Para dizer a verdade, no fim dos anos Sessenta, eu não podia ver e nem falar do
Movimento da Renovação Carismática... "mas me arrependi, depois que os conheci."
Entre os jornalistas brasileiros, Márcio Campos, que representa os demais
colegas do Diário, do Estado, da Globo, perguntou ao Papa Bergoglio: “A Igreja
católica no Brasil perdeu muitos fiéis nestes últimos anos. O senhor acha que o
Movimento da Renovação Carismática poderia ser um meio para evitar este êxodo
para as Igrejas pentecostais?
“È verdade o que você diz sobre a queda
dos fiéis, mas, sobre estas estatísticas, conversei com os Bispos do Brasil...
Para dizer a verdade, no fim dos anos Sessenta, eu não podia ver e nem falar do
Movimento da Renovação Carismática. Uma vez, comentando sobre seus membros, eu
até disse: “Eles confundem a celebração litúrgica com uma escola de samba”. Eu
disse, mas me arrependi, depois que os conheci. Eles percorreram tanta estrada e
fizeram também muito bem à Igreja, em geral. Hoje, acho que os Movimentos na
Igreja são muito necessários: são uma graça do Espírito Santo; eles podem ajudar
a manter os fiéis na Igreja, mas devem servir à Igreja. Cada um se insere no
Movimento eclesial segundo o próprio carisma, segundo a inspiração do
Espírito“.
Fonte: Radio Vaticana
terça-feira, 30 de julho de 2013
Papa Francisco: “Eu sou filho da Igreja”
A mídia internacional divulgou uma suposta "aprovação" do Papa Francisco
à homossexualidade. Trata-se de mais uma mentira. Entenda o que disse o
Santo Padre.
No fim da tarde de ontem, o Papa Francisco se despediu do povo brasileiro. Com a alma "cheia de recordações felizes", o Santo Padre declarou já começar "a sentir saudades".
Com certeza, não é só Sua Santidade que sentirá falta do Brasil. Nós também não esqueceremos esta visita do sucessor de São Pedro à nossa nação, que nos trouxe palavras de alento, conforto e esperança, mas, ao mesmo tempo, apelos de compromisso e de responsabilidade – como no discurso aos voluntários da Jornada, quando o Papa pediu aos jovens "a coragem de ir contra a corrente", contra a "cultura do provisório, do relativo".
É importante que estas mensagens do Sumo Pontífice encontrem terreno fértil em nosso coração, mas também se deve tomar muito cuidado com a leitura que a mídia tem feito de suas declarações. Quando vão falar sobre a fé e sobre a Igreja, muitos de nossos jornalistas e teólogos – ou, simplesmente, de nossos formadores de opinião – estão mais preocupados com a promoção de sua agenda progressista que com os valores cristãos propriamente ditos. Assim, uma palavra dita pelo Papa num contexto é imediatamente jogada nas manchetes e, então, de repente, a Igreja teria mudado sua doutrina ou negociado seus princípios morais.
Durante o voo de regresso a Roma, apesar do cansaço, o Papa Francisco decidiu conceder uma entrevista aos jornalistas presentes no avião. O Pontífice abordou temas espinhosos; entre eles, a questão da homossexualidade. Não falou nada de novo em matéria moral: "Se uma pessoa é gay e procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu, por caridade, para julgá-lo? O Catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem. Diz que eles não devem ser discriminados por causa disso, mas integrados na sociedade."
No entanto, vários portais de notícias comemoraram o que parecia ser a "habilitação" do ato homossexual. Nada mais falso. Basta ler o trecho do Catecismo ao qual o próprio Papa remete, demonstrando continuidade com o ensinamento moral da Igreja. Trata-se do seu parágrafo 2358:
Outro momento da mesma entrevista ilustra muito bem este compromisso de Francisco com a fé e a moral católicas01. Perguntado sobre sua opinião frente a questões como o aborto ou o "casamento" gay, o Santo Padre disse: "A Igreja já se expressou perfeitamente sobre isso". O jornalista, insistente, queria saber a posição do Papa. Ele foi ainda mais enfático: "É a da Igreja, eu sou filho da Igreja".
Por: Equipe Christo Nihil Praeponere
No fim da tarde de ontem, o Papa Francisco se despediu do povo brasileiro. Com a alma "cheia de recordações felizes", o Santo Padre declarou já começar "a sentir saudades".
Com certeza, não é só Sua Santidade que sentirá falta do Brasil. Nós também não esqueceremos esta visita do sucessor de São Pedro à nossa nação, que nos trouxe palavras de alento, conforto e esperança, mas, ao mesmo tempo, apelos de compromisso e de responsabilidade – como no discurso aos voluntários da Jornada, quando o Papa pediu aos jovens "a coragem de ir contra a corrente", contra a "cultura do provisório, do relativo".
É importante que estas mensagens do Sumo Pontífice encontrem terreno fértil em nosso coração, mas também se deve tomar muito cuidado com a leitura que a mídia tem feito de suas declarações. Quando vão falar sobre a fé e sobre a Igreja, muitos de nossos jornalistas e teólogos – ou, simplesmente, de nossos formadores de opinião – estão mais preocupados com a promoção de sua agenda progressista que com os valores cristãos propriamente ditos. Assim, uma palavra dita pelo Papa num contexto é imediatamente jogada nas manchetes e, então, de repente, a Igreja teria mudado sua doutrina ou negociado seus princípios morais.
Durante o voo de regresso a Roma, apesar do cansaço, o Papa Francisco decidiu conceder uma entrevista aos jornalistas presentes no avião. O Pontífice abordou temas espinhosos; entre eles, a questão da homossexualidade. Não falou nada de novo em matéria moral: "Se uma pessoa é gay e procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu, por caridade, para julgá-lo? O Catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem. Diz que eles não devem ser discriminados por causa disso, mas integrados na sociedade."
No entanto, vários portais de notícias comemoraram o que parecia ser a "habilitação" do ato homossexual. Nada mais falso. Basta ler o trecho do Catecismo ao qual o próprio Papa remete, demonstrando continuidade com o ensinamento moral da Igreja. Trata-se do seu parágrafo 2358:
"Um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. Esta inclinação objetivamente desordenada constitui, para a maioria, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus em sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição."Traduzindo: a Igreja continua condenando o pecado, não o pecador. E, justamente porque o ama, chama-o à conversão, à castidade. Por causa de sua condição, eles não devem ser injustamente discriminados, mas tratados com respeito e dignidade. Este é o ensinamento da Igreja e esta é a referência do Papa.
Outro momento da mesma entrevista ilustra muito bem este compromisso de Francisco com a fé e a moral católicas01. Perguntado sobre sua opinião frente a questões como o aborto ou o "casamento" gay, o Santo Padre disse: "A Igreja já se expressou perfeitamente sobre isso". O jornalista, insistente, queria saber a posição do Papa. Ele foi ainda mais enfático: "É a da Igreja, eu sou filho da Igreja".
Por: Equipe Christo Nihil Praeponere
segunda-feira, 29 de julho de 2013
“Até breve”. Papa Francisco se despede do Brasil
Vigário de Cristo retorna a Roma
“Já começo a sentir saudades do Brasil”, disse o Papa Francisco.
“Parto com a alma cheia de recordações
felizes; essas – estou certo – tornar-se-ão oração”, disse o Santo Padre
em sua partida a Roma. Após sete dias em terras brasileiras; em meio
aos jovens, aos abraços de crianças e idosos, aos sorrisos de alegria e
olhares atentos dos que o viram, o Papa Francisco deixou o Brasil na
tarde deste domingo, 28.
Um clima de evidente emoção tomou conta
dos brasileiros durante a despedida do Sucessor de Pedro, que visitou o
país em virtude da 28º Jornada Mundial da Juventude, na cidade do Rio de
Janeiro.
“Neste momento, já começo a sentir
saudades. Saudades do Brasil, este povo tão grande e de grande coração;
este povo tão amoroso. Saudades do sorriso aberto e sincero que vi em
tantas pessoas, saudades do entusiasmo dos voluntários. Saudades da
esperança no olhar dos jovens no Hospital São Francisco. Saudades da fé e
da alegria em meio à adversidade dos moradores de Varginha”, disse o
Santo Padre.
O Papa classificou como uma “semana
inesquecível” os dias que passou no Brasil e agradeceu a todos os
envolvidos na JMJ, pela acolhida e pelo trabalho realizado.
Na cerimônia de despedida, fizeram-se
presentes: o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta; o
presidente da CNBB, Dom Raymundo Damasceno; o representante do Governo
Federal e vice-presidente da República, Michel Temer; o governador do
Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral; o prefeito da cidade do Rio,
Eduardo Paes, dentre outras autoridades.
Como dito, o Papa Francisco pretende
retornar ao Brasil em 2017 para a celebração dos 300 anos do encontro da
imagem de Nossa Senhora Aparecida no rio Paraíba do Sul.
O voo com o Sumo Pontífice decolou do
Aeroporto Internacional do Galeão; sua chegada está prevista para esta
segunda-feira, 29, às 11h30 – hora italiana, 06h30 em Brasília.
Fonte: tamujuntojmj.cancaonova.com
sábado, 27 de julho de 2013
Na Via Sacra, Papa Francisco fala dos jovens que perderam a fé na Igreja pela incoerêcia de seus filhos e recorda das vítimas do incêndio em Santa Maria
Rio de Janeiro (RV) –
Na noite desta sexta-feira, o Papa Francisco participou, com os mais
de um milhão de jovens reunidos na Praia de Copacabana, da Via Sacra,
sempre um dos momentos mais intensos das Jornadas Mundiais da Juventude.
280 artistas e voluntários do Brasil, Porto Rico, México, Argentina,
Alemanha e Estados Unidos representaram as treze das estações
distribuídas ao longo de 900 metros da Av. Atlântica, sendo que a última
foi representada no palco central, onde encontrava-se o Santo Padre.
O Papa Francisco foi de helicóptero até o Forte de Copacabana onde embarcou no Papamóvel, sendo uma vez mais, saudado por milhares de pessoas ao longo de todo o trajeto na Av. Atlântica. O Santo Padre, como de costume, fez algumas paradas ao longo do percurso. Numa delas, desceu do Papamóvel e abençoou uma imagem de Nossa Senhora de Luján, nas mãos de um sacerdote, e uma imagem de São Francisco. Uma senhora tinha uma pomba de gesso nas mãos que também foi abençoada por Francisco. Também beijou diversas crianças, saudou e abençoou populares e doentes.
O Papa Francisco subiu ao palco às 17hs56min, saudando os Cardeais e Bispos presentes e os 35 ‘trabalhadores excluídos’ ou ‘cartoneros’ (catadores de papel) que pediu que fossem buscados na Argentina e colocados no palco principal, próximo a ele. Por volta das 18 horas, Francisco fez a Oração de Abertura da Via Sacra. A cruz percorreu as Estações, passando pela Pedra do Arpoador e a Escadaria Selarón, na Lapa, além de outras ruas da cidade carioca, envolvendo 280 voluntários, durante mais de uma hora, ao som de uma orquestra, um coral, tudo aliado a um espetáculo de luzes e coreografias.
Os textos das meditações das 14 estações foram escritos pelos padres Zezinho e Joãozinho, sacerdotes dehonianos, e evocaram o sofrimento de Jesus, expresso nos problemas dos jovens de hoje. Assim, missionaridade, conversão, comunidade, jovens mães, seminaristas, a religião em defesa da vida, casais, mulheres sofridas, estudantes, redes sociais, jovens detentos e a pastoral carcerária, doenças terminais, morte dos jovens e a juventude de todo o mundo foram temas lembrados nas Estações.
Após a Via Sacra, o Papa Francisco dirigiu sua mensagem aos jovens, recordando que João Paulo II havia confiado a eles a cruz, dizendo: «Levai-a pelo mundo, como sinal do amor de Jesus pela humanidade e anunciai a todos que só em Cristo morto e ressuscitado há salvação e redenção»”. E observou que “a Cruz percorreu todos os continentes e atravessou os mais variados mundos da existência humana, ficando quase que impregnada com as situações de vida de tantos jovens que a viram e carregaram”. E acrescentou:
“Ninguém pode tocar a Cruz de Jesus sem deixar algo de si mesmo nela e sem trazer algo da Cruz de Jesus para sua própria vida. Nesta tarde, acompanhando o Senhor, queria que ressoassem três perguntas nos seus corações: O que vocês terão deixado na Cruz, queridos jovens brasileiros, nestes dois anos em que ela atravessou seu imenso País? E o que terá deixado a Cruz de Jesus em cada um de vocês? E, finalmente, o que esta Cruz ensina para a nossa vida?
Após, o Papa falou sobre uma antiga tradição da Igreja de Roma que relata uma situação vivida por Pedro com Jesus, que o fez entender, que “ele devia seguir o Senhor com coragem até o fim, e que aquele Jesus - que o amara até o ponto de morrer na Cruz - estava sempre com ele”. E acrescentou que “Jesus com a sua cruz atravessa os nossos caminhos para carregar os nossos medos, os nossos problemas, os nossos sofrimentos, mesmo os mais profundos”:
“Com a Cruz, Jesus se une ao silêncio das vítimas da violência, que já não podem clamar, sobretudo os inocentes e indefesos; com a Cruz Jesus se une às famílias que passam por dificuldades pela trágica perda de seus filhos, como no caso dos 242 jovens vítimas do incêndio em Santa Maria no início do ano. Rezemos por eles! Com a Cruz, Jesus se une a todas as pessoas que passam fome, num mundo que, por outro lado, se dá ao luxo de todos os dias jogar fora toneladas de comida; pela cruz Jesus se une aos pais que vêem seus filhos presos nos paraísos artificiais da droga; nela Jesus se une a quem é perseguido pela religião, pelas ideias, ou simplesmente pela cor da pele; nela Jesus se une a tantos jovens que perderam a confiança nas instituições políticas, por verem egoísmo e corrupção, ou que perderam a fé na Igreja, e até mesmo em Deus, pela incoerência de cristãos e de ministros do Evangelho. Na Cruz de Cristo, está o sofrimento, o pecado do homem, o nosso também, e Ele acolhe tudo com seus braços abertos, carrega nas suas costas as nossas cruzes e nos diz: Coragem! Você não está sozinho a levá-la! Eu a levo com você. Eu venci a morte e vim para lhe dar esperança, dar-lhe vida”.
“E assim – diz o Papa - podemos responder à segunda pergunta: o que foi que a Cruz deixou naqueles que a viram, naqueles que a tocaram? O que deixa em cada um de nós?”.
“Ela deixa um bem que ninguém mais pode nos dar: a certeza do amor inabalável de Deus por nós. Um amor tão grande que entra no nosso pecado e o perdoa, entra no nosso sofrimento e nos dá a força para poder levá-lo, entra também na morte para derrotá-la e nos salvar. Na Cruz de Cristo, está todo o amor de Deus, a sua imensa misericórdia”. E diz aos jovens:
“Queridos jovens, confiemos em Jesus, abandonemo-nos totalmente a Ele! Só em Cristo morto e ressuscitado encontramos salvação e redenção. Com Ele, o mal, o sofrimento e a morte não têm a última palavra, porque Ele nos dá a esperança e a vida: transformou a Cruz, de instrumento de ódio, de derrota, de morte, em sinal de amor, de vitória e de vida”.
Francisco observou então, que o primeiro nome dado ao Brasil foi justamente o de ‘Terra de Santa Cruz’. “A Cruz de Cristo foi plantada não só na praia, há mais de cinco séculos, mas também na história, no coração e na vida do povo brasileiro e não só: o Cristo sofredor, sentimo-lo próximo, como um de nós que compartilha o nosso caminho até o final. Não há cruz, pequena ou grande, da nossa vida que o Senhor não venha compartilhar conosco”. E acrescentou:
“Mas a Cruz de Cristo também nos convida a deixar-nos contagiar por este amor; ensina-nos, pois, a olhar sempre para o outro com misericórdia e amor, sobretudo quem sofre, quem tem necessidade de ajuda, quem espera uma palavra, um gesto; ensina-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro destas pessoas e lhes estender a mão. Tantos rostos acompanharam Jesus no seu caminho até a Cruz: Pilatos, o Cireneu, Maria, as mulheres... Também nós diante dos demais podemos ser como Pilatos que não teve a coragem de ir contra a corrente para salvar a vida de Jesus, lavando-se as mãos”.
“Queridos amigos – disse o Papa – a Cruz de Cristo nos ensina a ser como o Cireneu, que ajuda Jesus levar aquele madeiro pesado, como Maria e as outras mulheres, que não tiveram medo de acompanhar Jesus até o final, com amor, com ternura. E você como é? Como Pilatos, como o Cireneu, como Maria?”, perguntou.
E conclui, dizendo que devemos levar as nossas alegrias, os nossos sofrimentos, os nossos fracassos para a Cruz de Cristo, pois alí “encontraremos um Coração aberto que nos compreende, perdoa, ama e pede para levar este mesmo amor para a nossa vida, para amar cada irmão e irmã com este mesmo amor.”
Na conclusão do encontro, foi rezado um Pai Nosso e o Santo Padre concedeu a sua bênção a todos, transferindo-se a seguir para a residência em Sumaré.
Eis uma síntese das meditações em cada Estação:
Na 1ª estação, rezou-se pelos jovens inocentes que “todos os dias são condenados à morte pela pobreza, pela violência e por todo tipo de consequências do pecado”.
O “jovem convertido” que quer ser “instrumento” do amor de Deus esteve presente na 2ª estação, e na 3ª foram evocadas as preces do “voluntário de uma comunidade de recuperação” que quer ser o Bom Samaritano que “para além dos discursos, tem coragem de levantar quem está caído à beira do caminho e cuidar de suas feridas”.
A quarta estação – “Jesus encontra a sua mãe aflita” – recordou as dores das mães que sentem o sofrimento dos seus filhos: “É uma comunhão redentora”.
Na 5ª estação, os “seminaristas” chamados ao sacerdócio, também estiveram presentes com as suas orações e preocupações em serem “um bom pastor”.
Na 6ª estação, a consagrada ao “serviço do irmão” pediu forças, pois encontra “nas vias-sacras da vida tantas vítimas de uma «cultura de morte»”.
Os casais de namorados, que pretendem “construir uma família pelos fundamentos e não pelo telhado”, foram recordados na 7ª estação.
O sofrimento das mulheres, cuja “vocação” é “do berço até à cruz” está presente na oitava estação e os “estudantes” são recordados na estação onde “Jesus cai pela terceira vez”: “O conhecimento e a ciência encantam-me, mas muitas vezes seduzem-me e até induzem-me a imaginar que não preciso de ti”.
A Via Sacra não esqueceu das redes sociais e da ‘geração que nasceu conectada por meio da internet”. Na 10ª Estação, é pedido “que a tua graça nos ensine os caminhos para evangelizar o «continente digital» e nos deixe atentos à possível dependência ou confusão entre o real e o virtual”, é o pedido da 10ª estação.
Na 11ª estação são lembrados os “milhões” de jovens presidiários, na 12ª os jovens com doenças terminais e na 13ª os jovens “deficientes auditivos”: “Existem momentos em que o silêncio e a contemplação falam muito mais”.
Na 14ª e última estação, foram recordados os jovens de todas as regiões do globo. (JE)
O Papa Francisco foi de helicóptero até o Forte de Copacabana onde embarcou no Papamóvel, sendo uma vez mais, saudado por milhares de pessoas ao longo de todo o trajeto na Av. Atlântica. O Santo Padre, como de costume, fez algumas paradas ao longo do percurso. Numa delas, desceu do Papamóvel e abençoou uma imagem de Nossa Senhora de Luján, nas mãos de um sacerdote, e uma imagem de São Francisco. Uma senhora tinha uma pomba de gesso nas mãos que também foi abençoada por Francisco. Também beijou diversas crianças, saudou e abençoou populares e doentes.
O Papa Francisco subiu ao palco às 17hs56min, saudando os Cardeais e Bispos presentes e os 35 ‘trabalhadores excluídos’ ou ‘cartoneros’ (catadores de papel) que pediu que fossem buscados na Argentina e colocados no palco principal, próximo a ele. Por volta das 18 horas, Francisco fez a Oração de Abertura da Via Sacra. A cruz percorreu as Estações, passando pela Pedra do Arpoador e a Escadaria Selarón, na Lapa, além de outras ruas da cidade carioca, envolvendo 280 voluntários, durante mais de uma hora, ao som de uma orquestra, um coral, tudo aliado a um espetáculo de luzes e coreografias.
Os textos das meditações das 14 estações foram escritos pelos padres Zezinho e Joãozinho, sacerdotes dehonianos, e evocaram o sofrimento de Jesus, expresso nos problemas dos jovens de hoje. Assim, missionaridade, conversão, comunidade, jovens mães, seminaristas, a religião em defesa da vida, casais, mulheres sofridas, estudantes, redes sociais, jovens detentos e a pastoral carcerária, doenças terminais, morte dos jovens e a juventude de todo o mundo foram temas lembrados nas Estações.
Após a Via Sacra, o Papa Francisco dirigiu sua mensagem aos jovens, recordando que João Paulo II havia confiado a eles a cruz, dizendo: «Levai-a pelo mundo, como sinal do amor de Jesus pela humanidade e anunciai a todos que só em Cristo morto e ressuscitado há salvação e redenção»”. E observou que “a Cruz percorreu todos os continentes e atravessou os mais variados mundos da existência humana, ficando quase que impregnada com as situações de vida de tantos jovens que a viram e carregaram”. E acrescentou:
“Ninguém pode tocar a Cruz de Jesus sem deixar algo de si mesmo nela e sem trazer algo da Cruz de Jesus para sua própria vida. Nesta tarde, acompanhando o Senhor, queria que ressoassem três perguntas nos seus corações: O que vocês terão deixado na Cruz, queridos jovens brasileiros, nestes dois anos em que ela atravessou seu imenso País? E o que terá deixado a Cruz de Jesus em cada um de vocês? E, finalmente, o que esta Cruz ensina para a nossa vida?
Após, o Papa falou sobre uma antiga tradição da Igreja de Roma que relata uma situação vivida por Pedro com Jesus, que o fez entender, que “ele devia seguir o Senhor com coragem até o fim, e que aquele Jesus - que o amara até o ponto de morrer na Cruz - estava sempre com ele”. E acrescentou que “Jesus com a sua cruz atravessa os nossos caminhos para carregar os nossos medos, os nossos problemas, os nossos sofrimentos, mesmo os mais profundos”:
“Com a Cruz, Jesus se une ao silêncio das vítimas da violência, que já não podem clamar, sobretudo os inocentes e indefesos; com a Cruz Jesus se une às famílias que passam por dificuldades pela trágica perda de seus filhos, como no caso dos 242 jovens vítimas do incêndio em Santa Maria no início do ano. Rezemos por eles! Com a Cruz, Jesus se une a todas as pessoas que passam fome, num mundo que, por outro lado, se dá ao luxo de todos os dias jogar fora toneladas de comida; pela cruz Jesus se une aos pais que vêem seus filhos presos nos paraísos artificiais da droga; nela Jesus se une a quem é perseguido pela religião, pelas ideias, ou simplesmente pela cor da pele; nela Jesus se une a tantos jovens que perderam a confiança nas instituições políticas, por verem egoísmo e corrupção, ou que perderam a fé na Igreja, e até mesmo em Deus, pela incoerência de cristãos e de ministros do Evangelho. Na Cruz de Cristo, está o sofrimento, o pecado do homem, o nosso também, e Ele acolhe tudo com seus braços abertos, carrega nas suas costas as nossas cruzes e nos diz: Coragem! Você não está sozinho a levá-la! Eu a levo com você. Eu venci a morte e vim para lhe dar esperança, dar-lhe vida”.
“E assim – diz o Papa - podemos responder à segunda pergunta: o que foi que a Cruz deixou naqueles que a viram, naqueles que a tocaram? O que deixa em cada um de nós?”.
“Ela deixa um bem que ninguém mais pode nos dar: a certeza do amor inabalável de Deus por nós. Um amor tão grande que entra no nosso pecado e o perdoa, entra no nosso sofrimento e nos dá a força para poder levá-lo, entra também na morte para derrotá-la e nos salvar. Na Cruz de Cristo, está todo o amor de Deus, a sua imensa misericórdia”. E diz aos jovens:
“Queridos jovens, confiemos em Jesus, abandonemo-nos totalmente a Ele! Só em Cristo morto e ressuscitado encontramos salvação e redenção. Com Ele, o mal, o sofrimento e a morte não têm a última palavra, porque Ele nos dá a esperança e a vida: transformou a Cruz, de instrumento de ódio, de derrota, de morte, em sinal de amor, de vitória e de vida”.
Francisco observou então, que o primeiro nome dado ao Brasil foi justamente o de ‘Terra de Santa Cruz’. “A Cruz de Cristo foi plantada não só na praia, há mais de cinco séculos, mas também na história, no coração e na vida do povo brasileiro e não só: o Cristo sofredor, sentimo-lo próximo, como um de nós que compartilha o nosso caminho até o final. Não há cruz, pequena ou grande, da nossa vida que o Senhor não venha compartilhar conosco”. E acrescentou:
“Mas a Cruz de Cristo também nos convida a deixar-nos contagiar por este amor; ensina-nos, pois, a olhar sempre para o outro com misericórdia e amor, sobretudo quem sofre, quem tem necessidade de ajuda, quem espera uma palavra, um gesto; ensina-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro destas pessoas e lhes estender a mão. Tantos rostos acompanharam Jesus no seu caminho até a Cruz: Pilatos, o Cireneu, Maria, as mulheres... Também nós diante dos demais podemos ser como Pilatos que não teve a coragem de ir contra a corrente para salvar a vida de Jesus, lavando-se as mãos”.
“Queridos amigos – disse o Papa – a Cruz de Cristo nos ensina a ser como o Cireneu, que ajuda Jesus levar aquele madeiro pesado, como Maria e as outras mulheres, que não tiveram medo de acompanhar Jesus até o final, com amor, com ternura. E você como é? Como Pilatos, como o Cireneu, como Maria?”, perguntou.
E conclui, dizendo que devemos levar as nossas alegrias, os nossos sofrimentos, os nossos fracassos para a Cruz de Cristo, pois alí “encontraremos um Coração aberto que nos compreende, perdoa, ama e pede para levar este mesmo amor para a nossa vida, para amar cada irmão e irmã com este mesmo amor.”
Na conclusão do encontro, foi rezado um Pai Nosso e o Santo Padre concedeu a sua bênção a todos, transferindo-se a seguir para a residência em Sumaré.
Eis uma síntese das meditações em cada Estação:
Na 1ª estação, rezou-se pelos jovens inocentes que “todos os dias são condenados à morte pela pobreza, pela violência e por todo tipo de consequências do pecado”.
O “jovem convertido” que quer ser “instrumento” do amor de Deus esteve presente na 2ª estação, e na 3ª foram evocadas as preces do “voluntário de uma comunidade de recuperação” que quer ser o Bom Samaritano que “para além dos discursos, tem coragem de levantar quem está caído à beira do caminho e cuidar de suas feridas”.
A quarta estação – “Jesus encontra a sua mãe aflita” – recordou as dores das mães que sentem o sofrimento dos seus filhos: “É uma comunhão redentora”.
Na 5ª estação, os “seminaristas” chamados ao sacerdócio, também estiveram presentes com as suas orações e preocupações em serem “um bom pastor”.
Na 6ª estação, a consagrada ao “serviço do irmão” pediu forças, pois encontra “nas vias-sacras da vida tantas vítimas de uma «cultura de morte»”.
Os casais de namorados, que pretendem “construir uma família pelos fundamentos e não pelo telhado”, foram recordados na 7ª estação.
O sofrimento das mulheres, cuja “vocação” é “do berço até à cruz” está presente na oitava estação e os “estudantes” são recordados na estação onde “Jesus cai pela terceira vez”: “O conhecimento e a ciência encantam-me, mas muitas vezes seduzem-me e até induzem-me a imaginar que não preciso de ti”.
A Via Sacra não esqueceu das redes sociais e da ‘geração que nasceu conectada por meio da internet”. Na 10ª Estação, é pedido “que a tua graça nos ensine os caminhos para evangelizar o «continente digital» e nos deixe atentos à possível dependência ou confusão entre o real e o virtual”, é o pedido da 10ª estação.
Na 11ª estação são lembrados os “milhões” de jovens presidiários, na 12ª os jovens com doenças terminais e na 13ª os jovens “deficientes auditivos”: “Existem momentos em que o silêncio e a contemplação falam muito mais”.
Na 14ª e última estação, foram recordados os jovens de todas as regiões do globo. (JE)
Papa no Angelus: Os avós são importantes na vida da família, comunicam o patrimônio de humanidade e fé
Rio de Janeiro (RV)
- O Papa Francisco iniciou esta sexta-feira, celebrando a missa na
capela da residência arquiepiscopal de Sumaré, no Rio de Janeiro.
A seguir, o pontífice se dirigiu para a Quinta da Boa Vista onde confessou alguns jovens da Jornada Mundial da Juventude. "É o verdadeiro Santo Padre do povo", comentou Renan Souza, de 22 anos, um dos jovens confessados pelo Papa.
Da Quinta da Boa Vista, o Santo Padre se dirigiu para o Palácio São Joaquim, Arcebispado do Rio de Janeiro, onde se encontrou com oito jovens detentos, seis homens e duas mulheres.
Depois, o Santo Padre assomou à sacada central do Palácio São Joaquim e rezou a oração do Angelus, neste dia em que a Igreja celebra Sant’Ana e São Joaquim.
Eis a alocução do Papa Francisco, na íntegra.
Caríssimos irmãos e amigos!
Bom dia!
Dou graças à divina Providência por ter guiado meus passos até aqui, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Agradeço de coração sincero a Dom Orani e também a vocês pelo acolhimento caloroso, com que manifestam seu carinho pelo Sucessor de Pedro. Desejaria que a minha passagem por esta cidade do Rio renovasse em todos o amor a Cristo e à Igreja, a alegria de estar unidos a Ele e de pertencer a Igreja e o compromisso de viver e testemunhar a fé.
Uma belíssima expressão da fé do povo é a “Hora da Ave Maria”. É uma oração simples que se reza nos três momentos característicos da jornada que marcam o ritmo da nossa atividade quotidiana: de manhã, ao meio-dia e ao anoitecer. É, porém, uma oração importante; convido a todos a rezá-la com a Ave Maria. Lembra-nos um acontecimento luminoso que transformou a história: a Encarnação, o Filho de Deus que se fez homem em Jesus de Nazaré.
Hoje a Igreja celebra os pais da Virgem Maria, os avós de Jesus: São Joaquim e Sant’Ana. Na casa deles, veio ao mundo Maria, trazendo consigo aquele mistério extraordinário da Imaculada Conceição; na casa deles, cresceu, acompanhada pelo seu amor e pela sua fé; na casa deles, aprendeu a escutar o Senhor e seguir a sua vontade. São Joaquim e Sant’Ana fazem parte de uma longa corrente que transmitiu a fé o amor a Deus, no calor da família, até Maria, que acolheu em seu seio o Filho de Deus e o ofereceu ao mundo, ofereceu-o a nós. Vemos aqui o valor precioso da família como lugar privilegiado para transmitir a fé! Olhando para o ambiente familiar, queria destacar uma coisa: hoje, na festa de São Joaquim e Sant’Ana, no Brasil como em outros países, se celebra a festa dos avós. Como os avós são importantes na vida da família, para comunicar o patrimônio de humanidade e de fé que é essencial para qualquer sociedade! E como é importante o encontro e o diálogo entre as gerações, principalmente dentro da família. O Documento de Aparecida nos recorda: “Crianças e anciãos constroem o futuro dos povos; as crianças porque levarão por adiante a história, os anciãos porque transmitem a experiência e a sabedoria de suas vidas” (DAp 447). Esta relação, este diálogo entre as gerações é um tesouro que deve ser conservado e alimentado! Nesta Jornada Mundial da Juventude, os jovens querem saudar os avós. Eles saúdam os seus avós com muito carinho, aos avós, saudamos aos avós, eles os jovens agradecem os avós com muito carinho e lhes agradecem pelo testemunho de sabedoria que nos oferecem continuamente.
E agora, nesta praça, nas ruas adjacentes, nas casas que acompanham conosco este momento de oração, sintamo-nos como uma única grande família e nos dirijamos a Maria para que guarde as nossas famílias, faça delas lares de fé e de amor, onde se sinta a presença do seu Filho Jesus. (MJ)
Ouça Angelus com o Papa
A seguir, o pontífice se dirigiu para a Quinta da Boa Vista onde confessou alguns jovens da Jornada Mundial da Juventude. "É o verdadeiro Santo Padre do povo", comentou Renan Souza, de 22 anos, um dos jovens confessados pelo Papa.
Da Quinta da Boa Vista, o Santo Padre se dirigiu para o Palácio São Joaquim, Arcebispado do Rio de Janeiro, onde se encontrou com oito jovens detentos, seis homens e duas mulheres.
Depois, o Santo Padre assomou à sacada central do Palácio São Joaquim e rezou a oração do Angelus, neste dia em que a Igreja celebra Sant’Ana e São Joaquim.
Eis a alocução do Papa Francisco, na íntegra.
Caríssimos irmãos e amigos!
Bom dia!
Dou graças à divina Providência por ter guiado meus passos até aqui, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Agradeço de coração sincero a Dom Orani e também a vocês pelo acolhimento caloroso, com que manifestam seu carinho pelo Sucessor de Pedro. Desejaria que a minha passagem por esta cidade do Rio renovasse em todos o amor a Cristo e à Igreja, a alegria de estar unidos a Ele e de pertencer a Igreja e o compromisso de viver e testemunhar a fé.
Uma belíssima expressão da fé do povo é a “Hora da Ave Maria”. É uma oração simples que se reza nos três momentos característicos da jornada que marcam o ritmo da nossa atividade quotidiana: de manhã, ao meio-dia e ao anoitecer. É, porém, uma oração importante; convido a todos a rezá-la com a Ave Maria. Lembra-nos um acontecimento luminoso que transformou a história: a Encarnação, o Filho de Deus que se fez homem em Jesus de Nazaré.
Hoje a Igreja celebra os pais da Virgem Maria, os avós de Jesus: São Joaquim e Sant’Ana. Na casa deles, veio ao mundo Maria, trazendo consigo aquele mistério extraordinário da Imaculada Conceição; na casa deles, cresceu, acompanhada pelo seu amor e pela sua fé; na casa deles, aprendeu a escutar o Senhor e seguir a sua vontade. São Joaquim e Sant’Ana fazem parte de uma longa corrente que transmitiu a fé o amor a Deus, no calor da família, até Maria, que acolheu em seu seio o Filho de Deus e o ofereceu ao mundo, ofereceu-o a nós. Vemos aqui o valor precioso da família como lugar privilegiado para transmitir a fé! Olhando para o ambiente familiar, queria destacar uma coisa: hoje, na festa de São Joaquim e Sant’Ana, no Brasil como em outros países, se celebra a festa dos avós. Como os avós são importantes na vida da família, para comunicar o patrimônio de humanidade e de fé que é essencial para qualquer sociedade! E como é importante o encontro e o diálogo entre as gerações, principalmente dentro da família. O Documento de Aparecida nos recorda: “Crianças e anciãos constroem o futuro dos povos; as crianças porque levarão por adiante a história, os anciãos porque transmitem a experiência e a sabedoria de suas vidas” (DAp 447). Esta relação, este diálogo entre as gerações é um tesouro que deve ser conservado e alimentado! Nesta Jornada Mundial da Juventude, os jovens querem saudar os avós. Eles saúdam os seus avós com muito carinho, aos avós, saudamos aos avós, eles os jovens agradecem os avós com muito carinho e lhes agradecem pelo testemunho de sabedoria que nos oferecem continuamente.
E agora, nesta praça, nas ruas adjacentes, nas casas que acompanham conosco este momento de oração, sintamo-nos como uma única grande família e nos dirijamos a Maria para que guarde as nossas famílias, faça delas lares de fé e de amor, onde se sinta a presença do seu Filho Jesus. (MJ)
Ouça Angelus com o Papa
sexta-feira, 26 de julho de 2013
Papa Francisco é acolhido oficialmente pelos jovens da JMJ
O Papa parabenizou os jovens por suportarem com fé o frio e a chuva
Encerrando, o Papa concluiu dizendo: “Irmãos e amigos, bem-vindos à
vigésima oitava Jornada Mundial da Juventude, nesta cidade maravilhosa
do Rio de Janeiro!”.
O Sumo Pontífice participou na tarde
desta quinta-feira, 25, da Festa da Acolhida onde se encontrou pela
primeira vez com os jovens da Jornada Mundial da Juventude Rio2013.
Francisco chegou de helicóptero em
Copacabana por volta das 17h10, foi recebido pelo arcebispo do Rio de
Janeiro, Dom Orani João Tempesta, que seguiu junto ao Santo Padre no
papamóvel, rumo a Copacabana. O Pontífice circulou pela orla da praia
saudando os jovens e sendo acolhido, calorosamente, por eles.
Durante o percurso, o Pontífice tomou um chimarrão oferecido por um dos peregrinos.
Já no palco central de Copacabana,
Francisco foi acolhido com a música “Seja bem-vindo”, interpretada pelo
padre Fábio de Mello. Em seguida, Dom Orani João Tempesta saudou o Santo
Padre, agradecendo-lhe a visita ao Rio e dando-lhe as boas-vindas.
Posteriormente, Francisco assistiu a um
espetáculo de música e dança, promovido por cerca de 250 jovens.
Bandeiras dos diversos país foram levadas ao palco.
Em suas palavras aos peregrinos,
Francisco ressaltou o testemunho de fé que os jovens estão dando durante
estes dias. “Ouvi dizer que os cariocas não gostam muito do frio e da
chuva. Mas, vocês estão demonstrando que a fé de vocês é mais forte que o
frio e a chuva. Parabéns!”, disse espontaneamente o Papa.
Francisco recordou a primeira JMJ a nível internacional que aconteceu também na América Latina, na Argentina, em 1987.
Em seguida, o Pontífice pediu um minuto
de silêncio em memória à jovem Sophie Morinière que faleceu num
acidente, na Guina Francesa. Sophie, juntos com outros jovens, viajavam
rumo ao Rio de janeiro para participar da JMJ 2013.
Seguindo, o Santo Padre recordou o Papa
emérito Bento XVI que convocou esta Jornada no Brasil. Segundo o
Francisco, Bento XVI disse que acompanharia a JMJ pela televisão.
“Vocês, jovens, responderam numerosos ao convite do Papa Bento XVI, que
lhes convocou para celebrá-la. Agradecemos-lhe de todo coração! O meu
olhar se estende por esta grande multidão: vocês são muitíssimos! Vocês
vêm de todos os continentes!”, acrescentou.
Para o Papa Francisco, o Rio de Janeiro
tornou-se o centro da Igreja, seu coração vivo e jovem. “O ‘trem’ desta
Jornada Mundial da Juventude, veio de longe e atravessou toda a Nação
brasileira seguindo as etapas do projeto ‘Bote Fé’. Hoje chegou ao Rio
de Janeiro. Do Corcovado, o Cristo Redentor nos abraça e abençoa.”
O Pontífice também se referiu àqueles
que acompanham a Jornada pelos meios de comunicação. A todos, o Papa
disse: “sintamo-nos unidos uns com os outros, na alegria, na amizade, na
fé. E tenham a certeza: o meu coração de Pastor abraça a todos com
afeto universal. O Cristo Redentor, do alto da montanha do Corcovado,
lhes acolhe na Cidade Maravilhosa. Bem-vindos a esta grande festa da
fé!”
Por fim, o Santo Padre saudou o
presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Cardeal Estanislau
Ryłko. Agradeceu ao Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta
pela cordialidade na recepção e pelo “grande trabalho realizado para
preparar a JMJ, junto com as diversas dioceses desse imenso Brasil”.
quinta-feira, 25 de julho de 2013
Papa diz que liberação da droga não é solução para dependência química
Papa Francisco afirmou que é necessário enfrentar os problemas que estão na raiz do uso das drogas
Acesse
:: Leia o discurso do Papa na íntegra
Depois da inauguração, Francisco irá voltar à residência oficial onde está hospedado no Rio
Após a visita ao Santuário de Aparecida,
nesta quarta-feira, 24, o Papa Francisco retornou ao Rio de Janeiro,
para inaugurar um centro de atendimento para dependentes químicos no
Hospital São Francisco de Assis da Providência de Deus. O local iniciará
os atendimentos no final do mês, com 40 leitos. Quantidade que deve
aumentar até o final do ano.
Uma multidão aguardava o Santo Padre no
Hospital e o Pontífice fez questão de cumprimentar a todos.
Funcionários, pacientes do hospital podiam se aproximar livremente do
Papa para saudá-lo e ele parou para conversar com várias pessoas
enquanto se dirigia ao palco instalado no local para o ato de
inauguração.
O Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, saudou o Papa
e falou sobre o trabalho que será realizado pelo Polo de Atenção
Integral à Saúde Mental (P.A.I.).
Na sequência, dois recuperandos falaram
de suas experiências com as drogas e o modo como conseguiram vencer o
vício. O Santo Padre acompanhou cada história atentamente, abraçando-os
em seguida.
Logo após, o Papa Francisco fez um
discurso, no qual destacou que há muitas situações no Brasil e no mundo
que reclamam atenção, cuidado e amor, como a luta contra a dependência
química. “A chaga do tráfico de drogas, que favorece a violência e que
semeia a dor e a morte, exige da inteira sociedade um ato de coragem”,
destacou.
:: Leia o discurso do Papa na íntegra
O Pontífice afirmou que, ao contrário do
que se discute em várias partes da América Latina, não é liberando o
uso das drogas que se conseguirá “reduzir a difusão e a influência da
dependência química”.
Segundo ele, “é necessário enfrentar os
problemas que estão na raiz do uso das drogas, promovendo uma maior
justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida comum,
acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança no futuro.
Precisamos todos de olhar o outro com os olhos de amor de Cristo,
aprender a abraçar quem passa necessidade, para expressar solidariedade,
afeto e amor.
Entretanto, o Papa salientou, “abraçar
não é o suficiente”. “Estendamos a mão a quem vive em dificuldade, a
quem caiu na escuridão da dependência, talvez sem saber como, e
digamos-lhe: Você pode se levantar, pode subir; é exigente, mas é
possível se você o quiser”.
E dirigindo-se aos jovens em tratamento,
o Papa disse: “Queridos amigos, queria dizer a cada um de vocês, mas
sobretudo a tantas outras pessoas que ainda não tiveram a coragem de
empreender o mesmo caminho de vocês: Você é o protagonista da subida;
esta é a condição imprescindível! Você encontrará a mão estendida de
quem quer lhe ajudar, mas ninguém pode fazer a subida no seu lugar. Mas
vocês nunca estão sozinhos!”
Papa Francisco orientou os jovens a
olharem para frente com confiança. “A travessia é longa e cansativa, mas
olhem para frente, existe ‘um futuro certo, que se coloca numa
perspectiva diferente relativamente às propostas ilusórias dos ídolos do
mundo, mas que dá novo impulso e nova força à vida de todos os dias’. A
vocês todos quero repetir: Não deixem que lhes roubem a esperança! Mas
digo também: Não roubemos a esperança, pelo contrário, tornemo-nos todos
portadores de esperança”.
O polo de atendimento trará uma grande
contribuição para a cidade do Rio de Janeiro (RJ), onde vivem mais de
600 mil dependentes químicos e apenas 20 leitos disponíveis para
atendimento. Atualmente, o Brasil tem dois milhões de dependentes
químicos, sendo 50% na região Sudeste.
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Exortação do Papa Francisco em Aparecida: conservar a esperança, deixar-se surpreender por Deus, viver na alegria
Aparecida (RV) - O Santo Padre está presidindo, no Santuário Nacional de
Nossa Senhora da Conceição Aparecida, em Aparecida, SP, a santa missa, ato
central desta sua visita à Padroeira do Brasil. A seguir, propomos, na íntegra,
a homilia que o Papa Francisco acabou de pronunciar:
Venerados irmãos no episcopado e no sacerdócio,
Queridos irmãos e irmãs!
Quanta alegria me dá vir à casa da Mãe de cada brasileiro, o Santuário de Nossa Senhora Aparecida. No dia seguinte à minha eleição como Bispo de Roma fui visitar a Basílica de Santa Maria Maior, para confiar a Nossa Senhora o meu ministério de Sucessor de Pedro. Hoje, eu quis vir aqui para suplicar à Maria, nossa Mãe, o bom êxito da Jornada Mundial da Juventude e colocar aos seus pés a vida do povo latino-americano.
Queria dizer-lhes, primeiramente, uma coisa. Neste Santuário, seis anos atrás, quando aqui se realizou a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, pude dar-me conta pessoalmente de um fato belíssimo: ver como os Bispos – que trabalharam sobre o tema do encontro com Cristo, discipulado e missão – eram animados, acompanhados e, em certo sentido, inspirados pelos milhares de peregrinos que vinham diariamente confiar a sua vida a Nossa Senhora: aquela Conferência foi um grande momento de vida de Igreja. E, de fato, pode-se dizer que o Documento de Aparecida nasceu justamente deste encontro entre os trabalhos dos Pastores e a fé simples dos romeiros, sob a proteção maternal de Maria. A Igreja, quando busca Cristo, bate sempre à casa da Mãe e pede: “Mostrai-nos Jesus”. É de Maria que se aprende o verdadeiro discipulado. E, por isso, a Igreja sai em missão sempre na esteira de Maria.
Assim, de cara à Jornada Mundial da Juventude que me trouxe até o Brasil, também eu venho hoje bater à porta da casa de Maria, que amou e educou Jesus, para que ajude a todos nós, os Pastores do Povo de Deus, aos pais e aos educadores, a transmitir aos nossos jovens os valores que farão deles construtores de um País e de um mundo mais justo, solidário e fraterno. Para tal, gostaria de chamar à atenção para três simples posturas: Conservar a esperança; deixar-se surpreender por Deus; viver na alegria.
1. Conservar a esperança. A segunda leitura da Missa apresenta uma cena dramática: uma mulher – figura de Maria e da Igreja – sendo perseguida por um Dragão – o diabo - que quer lhe devorar o filho. A cena, porém, não é de morte, mas de vida, porque Deus intervém e coloca o filho a salvo (cfr. Ap 12,13a.15-16a). Quantas dificuldades na vida de cada um, no nosso povo, nas nossas comunidades, mas, por maiores que possam parecer, Deus nunca deixa que sejamos submergidos. Frente ao desânimo que poderia aparecer na vida, em quem trabalha na evangelização ou em quem se esforça por viver a fé como pai e mãe de família, quero dizer com força: Tenham sempre no coração esta certeza! Deus caminha a seu lado, nunca lhes deixa desamparados! Nunca percamos a esperança! Nunca deixemos que ela se apague nos nossos corações! O “dragão”, o mal, faz-se presente na nossa história, mas ele não é o mais forte. Deus é o mais forte, e Deus é a nossa esperança! É verdade que hoje, mais ou menos todas as pessoas, e também os nossos jovens, experimentam o fascínio de tantos ídolos que se colocam no lugar de Deus e parecem dar esperança: o dinheiro, o poder, o sucesso, o prazer. Frequentemente, uma sensação de solidão e de vazio entra no coração de muitos e conduz à busca de compensações, destes ídolos passageiros. Queridos irmãos e irmãs, sejamos luzeiros de esperança! Tenhamos uma visão positiva sobre a realidade. Encorajemos a generosidade que caracteriza os jovens, acompanhando-lhes no processo de se tornarem protagonistas da construção de um mundo melhor: eles são um motor potente para a Igreja e para a sociedade. Eles não precisam só de coisas, precisam sobretudo que lhes sejam propostos aqueles valores imateriais que são o coração espiritual de um povo, a memória de um povo. Neste Santuário, que faz parte da memória do Brasil, podemos quase que apalpá-los: espiritualidade, generosidade, solidariedade, perseverança, fraternidade, alegria; trata-se de valores que encontram a sua raiz mais profunda na fé cristã.
2. A segunda postura: Deixar-se surpreender por Deus. Quem é homem e mulher de esperança – a grande esperança que a fé nos dá – sabe que, mesmo em meio às dificuldades, Deus atua e nos surpreende. A história deste Santuário serve de exemplo: três pescadores, depois de um dia sem conseguir apanhar peixes, nas águas do Rio Parnaíba, encontram algo inesperado: uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera, tornar-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma Mãe? Deus sempre surpreende, como o vinho novo, no Evangelho que ouvimos. Deus sempre nos reserva o melhor. Mas pede que nos deixemos surpreender pelo seu amor, que acolhamos as suas surpresas. Confiemos em Deus! Longe d’Ele, o vinho da alegria, o vinho da esperança, se esgota. Se nos aproximamos d’Ele, se permanecemos com Ele, aquilo que parece água fria, aquilo que é dificuldade, aquilo que é pecado, se transforma em vinho novo de amizade com Ele.
3. A terceira postura: Viver na alegria. Queridos amigos, se caminhamos na esperança, deixando-nos surpreender pelo vinho novo que Jesus nos oferece, há alegria no nosso coração e não podemos deixar de ser testemunhas dessa alegria. O cristão é alegre, nunca está triste. Deus nos acompanha. Temos uma Mãe que sempre intercede pela vida dos seus filhos, por nós, como a rainha Ester na primeira leitura (cf. Est 5, 3). Jesus nos mostrou que a face de Deus é a de um Pai que nos ama. O pecado e a morte foram derrotados. O cristão não pode ser pessimista! Não pode ter uma cara de quem parece num constante estado de luto. Se estivermos verdadeiramente enamorados de Cristo e sentirmos o quanto Ele nos ama, o nosso coração se “incendiará” de tal alegria que contagiará quem estiver ao nosso lado. Como dizia Bento XVI: «O discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro” (Discurso inaugural da Conferência de Aparecida [13 de maio de 2007]: Insegnamenti III/1 [2007], 861).
Queridos amigos, viemos bater à porta da casa de Maria. Ela abriu-nos, fez-nos entrar e nos aponta o seu Filho. Agora Ela nos pede: «Fazei o que Ele vos disser» (Jo 2,5). Sim, Mãe nossa, nos comprometemos a fazer o que Jesus nos disser! E o faremos com esperança, confiantes nas surpresas de Deus e cheios de alegria. Assim seja.
Fonte: Radiovaticana.va
Homilia de Papa Francisco em Aparecida
Venerados irmãos no episcopado e no sacerdócio,
Queridos irmãos e irmãs!
Quanta alegria me dá vir à casa da Mãe de cada brasileiro, o Santuário de Nossa Senhora Aparecida. No dia seguinte à minha eleição como Bispo de Roma fui visitar a Basílica de Santa Maria Maior, para confiar a Nossa Senhora o meu ministério de Sucessor de Pedro. Hoje, eu quis vir aqui para suplicar à Maria, nossa Mãe, o bom êxito da Jornada Mundial da Juventude e colocar aos seus pés a vida do povo latino-americano.
Queria dizer-lhes, primeiramente, uma coisa. Neste Santuário, seis anos atrás, quando aqui se realizou a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, pude dar-me conta pessoalmente de um fato belíssimo: ver como os Bispos – que trabalharam sobre o tema do encontro com Cristo, discipulado e missão – eram animados, acompanhados e, em certo sentido, inspirados pelos milhares de peregrinos que vinham diariamente confiar a sua vida a Nossa Senhora: aquela Conferência foi um grande momento de vida de Igreja. E, de fato, pode-se dizer que o Documento de Aparecida nasceu justamente deste encontro entre os trabalhos dos Pastores e a fé simples dos romeiros, sob a proteção maternal de Maria. A Igreja, quando busca Cristo, bate sempre à casa da Mãe e pede: “Mostrai-nos Jesus”. É de Maria que se aprende o verdadeiro discipulado. E, por isso, a Igreja sai em missão sempre na esteira de Maria.
Assim, de cara à Jornada Mundial da Juventude que me trouxe até o Brasil, também eu venho hoje bater à porta da casa de Maria, que amou e educou Jesus, para que ajude a todos nós, os Pastores do Povo de Deus, aos pais e aos educadores, a transmitir aos nossos jovens os valores que farão deles construtores de um País e de um mundo mais justo, solidário e fraterno. Para tal, gostaria de chamar à atenção para três simples posturas: Conservar a esperança; deixar-se surpreender por Deus; viver na alegria.
1. Conservar a esperança. A segunda leitura da Missa apresenta uma cena dramática: uma mulher – figura de Maria e da Igreja – sendo perseguida por um Dragão – o diabo - que quer lhe devorar o filho. A cena, porém, não é de morte, mas de vida, porque Deus intervém e coloca o filho a salvo (cfr. Ap 12,13a.15-16a). Quantas dificuldades na vida de cada um, no nosso povo, nas nossas comunidades, mas, por maiores que possam parecer, Deus nunca deixa que sejamos submergidos. Frente ao desânimo que poderia aparecer na vida, em quem trabalha na evangelização ou em quem se esforça por viver a fé como pai e mãe de família, quero dizer com força: Tenham sempre no coração esta certeza! Deus caminha a seu lado, nunca lhes deixa desamparados! Nunca percamos a esperança! Nunca deixemos que ela se apague nos nossos corações! O “dragão”, o mal, faz-se presente na nossa história, mas ele não é o mais forte. Deus é o mais forte, e Deus é a nossa esperança! É verdade que hoje, mais ou menos todas as pessoas, e também os nossos jovens, experimentam o fascínio de tantos ídolos que se colocam no lugar de Deus e parecem dar esperança: o dinheiro, o poder, o sucesso, o prazer. Frequentemente, uma sensação de solidão e de vazio entra no coração de muitos e conduz à busca de compensações, destes ídolos passageiros. Queridos irmãos e irmãs, sejamos luzeiros de esperança! Tenhamos uma visão positiva sobre a realidade. Encorajemos a generosidade que caracteriza os jovens, acompanhando-lhes no processo de se tornarem protagonistas da construção de um mundo melhor: eles são um motor potente para a Igreja e para a sociedade. Eles não precisam só de coisas, precisam sobretudo que lhes sejam propostos aqueles valores imateriais que são o coração espiritual de um povo, a memória de um povo. Neste Santuário, que faz parte da memória do Brasil, podemos quase que apalpá-los: espiritualidade, generosidade, solidariedade, perseverança, fraternidade, alegria; trata-se de valores que encontram a sua raiz mais profunda na fé cristã.
2. A segunda postura: Deixar-se surpreender por Deus. Quem é homem e mulher de esperança – a grande esperança que a fé nos dá – sabe que, mesmo em meio às dificuldades, Deus atua e nos surpreende. A história deste Santuário serve de exemplo: três pescadores, depois de um dia sem conseguir apanhar peixes, nas águas do Rio Parnaíba, encontram algo inesperado: uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera, tornar-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma Mãe? Deus sempre surpreende, como o vinho novo, no Evangelho que ouvimos. Deus sempre nos reserva o melhor. Mas pede que nos deixemos surpreender pelo seu amor, que acolhamos as suas surpresas. Confiemos em Deus! Longe d’Ele, o vinho da alegria, o vinho da esperança, se esgota. Se nos aproximamos d’Ele, se permanecemos com Ele, aquilo que parece água fria, aquilo que é dificuldade, aquilo que é pecado, se transforma em vinho novo de amizade com Ele.
3. A terceira postura: Viver na alegria. Queridos amigos, se caminhamos na esperança, deixando-nos surpreender pelo vinho novo que Jesus nos oferece, há alegria no nosso coração e não podemos deixar de ser testemunhas dessa alegria. O cristão é alegre, nunca está triste. Deus nos acompanha. Temos uma Mãe que sempre intercede pela vida dos seus filhos, por nós, como a rainha Ester na primeira leitura (cf. Est 5, 3). Jesus nos mostrou que a face de Deus é a de um Pai que nos ama. O pecado e a morte foram derrotados. O cristão não pode ser pessimista! Não pode ter uma cara de quem parece num constante estado de luto. Se estivermos verdadeiramente enamorados de Cristo e sentirmos o quanto Ele nos ama, o nosso coração se “incendiará” de tal alegria que contagiará quem estiver ao nosso lado. Como dizia Bento XVI: «O discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro” (Discurso inaugural da Conferência de Aparecida [13 de maio de 2007]: Insegnamenti III/1 [2007], 861).
Queridos amigos, viemos bater à porta da casa de Maria. Ela abriu-nos, fez-nos entrar e nos aponta o seu Filho. Agora Ela nos pede: «Fazei o que Ele vos disser» (Jo 2,5). Sim, Mãe nossa, nos comprometemos a fazer o que Jesus nos disser! E o faremos com esperança, confiantes nas surpresas de Deus e cheios de alegria. Assim seja.
Fonte: Radiovaticana.va
Homilia de Papa Francisco em Aparecida
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Entrai pela porta estreita
Jesus começou a sua vida pública anunciando o Reino de Deus e chamando o povo à conversão.
‘O tempo está realizado e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho’ (Mc 1,15).
Seguir a Jesus implica em morrer para si mesmo, para o egoísmo, para a vaidade, para o próprio orgulho, a fim de estar totalmente disponível para fazer a vontade de Deus. Isto não é fácil. Na verdade, chega a ser quase impossível face à nossa natureza decaída. É preciso a graça de Deus a nos mover nesta dura caminhada. Mas, quando queremos nos converter, a graça de Deus nunca nos falta; porque, antes de mais nada, este é o desejo do Senhor.
‘Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação’ (1Tess 4,3), diz São Paulo.
Deus fez do sofrimento a matéria prima da salvação, como disse Michel Quoist. Mais do que a própria oração, o sofrimento, aceito com paciência e oferecido a Deus na fé, é o melhor agente da conversão pessoal. Não é a toa que os santos falavam do ‘martírio da paciência’ que nos leva ao céu.
As ervas daninhas do jardim da nossa alma têm raízes profundas em nós, e é nelas que se apega o nosso Ego, cheio de orgulho, de vaidade, de amor próprio, eivado de paixões, afetos desordenados, apego às coisas materiais, ao dinheiro, às pessoas e a si mesmo, não deixando espaço para Deus reinar em nós, como deve ser. O sofrimento acolhido com ação de graças, na fé, e oferecido a Deus como Jesus o fez, é o remédio propício para matar as raízes profundas das ervas daninhas do nosso Eu. Somente a cruz nos liberta de nós mesmos e nos faz ‘morrer’ a qualquer outro amor e afeição que não seja Deus. Por isso, é preciso saber sofrer; por amor a Deus; para que Ele reine em nós. São Paulo disse que:
‘A linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem, mas para aqueles que se salvam, para nós, é poder de Deus’ (1 Cor 1,18).
Cada vez que suportamos o sofrimento, qualquer que seja ele, vindo da parte dos homens ou de Deus, com paciência e fé, Deus nos cura, salva e liberta. Santa Teresa D’Ávila dizia que: ‘os mais queridos de Deus são os que mais sofrem´, como Jesus, mas que ‘Deus não manda um sofrimento sem pagá´lo com algum favor’.
São Tiago afirma que ‘a paciência produz uma obra perfeita´ (Tg 1,4) e que é ‘feliz o homem que suporta a provação’ (Tg 1,12).
Quando se abraça as cruzes que Deus manda, elas ficam mais leves, diz Santa Teresa… ‘Tome a sua cruz, a cada dia, e siga-me (Lc 9,23), sem se lamentar, sem mau humor, sem revolta na alma, sem repugnância… Este é o caminho da conversão. É um trabalho diário… até a santificação.
Os santos são unânimes em afirmar que não se pode fazer nada melhor para Deus do que ‘sofrer com paciência todas as amarguras da vida’. São Paulo expressou isto dizendo:
Prof Felipe Aquino
‘O tempo está realizado e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho’ (Mc 1,15).
Este chamado de Cristo se dirige a cada um de nós.
O homem foi feito para Deus. Para se
realizar Nele, plenamente, participando de sua divindade e desfrutando
do seu amor. O centro de sua vida, de suas atenções, e de todas as suas
atividades deveria ser unicamente Deus. Como dizia São Francisco um
convertido perfeito: ”meu Deus e meu Tudo”.
O homem convertido é aquele que voltou-se definitiva e totalmente para Deus, como os santos o fizeram.
O pecado original nos deixou ‘órfãos’ de
Deus, e nos colocou no lugar Dele. Passamos a ‘servir’ e a ‘adorar’ a
nós mesmos, ao invés de servirmos e adorarmos a Deus.
O nosso processo de conversão consiste,
portanto, em retirar o nosso “Eu” do trono do coração, para aí deixarmos
reinar Deus. E isto é um processo, que pode durar a vida toda, ou ainda
mais. Até após a morte a Igreja ensina que, em uma nova dimensão de
vida, poderemos continuar a obra de nossa conversão para Deus, no
purgatório.
A conversão é um caminho estreito porque
exige ‘morrer’ para si mesmo e para o mundo. Neste aspecto Jesus foi
muito claro e não deixou dúvida:
‘Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me’ ( Mt16,24; Lc 23,27).
Seguir a Jesus implica em morrer para si mesmo, para o egoísmo, para a vaidade, para o próprio orgulho, a fim de estar totalmente disponível para fazer a vontade de Deus. Isto não é fácil. Na verdade, chega a ser quase impossível face à nossa natureza decaída. É preciso a graça de Deus a nos mover nesta dura caminhada. Mas, quando queremos nos converter, a graça de Deus nunca nos falta; porque, antes de mais nada, este é o desejo do Senhor.
‘Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação’ (1Tess 4,3), diz São Paulo.
‘Se o grão de trigo que cai na terra não
morrer, permanecerá só; mas se morrer produzirá muito fruto. Quem ama
sua vida a perde e quem perde a sua vida neste mundo, guardá-a para a
vida eterna’ (Jo 12,24-25).
É preciso estar disposto a ‘perder a vida para ganhá-la’.
‘Entrai pela porta estreita, porque
larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição… Estreita,
porém, é a porta e apertado o caminho que conduz à Vida’ (Mt7,13).
E Jesus concluiu dizendo que ‘são poucos os que o encontram’; ‘Só os violentos [consigo] arrebatam o Reino’.
Deus fez do sofrimento a matéria prima da salvação, como disse Michel Quoist. Mais do que a própria oração, o sofrimento, aceito com paciência e oferecido a Deus na fé, é o melhor agente da conversão pessoal. Não é a toa que os santos falavam do ‘martírio da paciência’ que nos leva ao céu.
Quando Deus permite que o sofrimento nos
atinja, Ele tem para conosco um desígnio de salvação. O sofrimento não é
castigo mandado por Deus, mas certamente é correção. A carta aos
Hebreus diz que ‘o Senhor educa a quem ama, e corrige todo filho que o
acolhe’ (Hb 12,6). E continua:
‘É para vossa educação que sofreis. Deus
vos trata como filhos… Deus nos educa para o aproveitamento, a fim de
nos comunicar a sua santidade’ (Hb 12,7).
As ervas daninhas do jardim da nossa alma têm raízes profundas em nós, e é nelas que se apega o nosso Ego, cheio de orgulho, de vaidade, de amor próprio, eivado de paixões, afetos desordenados, apego às coisas materiais, ao dinheiro, às pessoas e a si mesmo, não deixando espaço para Deus reinar em nós, como deve ser. O sofrimento acolhido com ação de graças, na fé, e oferecido a Deus como Jesus o fez, é o remédio propício para matar as raízes profundas das ervas daninhas do nosso Eu. Somente a cruz nos liberta de nós mesmos e nos faz ‘morrer’ a qualquer outro amor e afeição que não seja Deus. Por isso, é preciso saber sofrer; por amor a Deus; para que Ele reine em nós. São Paulo disse que:
‘A linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem, mas para aqueles que se salvam, para nós, é poder de Deus’ (1 Cor 1,18).
Cada vez que suportamos o sofrimento, qualquer que seja ele, vindo da parte dos homens ou de Deus, com paciência e fé, Deus nos cura, salva e liberta. Santa Teresa D’Ávila dizia que: ‘os mais queridos de Deus são os que mais sofrem´, como Jesus, mas que ‘Deus não manda um sofrimento sem pagá´lo com algum favor’.
São Tiago afirma que ‘a paciência produz uma obra perfeita´ (Tg 1,4) e que é ‘feliz o homem que suporta a provação’ (Tg 1,12).
Quando se abraça as cruzes que Deus manda, elas ficam mais leves, diz Santa Teresa… ‘Tome a sua cruz, a cada dia, e siga-me (Lc 9,23), sem se lamentar, sem mau humor, sem revolta na alma, sem repugnância… Este é o caminho da conversão. É um trabalho diário… até a santificação.
Os santos são unânimes em afirmar que não se pode fazer nada melhor para Deus do que ‘sofrer com paciência todas as amarguras da vida’. São Paulo expressou isto dizendo:
‘Completo na minha carne o que falta à paixão de Cristo, pelo seu corpo , que é a Igreja’ (Col 1,24).
‘Nós somos o Corpo de Cristo, a Igreja’
(1Cor 12,27), e este seu Corpo também precisa passar pela paixão para
entrar na glória, assim como Jesus. Isto vale mais para a nossa
conversão do que todos os exercícios espirituais, diz Santo Afonso. É o
remédio pelo qual Deus destrói em nós as más inclinações interiores e
exteriores, consequência da corrupção do pecado, e nos conduz à perfeita
conversão.
Contudo, é preciso ficar claro que este
caminho de ‘renúncia a si mesmo’ e de abnegação, não é um caminho de
tristeza e frustração, como alguns podem pensar, não. Ao contrário, é um
caminho de paz e felicidade, alegria e liberdade. O maior carrasco de
cada um de nós é o nosso próprio Eu, cheio de más inclinações e de
vontades. Livrar-se do próprio Eu, colocá-lo no devido lugar, é viver
verdadeiramente como homem, segundo a vontade de Deus, e não como um
farrapo humano que vive se arrastando pela vida, dominado pelos prazeres
e pelas más inclinações. Esta ascese cristã não quer dizer que nos
desprezaremos, ou que enterraremos os nossos talentos; ao contrário, os
desenvolveremos ao máximo das suas potencialidades, não porém, para
satisfazer o nosso egoísmo, mas para colocá- los mais e melhor a serviço
de Deus e dos irmãos.
Prof Felipe Aquino
segunda-feira, 8 de julho de 2013
A luta contra o vício da masturbação
Cinco atitudes importantes nessa luta
É grande a luta do jovem cristão contra o vício da masturbação.A sua prática é bastante comum entre os rapazes e as moças; é um dos principais problemas enfrentados pelos jovens cristãos.
Saiba, antes de tudo, que a masturbação não é indício de distúrbio de personalidade ou de problema mental. É um problema muito antigo na humanidade.
Já o “Livro dos Mortos”, dos egípcios, condenava a masturbação por volta do ano 1550 antes de Cristo. Pelo código moral dos antigos judeus, era considerado pecado grave.
Encontrei homens casados que continuavam a se masturbar, embora tivessem uma vida sexual regular com a esposa. Isto mostra que o vício da juventude continuou e prejudica o casamento.
Embora as aulas de “educação sexual”, muitas vezes, ensinem que a masturbação é normal, e até necessária, na verdade são contra a natureza e a lei de Deus. Infelizmente, nessas aulas e cartilhas sobre o assunto, os alunos são aconselhados a não terem sentimentos de culpa, angústia ou ansiedade, e ensinam que não é prejudicial à saúde.
Isto não é verdade! Muitos médicos afirmam que ela é prejudicial ao jovem tanto fisicamente quanto psicologicamente.
A Igreja ensina que é um ato desordenado.
Embora defendida por muitos como “algo normal”, a Igreja ensina que não: “Na linha de uma tradição constante, tanto o magistério da Igreja como o senso moral dos fiéis afirmam, sem hesitação, que a masturbação é um ato intrínseco e gravemente desordenado”. “Qualquer que seja o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora das relações conjugais normais contradiz sua finalidade” (Catecismo, §2352).
Para lutar contra a masturbação são necessárias várias atitudes:
1. Tenha calma diante do problema.
Você não é nenhum desequilibrado sexual, nem impuro ou uma prostituta em potencial. Você não é uma aberração, porque se masturba.
2. Corte todos os estimulantes do vício.
Jogue fora todas as revistas pornográficas, livros e filmes eróticos que você costumava ver. E não fique olhando para o corpo das moças ou dos rapazes, alimentando a sua mente com desejos eróticos.
Deixe de assistir aqueles programas de TV que, cada vez mais, jogam pólvora no seu sangue. A TV é hoje um dos piores venenos para o jovem que luta contra a masturbação. E fuja dos “sites” eróticos da internet.
3. Faça um bom uso de suas horas de folga.
Aproveite o tempo para ler um bom livro, praticar esportes, sair com os amigos, caminhar etc. Não fique sem fazer nada, especialmente na cama, pois “mente vazia é oficina do diabo”.
4. Não desanime nem se desespere nunca.
Lute, diariamente, contra a masturbação, mas, se você cair, levante-se imediatamente, peça perdão a Deus, de imediato, e retome o propósito de não pecar. Não fique pisando na sua alma e se condenando.
Diga: “Está bem, eu errei, eu caí. Aceito a minha queda humildemente, porque sou fraco; vou conseguir com a ajuda de Deus superar isto. Vou continuar lutando até me libertar definitivamente, mesmo que eu caia um milhão de vezes; não desistirei e não me desesperarei.”
Deus ama a nossa luta contra o pecado; a nossa vitória diante dele é mais a nossa perseverança na luta do que propriamente a vitória completa.
5. Alimente a sua alma com a oração, a Palavra de Deus e os sacramentos da Igreja.
Há um ditado que diz: “Mosca não assenta em prato quente”.
Se você mantiver a sua alma aquecida com o calor do Espírito Santo, as moscas da tentação não o perturbarão. Mas se o prato esfriar...
Após uma queda no campo do sexo, sempre fica claro que faltou vigilância e oração para não pecar. Muitas vezes, abusamos da nossa fraqueza, expomos-nos diante do perigo e caímos.
Há um outro provérbio que diz: “A ocasião faz o ladrão”; ou ainda: “Quem ama o perigo nele perecerá”.
Na verdade, teremos de pedir mais perdão a Deus, porque não vigiamos e não oramos, do que por ter caído no pecado propriamente.
O transatlântico e as gaivotas.
Um grande transatlântico deixava, um dia, o porto de partida e, como todos os outros navios, era escoltado por uma nuvem de gaivotas prateadas. Depois de meia hora, o tempo ficou ameaçador e um vento violento soprava ondas imensas. Esboçava-se no céu uma tempestade tremenda. O possante navio, mesmo com os seus potentes motores, seguia com dificuldade.
- Pobres avezinhas – dizia um viajante que olhava as gaivotas.
- Como podeis vós, com vossas asas fracas, lutar contra este tufão?
De repente, aquele homem, que tão compadecido estava das aves, ficou atônito. É que as pequeninas gaivotas, estendendo as asas que Deus lhes deu, abandonaram o navio na tempestade e passaram a voar numa região mais alta e serena no céu, onde havia bonança.
No mar, o grande transatlântico, continuava a gemer.
Pelas asas poderosas da oração e da graça de Deus o homem se eleva acima das tempestades da vida e pode voar placidamente acima das paixões deste mundo.
(Extraído do livro “Jovem, levanta-te!”)
Fonte: www.cancaonova.com
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