domingo, 13 de setembro de 2015

Deus pede hoje estrita conta do meu tempo e eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta

Mas como dar, sem tempo, tanta conta? Eu, que gastei sem conta tanto tempo?


SONETO DO TEMPO


Frei Antônio das Chagas

Portugal, 1631-1682



Deus pede hoje estrita conta do meu tempo            E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas como dar, sem tempo, tanta conta
Eu que gastei sem conta tanto tempo?

Para ter minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado e não fiz conta.
Não quis, tendo tempo, fazer conta.
Hoje quero fazer conta e não há tempo.

Oh! Vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo em fazer conta.

Pois aqueles que sem conta gastam tempo,
Quando o tempo chegar de prestar conta,
Chorarão, como eu, se não der tempo.


Fonte: Aleteia.org

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