pequenos para o meio deles e lhes mostra como o presente e o futuro da comunidade está dependendo das pessoas mais esquecidas e mais simples. Somente assim há de se reverter o sistema de valores. E só dessa maneira a comunidade se tornará uma alternativa diante do “mundo” que só valoriza as pessoas endinheiradas, com uma boa posição social ou os que têm poder político e econômico.

A novidade de Jesus consiste em tornar grande o pequeno. Ao dar valor aos que fazem os trabalhos mais humildes e às pessoas tidas culturalmente – dentro da sociedade – como insignificantes “zero à esquerda”, Ele aponta para a igualdade de direitos e a dignidade de todos.

Marcos reúne numa só instrução uma série de sentenças de Jesus, conservadas e transmitidas pelas gerações e tradições primitivas da Igreja. O centro da ação de Jesus é uma casa em Cafarnaum, lugar transformado em escola de apóstolos. Predomina a instrução sobre a humildade. Melhor: o pequeno é “grande” diante de Deus. Os socialmente humildes, sem poder econômico, sem terra, sem emprego, sem teto, sem defesa nas causas levadas aos tribunais, sem nada que os destaque e espelhe dignidade devida e concedida por direito, ocupam lugar central no Reino de Deus. Os oprimidos e esquecidos pela sociedade merecerão a atenção graciosa de Deus.

Pois bem, meu irmão, escute as palavras de Nosso Senhor. Ele nos adverte: “Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos”.

Senhor Jesus, tira do meu coração todo ideal humano de grandeza, e faz-me compreender que ela consiste em fazer-me servidor.

Padre Bantu Mendonça

Santo do Dia "São Pio de Pietrelcina"


São Pio de Pietrelcina

23 de Setembro

Este digníssimo seguidor de S. Francisco de Assis nasceu no dia 25 de maio de 1887 em Pietrelcina (Itália). Seu nome verdadeiro era Francesco Forgione.

Ainda criança era muito assíduo com as coisas de Deus, tendo uma inigualável admiração por Nossa Senhora e o seu Filho Jesus, os quais via constantemente devido à grande familiaridade. Ainda pequenino havia se tornado amigo do seu Anjo da Guarda, a quem recorria muitas vezes para auxiliá-lo no seu trajeto nos caminhos do Evangelho.

Conta a história que ele recomendava muitas vezes as pessoas a recorrerem ao seu Anjo da Guarda estreitando assim a intimidade dos fiéis para com aquele que viria a ser o primeiro sacerdote da história da Igreja a receber os estigmas do Cristo do Calvário.

Com quinze anos de idade entrou no Noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em Morcone, adotando o nome de "Frei Pio" e foi ordenado sacerdote em 10 de agosto de 1910 na Arquidiocese de Benevento.

Após a ordenação, Padre Pio precisou ficar com sua família até 1916, por motivos de saúde e, em setembro desse mesmo ano, foi enviado para o convento de São Giovanni Rotondo, onde permaneceu até o dia de sua morte.

Abrasado pelo amor de Deus, marcado pelo sofrimento e profundamente imerso nas realidades sobrenaturais, Padre Pio recebeu os estigmas, sinais da Paixão de Jesus Cristo, em seu próprio corpo.

Entregando-se inteiramente ao Ministério da Confissão, buscava por meio desse sacramento aliviar os sofrimentos atrozes do coração de seus fiéis e libertá-los das garras do demônio, conhecido por ele como "barba azul".

Torturado, tentado e testado muitas vezes pelo maligno, esse grande santo sabia muito da sua astúcia no afã de desviar os filhos de Deus do caminho da fé. Percebendo que não somente deveria aliviar o sofrimento espiritual, recebeu de Deus a inspiração de construir um grande hospital, conhecido como "Casa Alívio do Sofrimento", que se tornou uma referência em toda a Europa. A fundação deste hospital se deu a 5 de maio de 1956.

Devido aos horrores provocados pela Segunda Guerra Mundial, Padre Pio cria os grupos de oração, verdadeiras células catalisadoras do amor e da paz de Deus, para serem instrumentos dessas virtudes no mundo que sofria e angustiava-se no vale tenebroso de lágrimas e sofrimentos.

Na ocasião do aniversário de 50 anos dos grupos de oração, Padre Pio celebrou uma Missa nesta intenção. Essa Celebração Eucarística foi o caminho para o seu Calvário definitivo, na qual entregaria a alma e o corpo ao seu grande Amor: Nosso Senhor Jesus Cristo; e a última vez em que os seus filhos espirituais veriam a quem tanto amavam.

Era madrugada do dia 23 de setembro de 1968, no seu quarto conventual com o terço entre os dedos repetindo o nome de Jesus e Maria, descansa em paz aquele que tinha abraçado a Cruz de Cristo, fazendo desta a ponte de ligação entre a terra e o céu.

Foi beatificado no dia 2 de maio de 1999 pelo Papa João Paulo II e canonizado no dia 16 de junho de 2002 também pelo saudoso Pontífice.

Padre Pio dizia: "Ficarei na porta do Paraíso até o último dos meus filhos entrar!"



São Pio de Pietrelcina, rogai por nós!

sábado, 22 de setembro de 2012

Liturgia Diária 22/09/2012 (Sábado)

Evangelho (Lucas 8,4-15)

Sábado, 22 de Setembro de 2012
24ª Semana Comum



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 4reuniu-se uma grande multidão, e de todas as cidades iam ter com Jesus. Então ele contou esta parábola:
5“O semeador saiu para semear a sua semente. Enquanto semeava, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada e os pássaros do céu a comeram. 6Outra parte caiu sobre pedras; brotou e secou, porque não havia umidade. 7Outra parte caiu no meio de espinhos; os espinhos cresceram juntos, e a sufocaram. 8Outra parte caiu em terra boa; brotou e deu fruto, cem por um”. Dizendo isso, Jesus exclamou: “Quem tem ouvidos para ouvir ouça”.
9Os discípulos lhe perguntaram o significado dessa parábola. 10Jesus respondeu:
“A vós foi dado conhecer os mistérios do Reino de Deus. Mas aos outros, só por meio de parábolas, para que olhando não vejam, e ouvindo não compreendam. 11A parábola quer dizer o seguinte: A semente é a Palavra de Deus. 12Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouviram, mas, depois, vem o diabo e tira a Palavra do coração deles, para que não acreditem e não se salvem. 13Os que estão sobre a pedra são aqueles que, ouvindo, acolhem a Palavra com alegria. Mas eles não têm raiz: por um momento acreditam; mas na hora da tentação voltam atrás. 14Aquilo que caiu entre os espinhos são os que ouvem, mas, com o passar do tempo são sufocados pelas preocupações, pela riqueza e pelos prazeres da vida, e não chegam a amadurecer. 15E o que caiu em terra boa são aqueles que, ouvindo com um coração bom e generoso, conservam a Palavra, e dão fruto na perseverança”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 

Homilia Diária 22/09/2012 (Sábado)

Que tipo de terreno eu tenho sido para a Palavra de Deus?


Jesus usava a dinâmica das parábolas para atingir o coração dos discípulos e da grande multidão, usando realidades do cotidiano deles, para que compreendessem os valores do Reino de Deus. Mas o que vem a ser uma parábola?

Palavra de origem grega, “parabole” significa “narrativa curta”. As parábolas de Jesus são narrativas breves, dotadas de um conteúdo alegórico, utilizadas nas pregações e sermões com a finalidade de transmitir algum ensinamento.

Nesta parábola o próprio Mestre explica o seu sentido. A semente é a Palavra de Deus que é o próprio Jesus, o Verbo feito carne. O terreno são aqueles destinatários da Semente, ou seja, nós somos um bom ou mal terreno. Declara-se qual o objetivo de Satanás: fazer com que os homens não cheguem à fé. E indica-nos finalmente o modo para darmos fruto: a paciência, a perseverança.

Nem sempre a semente da Palavra cai num bom terreno.

Os primeiros cristãos propunham o problema: “Por que o Reino não é aceito por todos em Israel? E por que tantos que o aceitam deixaram-no depois?” O Reino, anunciado e promovido pela Palavra de Deus – que é Cristo – tem por si mesmo uma irresistível força de crescimento. Só as más disposições do coração humano podem deter-lhe o desenvolvimento. Jesus ressalta o grande fruto da semente: apesar de tudo, a Palavra de Deus progredirá, dará seus frutos. Também em nós desce a Palavra de Cristo para operar com todo o seu potencial.

O agir do cristão tem como norma não uma moral feita de preceitos, mas sim um germe interior, uma Palavra de Deus, uma ação de Deus em nós que deve ser levada à maturação, em colaboração com o Espírito Santo. Você já ouviu falar que a conversão é dom e tarefa? Sim: ela é dom porque é sugerida e impulsionada pela graça divina, mas também é tarefa, porque entra a participação nossa, colaborando com Deus e Sua graça para nossa mudança de vida.

Então a Palavra de Deus é sempre eficaz, transformadora, cheia de Vida. Mas se o terreno não for arado, preparado e adubado para dar condições a esse Germe Divino brotar, crescer e dar frutos. Devemos nos perguntar: “Que tipo de terreno eu tenho sido para a Palavra de Deus? Que qualidade, tempo e importância tenho dado a ela em minha vida?”

Porque essa mesma semente tem seus adversários e o próprio “joio”. Lembra de outra parábola contada pelo Mestre para sufocar a semente? (cf. Mt 13, 24-43)  Jesus diz que serve para confundir, mas na hora da colheita o trigo pesará porque tem conteúdo e o “joio” ficará comprido e esguio por ser vazio. Portanto, não esqueçamos o modo de colaborar com a semente: “E o que caiu em terra boa são aqueles que, ouvindo com um coração bom e generoso, conservam a Palavra, e dão fruto na perseverança (Lc 8,15).

Padre Luizinho – Comunidade Canção Nova

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Liturgia Diária 21/09/2012 (Sexta)

Evangelho (Mateus 9,9-13)

Sexta-Feira, 21 de Setembro de 2012
São Mateus, Apóstolo



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 9Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus.
10Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. 11Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?”
12Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. 13Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 


Santo do Dia "São Mateus"

São Mateus

21 de Setembro


A Igreja celebra hoje, de forma especial, a vida de São Mateus apóstolo e evangelista, cujo nome antes da conversão era Levi. Morava e trabalhava como coletor de impostos em Cafarnaum, na Palestina. Quando ouviu a Palavra de Jesus: "Segue-me" deixou tudo imediatamente, pondo de lado a vida ligada ao dinheiro e ao poder para um serviço de perfeita pobreza: a proclamação da mensagem cristã!

Mateus era um rico coletor de impostos e respondeu ao chamado do Mestre com entusiasmo. Encontramos no Evangelho de São Lucas a pessoa de Mateus que prepara e convida o Mestre para a grande festa de despedida em sua casa. Assim, uma numerosa multidão de publicanos e outros tantos condenados aos olhos do povo, sentaram-se à mesa com ele e com Àquele que veio, não para os sãos, mas sim para os doentes; não para os justos, mas para os pecadores. Chamando-os à conversão e à vida nova.

Por isso tocado pela misericórdia Daquele a quem olhou e amou, no silêncio e com discrição, livrou-se do dinheiro fazendo o bem.

É no Evangelho de Mateus que contemplamos mais amplamente trechos referentes ao uso do dinheiro, tais como:
 
"Não ajunteis para vós, tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os destroem." e ainda:"Não podeis servir a Deus e ao dinheiro."

Com Judas, porém, ficou o encargo de "caixa" da pequena comunidade apostólica que Jesus formava com os seus. Mateus deixa todo seu dinheiro para seguir a Jesus, e Judas, ao contrário, trai Jesus por trinta moedas!

Este apóstolo a quem festejamos hoje com toda a Igreja, cujo significado do nome é Dom de Deus, ficou conhecido no Cristianismo nem tanto pela sua obra missionária no Oriente, mas sim pelo Evangelho que guiado pelo carisma extraordinário da inspiração pôde escrever, entre 80-90 na Síria e Palestina, grande parte da vida e ensinamentos de Jesus. Celebramos também seu martírio que acabou fechando com a palma da vitória o testemunho deste apóstolo, santo e evangelista.

São Mateus, rogai por nós!

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Liturgia Diária 20/09/2012 (Quinta)

Evangelho (Lucas 7,36-50)

Quinta-Feira, 20 de Setembro de 2012
Ss. André Kim T., Paulo Chong e Comps. Mts.



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 36um fariseu convidou Jesus para uma refeição em sua casa. Jesus entrou na casa do fariseu e pôs-se à mesa.
37Certa mulher, conhecida na cidade como pecadora, soube que Jesus estava à mesa, na casa do fariseu. Ela trouxe um frasco de alabastro com perfume, 38e, ficando por detrás, chorava aos pés de Jesus; com as lágrimas começou a banhar-lhe os pés, enxugava-os com os cabelos, cobria-os de beijos e os ungia com o perfume.
39Vendo isso, o fariseu que o havia convidado ficou pensando: “Se este homem fosse um profeta, saberia que tipo de mulher está tocando nele, pois é uma pecadora”.
40Jesus disse então ao fariseu: “Simão, tenho uma coisa para te dizer”. Simão respondeu: “Fala, mestre”! 41“Certo credor tinha dois devedores; um lhe devia quinhentas moedas de prata, o outro cinquenta. 42Como não tivessem com que pagar, o homem perdoou os dois. Qual deles o amará mais?” 43Simão respondeu: “Acho que é aquele ao qual perdoou mais”. Jesus lhe disse: “Tu julgaste corretamente”.
44Então Jesus virou-se para a mulher e disse a Simão: “Estás vendo esta mulher? Quando entrei em tua casa, tu não me ofereceste água para lavar os pés; ela, porém, banhou meus pés com lágrimas e enxugou-os com os cabelos. 45Tu não me deste o beijo de saudação; ela, porém, desde que entrei, não parou de beijar meus pés. 46Tu não derramaste óleo na minha cabeça; ela, porém, ungiu meus pés com perfume. 47Por esta razão, eu te declaro: os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados porque ela mostrou muito amor. Aquele a quem se perdoa pouco mostra pouco amor”. 48E Jesus disse à mulher: “Teus pecados estão perdoados”. 49Então, os convidados começaram a pensar: “Quem é este que até perdoa pecados?” 50Mas Jesus disse à mulher: “Tua fé te salvou. Vai em paz”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.